
Há poucos dias li um texto muito bonito relacionado com uma figueira.
Gostei tanto, que fiquei a pensar na história que ele contava e a imaginar como seria bom poder ter árvores de fruto.
Muitas pessoas as têm, e por não conseguirem consumir toda a quantidade de frutos que a Mãe-Natureza lhes dá, acabam por deixá-los a apodrecer caídos no chão. Nem lhes ocorre partilhá-los.
Pois hoje é o último dia de férias do meu filho, e quisemos passá-lo dedicados a ele. Levámo-lo, a pé, ao parquinho que fica perto da nossa casa, o seu local de brincadeiras de eleição.
Ao chegar à rua de baixo, encontro esta linda caixa de madeira junto ao ecoponto. Tão branca e limpa, com florinhas desenhadas, que parecia impossível ali estar. E estava vazia.
Já sabem como eu sou... Peguei na caixinha bonita e levei-a comigo. Claro!
Até podia voltar para trás e deixá-la em casa, porque estava perto, mas o objectivo era levar o nosso L. ao parque, e não quisemos perder tempo; a caixa acabou por ir connosco também.
E agora, a segunda parte da intervenção divina.
No regresso a casa, já ao fundo da rua, descubro, no meio de várias árvores, uma enorme figueira. Cheiinha de figos. Já aqui moro há tantos anos e nunca a tinha visto. Até parece que surgiu por magia! Será que foi?
Colhi todos os figos que me apeteceu, e como não tinha onde os colocar, usei a caixa de madeira. Então foi por isso que ela me apareceu no caminho...
Que dádiva!
Ainda tenho as mãos todas peganhentas de apanhar os figos, mas sinto-me muito feliz e inspirada, porque sei que o caminho que percorri já estava, de algum modo traçado.
Sei que não foi por acaso.
E agora, sempre que quiser figos, basta descer a rua!
O meu filho adora figos; nunca tinha provado antes, nem sabia o que eram.
E eu tenho a enorme satisfação de poder colher frutos de uma árvore, em vez de ter de ir ao supermercado comprá-los. Não é só pela poupança, mas também pelo sentimento de retorno ao que é simples e natural e por saber intimamente que, por vezes, sou muito abençoada.
Obrigada.
P.S. - E ainda terei o prazer de poder partilhá-los com algumas pessoas que vão deliciar-se com a sua doçura.
- domingo, agosto 31, 2008
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