Hazel responde... (o "Sr. Lixus")

Dúvida colocada por Maria Manuela, num comentário, e que, seguramente, é a mesma de tantos leitores:
"Bom, eu sou daquelas que resgata livros do lixo. Mas objectos desses lindos nunca encontrei. Mas como é que tu fazes ??? (...)"

É uma pergunta a que o comentário de Ana Luciana responderia na perfeição:
"Se por um lado acho o máximo encontrar estas peças no lixo, por outro não deixo de pensar na forma descartável como as pessoas vivem. E lá volto eu à história do consumo desenfreado, e do desperdício absolutamente desnecessário. Não sou propriamente contra o deitar fora, sou sim, contra o comprar sem ser absolutamente necessário, porque aí sim, já vai parar ao lixo em três tempos. E nem sequer me preocupa o dinheiro que se gasta, porque só o gasta quem o tem, preocupa-me a forma descartável de encarar a vida, o desapego, novamente o desperdício, o gasto exaustivo de recursos, o desequilíbrio ecológico (...)"

Respondo: Há muitos anos atrás, li uma reportagem na revista que acompanhava o "Correio da Manhã" sobre as mulheres que trabalhavam nos serviços de recolha de lixo.

É um trabalho essencialmente masculinizado, mas havia uma meia-dúzia de senhoras que desempenhava esse ofício, e, por isso, foram entrevistadas.

Contavam elas que, depois de terminarem o turno, adoravam juntar-se para "ir à gandaia". Foi a primeira vez que ouvi esta expressão, que significa "andar ao lixo". Diziam que as pessoas não fazem a menor ideia dos valiosos tesouros que já tinham achado na "gandaia".

Eu devia ter uns 8 ou 9 anos quando li essa reportagem. Lembro-me que achei tanta graça e fiquei a imaginar que coisas encontrariam elas no lixo.

Mais de vinte anos depois, compreendo o entusiasmo dessas mulheres, e também o partilho.

Tecnicamente, eu não apanho coisas do lixo; apanho do chão.
Sou atenta, e quando vejo sacos com bom aspecto no chão, ao lado do contentor, espreito para ver o que têm. Sim, admito! E, quero lá saber, não tenho vergonha de dizê-lo.

Não faço isso sempre, mas quando faço, tenho mesmo muita sorte. Tive sorte aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui.... e em muitas outras ocasiões, que não cheguei a relatar.

De tal forma, que há muito que deixei de comprar livros. Tenho a estante cheia, e há cerca de duas semanas doei, com enorme prazer, umas boas dezenas deles à Biblioteca Municipal.

Também tenho dado livros e outras coisas a pessoas que vejo que precisam e valorizam.

E é assim... tenho pena que haja tanto preconceito em relação a estas coisas, pois é o preconceito que tem destruído o Ecossistema, é o preconceito que tem colocado as pessoas em constante disputa umas com as outras, e é o preconceito que impede os bons sentimentos de fluírem livremente.

As pessoas abandonam de tudo no lixo. Até crianças e animais. Recordo-me de uma amiguita de praia que tive quando era pequena, cuja mãe certa vez contou que ela não era sua filha biológica; tinha-a achado, recém-nascida, no caixote do lixo.

Assim, podem imaginar que no lixo, não há só lixo.

Cito o meu pai: "A maior riqueza do mundo está no lixo." - nem ele calcula, apesar de já não se lembrar de ter dito isto há muitos anos atrás, a dimensão desta enorme verdade...

Acreditem ou não...

... mas estas lindas peças foram todas achadas no lixus!

O pote de café condiz na perfeição com as cores da minha cozinha. E a tigela também (até nisso o Sr. Lixus é atencioso!).

A chávena miniatura é uma ternura, não acham?

Também gosto do tubo de vidro (parece um utensílio para fabrico de perfumes).

O que é interessante é que tinha comentado com algumas amigas, na semana passada, que nunca tive um bule, e que gostava de ter um.

Pronto! Cá está ele.

É impressionante o poder da palavra. Agora comento para o mundo inteiro que nunca tive um pote cheio de ouro, e gostava de ter um.

Vamos ver... nunca se sabe!

Móveis personalizados

Nem sempre podemos comprar móveis de sonho. Mas até acho que nem precisamos.

Podemos transformar o que temos em peças únicas, e criar recantos de fazer sonhar. Sem gastar praticamente nada.

Este móvel/fraldário é um exemplo disso.

Desenhei a lápis este urso directamente nas gavetas, e depois pintei com um pedaço de esponja humedecida com tinta azul.

Os puxadores também foram pintados de diferentes tons.

Acho que ficou muito amoroso. E nem sequer sei desenhar. Agora, imaginem se soubesse!

Querem saber quanto gastei nesta personalização? Cerca de 1 euro (sim, é verdade!).
Foi quanto custou esta latinha de tinta que comprei numa papelaria.
A tinta deu para esta pintura e ainda sobrou para outras invenções.

Uma semana feliz!

Por causa do Sol

Depois de tantos dias seguidos de chuva, frio e céu cinzento... eis o regresso do Sol, em todo o seu esplendor...

E inundou-me a casa e o espírito.

Às vezes, brinco ao gato e ao rato com os leitores; mostro um bocadinho, mas não revelo quase nada.

Mas hoje é um bocadinho diferente.

Deixo-vos, nesta soalheira 6ª feira 13, algumas fotos de recantos especiais da minha casa, e, como estou uma mãos-largas... até eu apareço! Espero que gostem.

Colecção de caixas. Vêm o bauzinho vermelho? É pintado à mão, artesanato alentejano!

O objecto branco é um sabonete perfumado, envolto em véu, que o L. me ofereceu no dia da mãe. Foi o primeiro presente de dia da mãe que recebi, e guardo-o com muito carinho.

Adoro esta torre de livros antigos!! Tem estado a subir cada vez mais, com tantos achados que vamos fazendo no Lixus.

Mini-colecção de caixinhas de comprimidos muito antigas, e demasiado bonitas para estar guardadas.
Mesa de centro. Esta pedra cinzenta achatada, trouxemo-la de uma praia de Porto Covo. Foi um belo dia de praia. Usamo-la como base para copos (estilo Flintstones!).

Ocasionalmente, quando o L. se porta bem, esta Bruxa tem um Kinder enfiado numa mão, ou um presente debaixo do braço para lhe oferecer quando ele vem da escolinha. Eu não tenho nada a ver com isso. É coisa da Bruxa mesmo. ;-)

Eu! Desculpem não poder mostrar uma imagem mais nítida... Medo! E timidez!!! kkk

Da janela da cozinha. A Mãe-Natureza a renascer aos poucos, depois de um longo e rigoroso Inverno...

Dica de Poupança

Vêm esta embalagem aqui na minha mão?
Ela tem um dispositivo no interior que faz com que o sabonete líquido saia em espuma.

É mais prático e, supostamente, económico, pois as marcas que têm esta particularidade não são as mais baratas.

Mas a embalagem é bonita, e comprei, inicialmente, apenas para a casa-de-banho do L. (que gostou tanto, que nem sei como não gastou as mãos de tanto lavá-las).

Quando acabou, pensei: gel de duche... gel de lavar as mãos... vai dar ao mesmo!

Comprei uma embalagem de 2 litros de gel de duche, da marca branca do supermercado (muito mais barata), e usei-o para recarregar.

Despejei até meio da embalagem, e completei com água. Agita-se, e temos novamente sabonete em espuma.

A água serve para o gel ficar mais diluído, e passar facilmente pelo doseador. Além de fazer render muito mais o produto.

O truque funcionou tão bem, que comprei mais uma embalagem com doseador de fazer espuma, para a casa-de-banho principal. Tirei o rótulo e decorei com conchas atadas numa corda. Quando o produto esgotou, também recarreguei da mesma forma.

A televisão é apenas um electrodoméstico

A maior parte das pessoas que conheço tem televisões em todas as divisões da casa (excepto nos w.c.'s).

Nós temos apenas uma televisão, e passaríamos bem sem ela. Esteve mais de um ano avariada, e não sentimos diferença nenhuma nas nossas vidas.

Até porque não vemos telenovelas, noticiários, nem futebol (felizmente!). Somos uns seres estranhos, ?

Já temos a televisão reparada, mas, de qualquer das formas, acabamos por raramente ligá-la, porque estamos desabituados. Acho que temos uns 50 canais (nem sei ao certo), e nem nos lembramos.

Creio que foi o Kurt Cobain que uma vez disse: "A televisão é apenas um electrodoméstico." Como concordo! E é um electrodoméstico do qual não dependo.

Venho de uma família que tomava as refeições a ver o noticiário: Ninguém podia falar (só nos intervalos). Uh......! Sempre jurei a mim mesma que, quando tivesse a minha casa, nunca teria televisão. Lá acabei por comprar, mas raramente a ligo, o que vai dar ao mesmo.

Cá em casa, tomamos, a maior parte das vezes, as nossas refeições na cozinha. Porque é mais rápido e prático. Mas, enquanto comemos, temos música a tocar, e conversamos.

As refeições são muito importantes; são os momentos em que nos juntamos os 3.
Por isso, este ano, estamos a adoptar um novo hábito: dizer uma espécie de oração antes de comer. Nada de coisas religiosas; uma oração de cariz espiritual. Damos as mãos, e um de nós diz aquilo que sentir. Por exemplo:

Abençoada seja a comida que nos vai alimentar.
Que em cada canto desta casa reine a paz, protecção e alegria.
Que nos nossos corações haja tolerância e serenidade.
Que a nossa família se mantenha unida.
Que assim seja. E assim será.

Acho que vivemos numa espécie de ilha deserta... mas somos felizes assim!

Update:
Lá quando o Rei faz anos, vemos algum filme.
E o L. vê os seus desenhos-animados, sim.

Para aquecer a cama



Enche-se de água a ferver, enrosca-se a tampa com força e mete-se dentro da cama.
Actualmente, caiu em desuso. É pena, porque isto é do melhor.

No outro dia, lembrei-me de recorrer a este método antigo, porque o L. diz que a sua cama é fria. Fervi água, despejei-a lá para dentro com um funil - é mesmo à antiga! - e depois de fechar o saco bem fechado, meti-o na cama do L.. Cinco minutos depois, quando ele se deitou, fez um daqueles sorrisos. A sua cama estava um ninho.

"Mamã, a minha cama está tão quentinha. Já podes tirar daqui o saco."

Levei, então, o saco para a minha cama, e experimentei-o, pela primeira vez.
Pois em boa verdade vos digo que, de manhã, o saco ainda estava quente.

Ah............................ que maravilha. Os antigos é que sabiam das coisas.
Fica o conselho!

Quentinha à moda antiga,

Hazel

P.S. - Ecológico & económico: a água é sempre a mesma; basta reaquecer.

Hoje sou heroína nacional!

Li no blogue brasileiro Na casa dos 30 um post em que a autora falava sobre a possibilidade de vir a receber recordações estranhas do seu namorado, que viajou para Portugal.

Bom...! Voluntariei-me para ajudá-los, e salvar o meu país de ficar com a fama de ter artesanato estranho/feio.

Isto deu-me que pensar; nas poucas viagens que fiz a países estrangeiros, apercebi-me de que as pessoas têm uma ideia errada sobre Portugal e os portugueses, por isso também aproveito a oportunidade para dizer ao mundo inteiro que:

1. A moda dos bigodes já é do século passado! Raros são os portugueses que usam bigode;

2. Isto também se aplica às senhoras!;

3. Os portugueses não bebem vinho directamente do garrafão; nem batem nas mulheres;

4. Porque associam tanto Portugal ao bacalhau? Não existe bacalhau no nosso mar, sabiam? O bacalhau é pescado nos mares nórdicos. Podem confirmar aqui, se não acreditam!

Para concluir, algumas fotos do bonito artesanato português, para ajudar a minha amiga brasileira a receber um presente que lhe agrade:

Mobiliário alentejano. Fonte aqui.

Vimes da Madeira. Fonte aqui.

Faianças portuguesas. Fonte aqui.

Artesanato em cortiça. Fonte aqui.

Arte em vidro, da Marinha Grande. Fonte aqui.

Joalharia portuguesa. Fonte aqui.

Tapeçaria de Arraiolos. Fonte aqui.

Homem português. Fonte aqui.

Uffffffffff... missão cumprida. O país está salvo!

Quarto de Anjo

Neste quarto celestial dorme um menino que parece - e é - um anjo...

Tudo tem sido construído com muito carinho e dedicação.

Esta cabeceira de cama nasceu primeiro na minha cabeça.

Não está perfeita, porque não sei fazer coisas perfeitas. Mas acho que é a imperfeição que torna as coisas únicas e especiais.

Optei por não estofar a cabeceira da cama por dois motivos muito plausíveis:
1º Preguiça;
2º Porque depois não dava para lavar.

Então, criei esta capa aberta em baixo, que se retira facilmente (basta puxar), a partir do resto de tecido das cortinas do quarto.

Como adoro fitas, elas não podiam faltar aqui, pelo que complementei com uma fita azul e outra amarela nas extremidades.

(Agora que reparo bem, isto está a tornar-se um vício... para além da cama, o cão branco também tem uma fita, bem como o urso pendurado na parede; e até o candeeiro!!)

O cão branco que dorme em cima da cabeceira da cama, fiz para o L..

Para que serve um espanta-espíritos?


Os espanta-espíritos, ou sinos-de-vento, se preferir, servem para trazer harmonia, protecção e alegria. As vibrações que o som produz viajam pela casa e exercem um efeito curativo nas energias estagnadas e menos luminosas.

As suas agradáveis melodias ditadas pelo acaso, trazem-nos calma e bem-estar.

Há algum tempo, compreendi verdadeiramente a origem deste nome; os espanta-espíritos têm a capacidade de os espantar. Os espíritos, sim.

Ou, pelo menos, de avisar-nos da sua presença, com suaves e inexplicáveis tilintares, quando não há correntes de ar nem ninguém a passar. Uhhhhh...

Gosto de ter um à entrada do quarto, sinto-me protegida enquanto durmo.

A escutar a melodia dos sinos,

Hazel

O meu chá mágico


Acrescente uma boa dose de força e alegria à sua vida, com a magia de um chá de maçã e canela.

Não.... não vá ao supermercado comprar!
Faça realmente o seu chá; tem outra energia...

Deite um pau de canela, juntamente com as cascas de uma maçã lavada, numa panela. Acrescente água. Não há medidas exactas, siga o seu instinto.

Depois de ferver, desligue o lume, tape a panela e aguarde meia-hora, enquanto os sabores se libertam... Beba, então, o seu delicioso chá mágico. Pode juntar açúcar, se quiser.

A maçã é um símbolo de vida, crescimento e imortalidade.

E a canela é um elemento restaurador de forças, alegria, energia e optimismo.

Hazel