Salpicos de Azul

As minhas bruxas raramente aparecem nas fotos porque são tímidas.

Bem, mas lá consegui persuadir a bruxa da cozinha a aparecer, senão não havia forma de conseguir fazer o post de hoje.

A cozinha não tem que ter só tachos e panelas. É aqui que a família se reúne, por isso, é simpático ter algo mais... para começar, música a tocar, por exemplo.

Atrás da bruxa, o nosso antigo rádio, amarelecido pelo tempo, mas que funciona como se fosse novo (cortesia do Sr. Lixus!).

A peça de porcelana com a Lua é um queimador de essência. Velas em diferentes tom de azul. A servir de apoio para as velas de alfazema, uma tampa de frasco de perfume, em madeira, e um pedaço de cana.

Um banquinho miniatura, por cima do rádio, uma pequena ardósia, e uma concha, apanhada numa caminhada pela praia. Ao lado da cómoda, uma grande pena de pato, que apanhei num jardim, e um ramo de eucalipto apanhado em Sintra.

Acho que as oferendas da Mãe-Natureza constituem as mais belas "peças" decorativas.

O pequeno saco de pano azul e o penduricalho de limão foram feitos por mim. É engraçado; poucas foram as coisas que comprei. Até a cómoda reciclei. Gosto disto; decoração fruto do acaso, em que tudo se conjuga de forma harmoniosa.

Abro-vos a minha porta...

Não é costume, em Portugal, as pessoas enfeitarem as suas portas de entrada fora da época natalícia.

Mas eu gosto de ter a nossa porta decorada o ano inteiro. Acho acolhedor. É uma forma simpática e calorosa de dar as boas-vindas a quem entra.

Estou sempre a alterar a decoração. E não compro enfeites; gosto mais de fazê-los, inspirada nos ciclos das estações.

Este da foto, porque estamos no Inverno, fiz com folhas de plátano secas, que apanhei na minha rua, e uma fita de seda vermelha para pendurar. Nada de pretensioso, apenas um detalhe que transmite simplicidade e carinho.

Podemos fazer coisas bonitas sem gastar dinheiro e sem destruir a Mãe-Natureza. E é muito mais agradável ser-se recebido por uma porta decorada do que por uma vazia, não acham?

P.S. - Sabem o que é aquele papel colado à porta? Espreitem aqui, os curiosos... ehehehe

Hazel responde... (antiguidades e energias)

Dúvida de uma leitora:
"Olá Hazel! Visito seu blogue diariamente, e embora tenha postado alguns comentários (já faz tempo) gostaria de te pedir uma ajuda, favor ou mesmo sugerir assunto para um post, se é que você já não tenha falado sobre o assunto...

É o seguinte, tenho em minha casa, inúmeras peças antigas que vão desde móveis até malas e pratos de parede, são lindíssimos e guardo todos com muito carinho.
Acho que além do toque pessoal, essas peças dão um charme enorme dentro de casa.

Mas, minha dúvida na verdade é em saber se essas peças antigas, que já foram de outras pessoas, não trazem consigo alguma energia (que pode ser boa ou ruim) e o que fazer nessas situações? Tenho peças espalhadas pela casa toda e não tenho a mínima intenção em me desfazer.
Deixo para você um grande abraço e desejos de um 2009 repleto de realizações para você e toda sua família! Sandra Maria
"

Sandra Maria, as peças antigas trazem sempre alguma energia, sim. Mas esta particularidade são se aplica apenas às antiguidades, pois todos os objectos são receptores de energia, uns mais do que os outros.

As energias dos objectos da nossa casa, geralmente, são protectoras. E essa protecção é, justamente, "alimentada" pelo tal carinho a que te referes.

De qualquer das formas, se sentires alguma espécie de desconfiança em relação a algum objecto em particular, aconselho a lavá-lo muito bem em água corrente e colocar a apanhar ar e Sol - no caso de ser lavável, claro.

Outra alternativa é pintá-lo de outra cor, alterar o seu aspecto, forrar com tecido, etc...
O sal grosso também absorve as energias negativas. As soluções são diversas, consoante o tipo de objecto.

No entanto, se te sentes em harmonia com as coisas que te rodeiam, então, deixa-as como estão... pois estão em sintonia contigo. Espero ter esclarecido a tua dúvida.

Obrigada pelo comentário, e retribuo os votos de um bom ano! Beijos!

Oferta do "Senhor Lixus"

Zás-trás-pás!... No outro dia, caíu, acidentalmente, e fez-se em cacos o pote de guardar os algodões.

Não fiquei com muita pena, pois nunca gostei muito dele; até o mantinha longe da vista, guardado dentro do armário.

Logo hei-de arranjar outro sítio para guardar os algodões, pensei.

Então... um dia depois, o Senhor Lixus, que demonstra estar sempre tão atento às nossas necessidades, "ofereceu" esta encantadora pequenina terrina (estou a usar o nome correcto?, "terrina"?).

Achei-a tão bonita e engraçada com o seu formato de rim; parecia saída de um filme antigo. Nem ligo particularmente a objectos de loiça, mas este... achei-o especial.

Foi minuciosamente lavada, e já tenho onde guardar os algodões. Esta não foi para dentro do armário... como poderia esconder um artefacto tão bonito?

Obrigada, Senhor Lixus, pelo luxo!

Contra a inveja

"É triste não ter amigos?
Ainda mais triste é não ter inimigos.
Porque, quem não tem inimigos,
É sinal de que não tem:
Nem talento, que faça sombra,
Nem carácter, que impressione,
Nem coragem, para que o temam,
Nem honra, contra a qual murmurem,
Nem bens que lhe cobicem,
Nem coisa alguma que lhe invejem...
"
- Voltaire

Conforme prometido, hoje o post é sobre o tema da inveja, "mau-olhado", "olho gordo"...
Isso existe, sim. É poderoso, e pode causar estragos.

Comparo a inveja ao bicho da madeira, que vai corroendo o interior de quem a sente, e, muitas vezes, o invejoso está de tal forma impregnado dessa má vibração, que consegue realmente contaminar a vida do invejado. O que fazer, então?

Numa só palavra: a-f-a-s-t-a-r.

Não há que ter medo, apenas devemos não entrar na sintonia dessas pessoas, que vivem em constante competição, e afastar-nos delas. Nem sempre é fácil, mas é a opção mais saudável.

A nossa maior protecção reside num bom discernimento e força espiritual; não devemos pedir desculpa pelo nosso carro novo ou por termos uma boa casa. Mas também não nos gabemos disso. Fechar a boca e agir com simplicidade. Afinal, nada será nosso para sempre; a alma não tem bolsos para guardar tesouros.

Fechemos o nosso espírito à recepção dessas energias que muitas pessoas emanam, e vamos então proteger o nosso mundo com pequenos gestos que o "salpiquem" da nossa essência, e o escudem destas influências:

- Plantas naturais. Bem tratadas. Se tiverem flores brancas, tanto melhor, pois absorvem as más energias;

- Estatuetas de Buda; harmonizam as energias, protegem, e conferem tranquilidade;

- A cor vermelha. Qualquer coisa vermelha; um penduricalho de malaguetas na cozinha, uma fita vermelha atada no pulso esquerdo, outra no puxador da porta de casa, etc.;

- Alecrim. Colha alecrim e pendure por cima da porta de entrada. É uma planta sagrada, que protege contra inveja, roubos (não substitui uma porta bem fechada, todavia!), etc.;

- Sal grosso. Absorve as energias negativas. Tenha-o em copos ou taças nos locais mais frequentados da casa. Renove-o regularmente, deitando fora o sal endurecido;

- Incensos. De arruda, eucalipto, alecrim, alfazema, mirra...; limpam e purificam o ambiente;

- Alho. Pendure uma réstea de alhos, pois é uma boa arma contra todas as formas de vampirismo de energias.

Lembre-se, no entanto, que a melhor medida que poderá tomar é afastar-se de pessoas invejosas, e não concentrar demasiado os seus pensamentos e energias no assunto.
Siga com a sua vida! Existe um mundo inteiro de coisas maravilhosas com que se ocupar.