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Serpente de Fogo

[Ficção]

Há um fogo que me envolve e consome incessantemente, sem que eu me transforme em cinzas. Desde as entranhas do meu ventre, eleva-se uma serpente maior do que eu, arrepiando-me as costas e roçando levemente os seios, numa ondulação sinuosa que os meus cabelos de medusa acompanham nesta dança simultaneamente diabólica e divina.

A sua língua bifurcada de labaredas lambe-me a parte de trás do pescoço, apoderando-se de mim enquanto os dentes afiados se enterram na minha pele sem que seja derramada uma única gota de sangue.

Nenhum segredo lhe é velado.
Os seus olhos hipnóticos, escondidos por trás dos meus, desvendam mistérios enquanto o meu sorriso mefistofélico se compraz de satisfação.

Sussurra-me ao ouvido o seguinte: "Há um fogo que me envolve e consome incessantemente, sem que eu me transforme em cinzas..."

No sibilar da serpente,

Cronista, Viajante no Tempo, Terapeuta, Taróloga, Tradutora, Professora.

Comentários

Lenora disse…
UUUiiii.... credo, Hazel. Teu post me deixou com os cabelos em pé. É lindo, mas bem assustador. Beijos fresquinhos e suaves, tá?