Descida aos Submundos pelo Comboio da Índia

segunda-feira, fevereiro 24, 2020



Viajar de comboio na Índia é uma estranha e desconcertante descida aos submundos que invoca o Indiana Jones dentro de cada um de nós. Tudo o que conhecemos, a lógica e a ordem pela qual achamos que a realidade é feita desfaz-se como a ilusão de um sonho.


Não existem horários na Índia; o tempo de espera para o comboio pode ser vinte minutos ou mais de três horas. Nunca temos a certeza da linha onde se apanha, os lugares marcados podem estar ocupados por outra pessoa, tudo é caótico e incerto. Porém, de alguma forma que não consigo entender ou explicar, funciona.

Não vou dissertar sobre as casas-de-banho dos comboios onde se viaja por mais de oito horas. Não vou. Depois disto, acho que até estaria apta a limpar a caixa de areias da minha gata com as mãos. A repulsa, o barulho e o caos relativizaram-se desde esta aventura.

Sem dúvida que esta experiência me ensinou muito acerca de gestão de expectativas, preconceito, ansiedade, medos, ilusões, respeito e compaixão. Acreditem ou não, uma viagem no exótico comboio da Índia é uma deslocação transformadora às mais sombrias profundezas de cada ser humano para revelar que não existem graus de separação entre um e todos.

Aquele que sai na estação final será uma pessoa completamente diferente do que entrou a bordo.

E sim, é perfeitamente seguro. Não há criminalidade. O comboio torna-se um só indivíduo, e cada viajante é sua parte integrante, um órgão no seu interior.

Em deslocação,

Hazel
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