O Amor

sexta-feira, novembro 11, 2011

O Amor.

A brisa levanta algumas folhas secas, que descrevem espirais estonteantes no ar como se dançassem a música que as Fadas tocam. A Natureza mostra-se estranha e misteriosa. 
Não se ouve um pássaro, apenas um som longínquo que se assemelha ao marchar incessante de um exército de gigantes. Este som cadenciado aproxima-se cada vez mais. 

É uma tempestade terrível. E eis que os Deuses lançam relâmpagos que partem o espelho dos céus e mergulham nas profundezas da Terra, queimando tudo até ao âmago. 
O ciclone que anuncia o fim do mundo varre toda a superfície da Terra, arrancando as árvores pela raiz e desfazendo os mais sólidos rochedos em pó. 

As vozes dos pequeninos e insignificantes mortais que lançam pragas e maldições aos Deuses não se ouvem ante a grandiosidade do momento.

Os oceanos em fúria erguem-se numa única onda colossal que lambe os desertos sugando até ao último grão de areia. Os ventos ateiam os fogos que tudo devoram. 
A Água colide com o Fogo e todos os Elementos fundem-se num só. 

Toda a estrutura do planeta Terra é abanada em sucessivas explosões orgásmicas que se propagam pelo espaço e abalam a serenidade da Lua, fazem tremer os anéis de Neptuno, e todo o Universo, assim como os Universos seguintes, entram em colapso.

E chega o silêncio. A mão divina desenha a pincel um novo mundo com novas cores, novas texturas, novos cheiros. O ar fresco e puro invade os pulmões da Terra. 

A areia espalha-se criando novos desertos e a água salgada enche novos oceanos. 
Novas árvores brotam da terra fértil e o chão relvado transforma-se em veludo onde deslizam num tango interminável as duas Almas para quem os Deuses orquestraram tudo. 
O Amor é... uma catástrofe da Natureza.

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