A lira de Orfeu e a chuva de meteoros

terça-feira, abril 22, 2014


As árvores debruçavam-se para escutar as melodias da lira de Orfeu, trazidas pelo vento.
Os pássaros suspendiam o vôo e os animais ferozes tornavam-se mansos, rendidos ao encantamento da sua música. As zangas eram apaziguadas.

Por amor, viajou até aos tenebrosos submundos, de onde ninguém conseguia regressar, para resgatar a sua amada e bela Eurídice, morta por uma serpente que se atravessou no seu caminho quando fugia da cobiça de Aristeu.

A viagem não teve sucesso. No último momento, desrespeitando a condição imposta por Hades, o senhor dos submundos, cede à tentação de olhar para Eurídice antes de alcançar o mundo superior, e perde-a. Orfeu regressa sozinho e desgostoso. Acabou por ser morto depois pelas Musas que desprezou por fidelidade e amor a Eurídice, vindo, assim, reunir-se à sua bela amada, perpetuando o amor além da vida.


A lira de Orfeu, após a sua morte, foi transportada por uma águia e colocada no céu, em forma de estrelas, que deu origem à Constelação de Lira. Uma vez por ano, em Abril, dão-se as Lirídeas, a chuva de meteoros na Constelação de Lira.

O céu chora as lágrimas de Orfeu sobre as nossas cabeças. Não de tristeza, mas de Amor.

Esta noite, vou olhar para o céu, pensar na lira mágica de Orfeu, símbolo do Amor que transpõe barreiras e vence sempre, e pedir um desejo. Por estarmos em Lua Minguante, sugiro que quem pedir desejos, os formule em sintonia com a energia lunar, pedindo que seja removido do seu caminho aquilo que impede a concretização de... (o vosso desejo)

Este post foi escrito embalado pelo som da lira grega neste vídeo:


A olhar para o céu,

Hazel

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3 COMENTÁRIOS

  1. Que lindo!!!
    Amei a canção tbm :D
    Beijinho flor.

    Flores e Luz.

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  2. Olá Hazel. Quanta delicadeza em tua postagem. E a música de fundo, tão linda e triste... Muito obrigada por contar a lenda desse amor imortal, como deveriam ser afinal, todos os amores. "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure." (Vinícius de Moraes, amado poeta brasileiro)

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