Vou morar numa casa de férias

quarta-feira, julho 03, 2013

No outro dia, quando estava de rabo para o ar a proferir impropérios enquanto apanhava tralha que se espalha e acumula pelos cantos - quantos cantos tem uma casa? Apre! - tomei uma decisão importante: quero viver numa casa de férias.
Mas, assim, o ano inteiro.

Nas casas de férias, as pessoas só têm o que precisam, o essencial.

Agora é que finalmente percebi porque nos sentimos tão relaxados quando vamos para uma casa de férias...
... porque não há nada para arrumar!!

É tão óbvio (palmada na testa), como não percebi antes? Duh...
Foi preciso uma vida inteira de dona-de-casa desesperada para entender, foi? Foi.

Então, é isso. Decidi que vou viver numa casa de férias - que luxo! Uia!

Uma casa de férias sem tralha.
Sem gavetas que custam a fechar porque estão demasiado atafulhadas de roupa que nunca usamos, mas guardamos anos a fio à espera não-sei-de-quê.
Sem armários de cozinha que vomitam os tupperwares todos para cima de nós quando tentamos encaixar mais uma caixa como se fosse um jogo de Tetris.
Sem bibelots. Sem papelada. Sem merdinhas.

Vou mudar de casa sem ter de mudar de casa.

Depois das várias viagens que a vida me impôs, aprendi a desapegar-me do supérfluo. Objectos supérfluos, relações supérfluas, ocupações supérfluas...
Estou em processo de trocar raízes por asas.

Só quero ter o que realmente preciso e o que me faz sentir bem. Tão-simplesmente!

A riqueza de alguém não se conta pelos bens materiais que um dia acaba inevitavelmente por perder, mas pelos momentos felizes que se contabilizam - e ninguém nos pode roubar o que já vivemos. Por isso, não preciso de muitas tralhas!

E o que vou fazer com o que já não quero?, perguntais.
Aquilo que estiver danificado... lixo. O que puder ser útil a alguém, dou.
Outras coisas, entrego numa loja de artigos em 2ª mão - se forem vendidas, uso os dividendos para ir passear! Também mereço, ora.

Não sei quanto tempo vou demorar a conseguir chegar onde quero, mas sei que vou chegar lá, porque esta decisão partiu directamente do meu coração.

Agora, excusez moi, que vou tratar de transformar esta casa normal numa casa de férias.

De espanador na mão,


Hazel

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9 COMENTÁRIOS

  1. Olá Hazel

    Apoio muito sua decisão e estou tentando morar numa casa de férias também, não importa quanto tempo demore chegaremos lá.

    p.s: recitando mantras sobre desapego, para que as férias sejam produtivas neste setor.

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  2. Ótima ideia ! Acho que também vou me mudar !!! Bjs !

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  3. Já que está trocando as raízes por asas...venha para o Brasil!!

    *))

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  4. Excelente e motivante como sempre... Monção apoiada!

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  5. Hazel por acaso esta semana também estou na mesma situação, a tornar a casa mais leve e menos desarrumada :) Ainda há muito trabalho a fazer, mas vamos em frente... :)

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  6. Parabéns! Graças à Rita Domingues já destralhei muito, mas viver numa casa de férias é um conceito que o noivo vai entender bem para o "convencer" a destralhar mais umas quantas coisas! (É inacreditável a tralha que temos, mesmo depois de destralhar tanto como já fiz!)
    Obrigada Hazel e boas férias (o ano inteiro!)

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  7. Ai que com essa dos armários vomitarem tupperwares ainda estou a tentar controlar aquela gargalhada que acordaria o bicho que mora cá em casa e só dorme de dia!!! lollll
    Ai que falta me fazes Hazel, para levantar o ânimo!

    Eu também ando nessa demanda há já uns meses, mas acumuladora me confesso e tem sido difícil desfazer-me de tantas coisas que me fazem lembrar partes da minha vida... Enfim, já destralhei muita coisa! Tenho de continuar :P

    Bom trabalho, minha querida!

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  8. Verdade Hazel, chega um momento na vida da gente que precisamos aprender a nos desapegar daquilo que não nos traz nada

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