À Velocidade da Luz!

quinta-feira, março 31, 2016


Quanto tempo demora o arco-íris a aparecer no céu quando o primeiro raio de luz incide sobre a chuva? Quanto tempo irá passar até que alguém repare nele? 
E quanto tempo até que alguém o considere um presságio de felicidade, de boa sorte? 
A resposta para todas as perguntas: um instante.

É disto que somos feitos. De instantes. A nossa própria existência surge num instante - podemos ter de esperar nove luas para nascer, mas a fecundação, no momento em que o espermatozóide penetra o óvulo, dá-se em segundos. 

Está na nossa essência a urgência, o imediato, o agora em movimento. Por esse motivo, a espera impacienta-nos, o saudosismo entristece-nos e a ansiedade mata-nos. 
Estar longe do presente é estar apartado de nós mesmos, do nosso centro, da centelha divina que nos habita.

Quando o Sol espreita através das nuvens chuvosas e forma um breve e tímido arco-íris, há sempre alguém que olha para ele e volta a acreditar no sentido da vida, na predestinação - que tudo obedece a um plano superior. 

E tudo isso passa a existir porque alguém acreditou. No mesmo instante decisivo, resolve virar para a esquerda em vez de virar para a direita como era seu velho hábito e, por fazê-lo, encontra o caminho certo, aquele onde a luz brilha com mais intensidade.

Os instantes decisivos são as intersecções na teia da vida, que nos fazem ziguezaguear por desvios inimaginados, como viajantes do cosmos que seguem o caminho luminoso das estrelas, sabendo que quem pára, fica estagnado na escuridão e no vazio, mas, para aqueles que estão dispostos a prosseguir, existem tantas possibilidades quanto há estrelas espalhadas pelo céu. E isso é maravilhoso.

Esta semana, a carta Ás de Paus cai-nos em cima como um fulgurante feixe de luz, para incentivar-nos a seguir os nossos instintos. Cada um de nós tem um mapa interno onde estão registados todos os percursos, atalhos, pontes, intersecções e desvios, a que só acede quando une o pensamento à intuição, sem que um atrapalhe, sobreponha ou anule o outro, mas numa fusão perfeita.

Estejamos atentos aos nossos ímpetos, às certezas que não sabemos explicar, mas que sentimos no âmago, à criatividade que necessita de brotar para que encontremos a nossa própria voz e expressão, ambas únicas e intransmissíveis. 

As oportunidades pairam no ar, cabe-nos captar o momento em que os finos fios de luz se cruzam, e voltamos a acreditar que, afinal, nada é aleatório no Universo, mas tudo cumpre um plano superior. Porque que ele existe, existe.

Hazel

Crónica semanal publicada no Jornal O Ribatejo, 31 Março

PODERÁ TAMBÉM GOSTAR DE LER

1 COMENTÁRIOS


  1. Oi Hazel, como vai? Estou andando por aqui, que saudade... deixando beijinhos verdes!

    ResponderEliminar

Obrigada pelo seu comentário ♥