A lenda de São Martinho


Nos dias perto de 11 de Novembro, o Outono faz sempre uma pausa, dando lugar a um clima quente e soalheiro, como se fosse Verão -  o "Verão de São Martinho".

Diz a lenda que numa noite de bastante frio e chuva, um soldado romano encontrou um mendigo mal agasalhado e cheio de frio que lhe pediu esmola.

Não tendo mais nada para lhe dar, o soldado rasgou ao meio a sua capa e ofereceu-lhe metade.

Para retribuir esse acto de bondade, todos os anos, por esta data, o Outono passou a fazer uma pausa, para que o calor e a alegria inundassem, por uns dias, a Terra.

É tradição comer-se castanhas assadas, acompanhadas de jeropiga ou água-pé.

Hazel

Sintra

Coisa rara... um post no Domingo à noite.
Apeteceu-me.
Passeio neste Sábado por Sintra.
Lua Crescente.
Pôr-do-Sol, e cheiro a maresia.

Um bom começo de semana a todos os leitores, de quem já sou um pouco íntima. Ho ho...


Sou adversa a Centros Comerciais. Estes são os lugares onde prefiro ir.

Não sou "chique".

Por baixo desta imaculada capa, está um sofá com uns 10 anos, que tem a cor original desbotada e nódoas, dessas que só saem à tesourada.

Mas isso não é suficiente para descartá-lo. O que me importa é a sua essência, não o aspecto superficial, que pude alterar.

Reaproveitei, certa vez, umas cortinas que tinha guardadas e já não usava, para usar como capa.

Cosi uma à outra, e a capa improvisada serviu que nem uma luva para dar um visual mais "polido" a esta peça que tem acompanhado a nossa família desde o primeiro dia.

Isto não é chique. "Chique", se calhar, seria comprar um sofá novo, caríssimo, e deitar fora este, aumentando ainda mais a quantidade de lixo que o mundo já tem. - perdoai o sarcasmo.

Recebi um comentário - anónimo! - que dizia que eu devia tentar ser mais "chique" (??).

Ora bem, eu não sou "chique". Nunca disse que o era. Nem quero ser "chique" - muito menos, para tentar agradar. Aliás, o que é ser-se "chique"? O conceito é subjectivo.
Como pode alguém decretar o que é, ou não, "chique"? Tal capacidade seria comprovada de que forma? Não conheço nenhuma equação matemática cujo resultado seja... "chique"!

Eis aquilo que sou: económica, simples, humilde, criativa e ecológica. Uma pessoa real.

Neste sofá, aconcheguei-me, embalada pelo CD "Opera Sauvage", do Vangelis, e fiz exercícios respiratórios para tentar disfarçar a dor das contracções, enquanto fazia tempo para ir dar à luz na Maternidade.

Esta sala já presenciou sorrisos, gargalhadas, lágrimas, pedidos de desculpa, gritos de alegria, eu sei lá... Aqui, o L. deu os seus primeiros passos.

Foi neste sofá-não-chique, com o laptop no meu colo, que nasceu a Casa Claridade.

Ah... a propósito, vêm aquela moldura que está à esquerda, em cima do baú antigo, que tem uma foto com um mar azul turquesa?

A mulher na foto sou eu... nas Caraíbas. Fiquei hospedada no Hotel mais caro e luxuoso da ilha. Chique, não? Kakakaka!

A dona das nossas janelas

Esta amiga rola já faz parte da nossa família há, pelo menos, uns 3 anos.

Não me recordo exactamente de quando nos adoptou, mas nunca mais deixou as nossas janelas, desde então.

Chegámos a estar quase um mês fora de casa, e, quando regressámos, assim que levantámos as persianas, cá estava ela!
É de uma lealdade extrema.

Por nunca nos ter abandonado, passei a recompensá-la com algumas guloseimas; quando sobra arroz cozido, coloco num pires do lado de fora da janela. Ela adora. E também gosta muito dos restos de Nestum do L..

Outras vezes, coloco arroz cru, migalhas de pão, ou até alpista.

Voa de janela para janela, para observar-nos cá dentro (tal como está a fazer na foto!).
Está sempre a vigiar todos os nossos movimentos. Faz parte da nossa casa e da nossa família. Ela não é nossa; nós é que somos dela. Com a vantagem de que é livre.

(Hoje o post é curto e sem "sal"; fui cortar o cabelo, o que, para mim, é quase uma agressão.
Só vou à cabeleireira, mais ou menos, de dois em dois anos.
Estou triste, sinto-me incompleta.
Porque será que as cabeleireiras cortam sempre tanto? - pergunta de retórica, nem carece de resposta.
Amanhã volto com outro ânimo. Ou não. Se calhar, vou esperar até o cabelo crescer.)

Quanto mais simples, melhor.

Ontem tive que dar prioridade aos afazeres domésticos, os quais me revelaram duas tão grandes verdades, que não posso deixar de compartilhar:

1º - Descobri que quando queremos que chova... basta lavarmos as janelas;

2º - Também descobri, afinal, para que servem as ancas das mulheres: para apoiar o alguidar da roupa, quando nos dirigimos para o estendal...!
(Não pensem que estou a fazer de conta que desconheço as outras utilidades das nossas ancas, mas isto é um blogue familiar)

Avancemos, e deixemos de lado as minhas "profundas" divagações...

Costumo fazer alterações na decoração a cada 2/3 meses. Faço-o, porque, quando mantemos os objectos em movimento, assim também estarão as energias...

Quando olhamos em volta, e já não distinguimos umas coisas das outras, apenas vemos o todo, significa que está na hora de "baralhar e voltar a deitar as cartas".

Para ter novos focos de interesse na decoração, não é preciso andar sempre a correr para a loja. Nada disso.

Com um pouco de carinho e dedicação, podemos usar os recursos da Natureza e fazer os nossos próprios elementos decorativos. Quanto mais simples, melhor. Vejam se não tenho razão:

Pedindo a devida licença à Mãe-Natureza, "esgueirei" as mãos por entre os arbustos de uma propriedade vizinha, e "subtraí" alguns ramos de hera, para fazer uma coroa (guirlanda, no Brasil).

Não pode existir nada mais fácil de executar. Bastou entrelaçar os ramos uns nos outros, e depois atar em cima com um pouco de ráfia.

A hera é um dos esconderijos favoritos dos duendes e protege a casa de espíritos malignos.

É um símbolo de longevidade - existem alguns exemplares de hera que atingiram 400 anos! - e de fidelidade, devido à sua ligação com a mitologia grega.

Algumas pessoas consideram-na uma praga dos jardins (eu acho que a praga são as próprias pessoas).

Então, tenho, ou não, razão?