Rishikesh, a cidade dos gurus

Rishikesh, situada mesmo na base dos Himalayas, no Norte da Índia, é uma cidade Hindu sagrada com particularidades únicas e onde nos habituamos a um estado de surpresa permanente.

A nascente do Rio Ganges é muito perto daqui e as suas águas verde-esmeralda são ainda cristalinas e seguras para tomar banho, desde que com as devidas precauções — agarrar em cordas de protecção, manter-se sempre junto à margem e nunca tentar nadar — para não ser levado pela perigosa e fortíssima corrente.

Acreditam os Hindus que quem se banhar nas águas sagradas do Ganges limpa todos os seus pecados.

Vendedor ambulante que deambula junto ao Ganges. 

A alimentação é, por imposição legal e religiosa, completamente vegetariana. 
O consumo de animais e de álcool é proibido e não se encontra nos restaurantes. 

As especiarias estão sempre presentes na gastronomia de sabores intensos e estimulantes.








Ponte de Laxman Jhula, sobre o Rio Ganges.

Nas duas pontes oscilantes — mas seguras — sobre o Rio Ganges em Rishikesh, passam pessoas, vacas, burros e macacos, tudo-ao-mesmo-tempo. Para os Hindus, todos os animais são sagrados e circulam livremente, como se fossem humanos.

Os macacos, larápios velhacos, estão sempre atentos a uma oportunidade para furtar comida, óculos-escuros, máquinas fotográficas ou qualquer objecto pequeno que seja transportado de forma distraída.

Limpadores de Ouvidos (Hã?).

Estes dois amigos com bolas de algodão entaladas em cima das orelhas e maletas pretas, são "Limpadores de Ouvidos". Como o nome indica, limpam os ouvidos de quem quiser — sem garantia de não causar surdez permanente. Aqui está a solução para nunca mais ouvir conversas inconvenientes, estes senhores resolvem.

Vendedor de livros no mercado. 

Na Índia, falam-se vinte e três línguas e mais alguns dialectos não reconhecidos oficialmente. As duas línguas principais são o hindi e o inglês. 

Sumo de cana-de-açúcar com lima e hortelã espremido no momento. 

O mais delicioso e revigorante sumo que existe no mundo. Vale bem a pena arriscar uma hepatite B num copo mal lavado para degustar esta iguaria. Viver, por si, já é um risco. Por isso, eu alinhei em beber — e sobrevivi para contar a história.

Cortejo de Krishna.

Não existem passeios para os peões e todos circulam misturados: carros, pessoas, animais, carroças, motas e barcos. Todos sobrevivem, segundo parece. Tudo flui, de alguma forma misteriosa que não é para ser compreendida, mas para ser aceite.


As lojas de saris. 

Valha-me Maa Durga, a beleza e a exuberância das roupas femininas levam a mais espartana e indiferente mulher a perder-se em suspiros e devaneios mentais onde se imagina como personagem nos contos "As Mil e Uma Noites". 

Está claro que eu quis comprar todos os saris. Acabei por não comprar nenhum e agora vou arrepender-me para sempre. Buá!

Os colares de flores.

As flores são abundantes e de cores vibrantes, vendidas em colares para as celebrações Hindus junto ao Ganges.

Namasté.

As saudações mais usadas nesta região são "Namasté", "Areom" ou a colocação da mão sobre o peito enquanto sorrimos. 

As mulheres em Rishikesh.

Muitas mulheres indianas, nesta região, são mendigas ou trabalham na construção civil e a carregar pedras enormes sobre a cabeça. As condições em que vivem são extremamente duras para a sua constituição física frágil.

Nas lojas, casas de câmbio, cafés e restaurantes, táxis e tuk-tuks, quase só trabalham homens.

Os Sadhus.

Os gurus, líderes religiosos de barba e cabelos compridos, olhar compassivo e discurso lento e bem articulado, são prolíferos aqui. 

Em cada rua, tropeçamos num Sadhu, estes sábios prontos a revelar-nos os mais recônditos segredos da existência humana a troco de algumas rupias. 

As crianças.

As crianças que têm a sorte de poder estudar são alegres, simpáticas, felizes. 
Um privilégio que não está acessível a todas as famílias nesta região, pois muitas começam a trabalhar ou a viver como mendigos logo que aprendem a andar. 

A Índia é um país de contrastes: cheiro de incenso em todas as ruas, cores vibrantes, flores coloridas, vegetação luxuriante, animais em liberdade, misticismo, celebrações a acontecer diariamente, onde todos sorriem para todos e tudo sempre tem alguma solução improvisada. Como nos filmes de Bollywood, o impossível é sempre possível. 

Existe também a poluição, o lixo nas ruas, a exploração infantil e juvenil, os falsos gurus, os trapaceiros e o barulho a que nos habituamos e que nunca pára. 
O preconceito, o valor que atribuímos às aparências, a repulsa pela sujidade, o medo das doenças, a incapacidade de aceitar a desordem, o barulho e a imundície são colocados à prova diariamente.

Ama-se e odeia-se, na medida daquilo que nos encanta ou incomoda. Depende de onde o nosso olhar pousa e o coração repousa. Depende de quem somos, no fundo.

Contudo — por mim falo —, vence o Amor.
Espero voltar em breve.

O nosso regresso a Portugal esteve em risco; horas depois do avião aterrar, fecharam as fronteiras.
Felizmente, tudo correu bem e Portugal nunca me pareceu tão limpo, asséptico, ordenado e silencioso.

Termina aqui o Diário de Viagem. Muitas graças por me terem acompanhado.

Em quarentena,

Hazel
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Dharamsala, a cidade fora do tempo






Dharamsala, no Norte da Índia, é conhecida por ser a cidade onde reside o Dalai Lama. Mais especificamente, na pequena povoação chamada McLeod Ganj, nas encostas dos Himalayas.

É, dir-se-ia, um país dentro de outro país. A Índia desaparece neste pedaço do mapa, para que o Tibete se materialize aqui, totalmente intacto nos valores humanos, na compaixão, na inocência, na introspecção, na bonomia monástica.

Neste canto esquecido do mundo, o ar limpo e frio com aroma a gelo recém derretido e incenso de sândalo queima-nos as narinas que se dilatam nas muitas subidas íngremes, ladeadas pelas bandeiras de oração tibetanas que ondulam ao vento.

O tempo não existe. O passo lento e contemplativo dos monges pelas ruas; os cães que abocanham com satisfação um pedaço de comida acabado de oferecer; as saias compridas e sóbrias das mulheres tibetanas; os voluntariosos engraxadores de rua; o músico tragicómico que toca guitarra com bonecos presos por fios aos dedos. Tudo está cristalizado nesta dimensão paralela, repetindo-se em lemniscata.

Vemos o movimento dos ponteiros dos relógios, mas garanto que é uma ilusão.

As mais profundas aprendizagens espirituais foram, sem dúvida, pelo exemplo de dignidade e infinita bondade do povo tibetano, nesta povoação misteriosa que nos acolhe dando-nos a sensação de regressar a casa, mesmo que tenhamos nascido do outro lado do mundo.

Se alguém procurar a paz e não a conseguir encontrar dentro de si, talvez a possa redescobrir aqui, nas Rodas de Oração Tibetanas, nos cânticos dos monges e das monjas, no piar dos falcões em vôo planado entre as montanhas, no silêncio dos anciãos.


Na paz dos monges,

Hazel
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Happy Holi!




H
oje é o segundo dia da celebração do Holi, o festival Hindu das cores e da alegria.
O Holi Fest, como é conhecido, acontece anualmente por toda a Índia na Lua Cheia que ocorre entre o fim de Fevereiro e a primeira quinzena de Março.



Na noite anterior, queimam-se troncos de madeira empilhados verticalmente no centro das praças. Hoje o ritmo alegre da música Punjabi invade as ruas e enfeitiça-nos os sentidos. É impossível não nos deixarmos contagiar com tanta euforia, amor e união entre pessoas.



Ninguém escapa às cores vibrantes e perfumadas que nos são lançadas e espalhadas no rosto, cabelo e no corpo. O comércio encerra para que todos possam festejar, em absoluta igualdade e fraternidade.


O Holi Fest representa a celebração da chegada da Primavera e o triunfo da Luz sobre as Trevas, do Bem sobre o Mal. Todos os ressentimentos são limpos e a emoção que impera é de amor, sendo por isso também conhecido como o Festival do Amor.

Foi, sem dúvida, a celebração mais feliz e contagiante onde alguma vez estive. Com mil cores!

De alma garrida,

Hazel
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Gurdwara, o Templo dos Sikhs

A palavra “Sikh” significa “discípulo”. O Sikhismo é uma religião monoteísta.
Tradicionalmente, os homens não cortam o cabelo, que está sempre envolvido dentro de um turbante, nem a barba.


Para visitar o Templo Sikh tem de se cumprir algumas regras: cobrir a cabeça e os ombros, descalçar e passar por uma área com repuxos que lavam os pés. Os casais não podem beijar-se nem dar as mãos.

Uma parte muito importante do Templo Sikh é a enorme cozinha, onde todos trabalham voluntariamente. A compra dos ingredientes provém de donativos.



Na sala onde se partilham as refeições, que são gratuitas, todos se sentam no chão em estado de igualdade: ricos e pobres, analfabetos e cultos, mulheres e homens, novos e velhos.






Circula-se sempre no sentido horário e a música devocional, que é uma importante parte do culto, é uma constante agradável e hipnótica.

Não existem sacerdotes, como em outras religiões, mas existe alguém que vai gerindo as cerimónias e o Templo. As mulheres também podem oficiar cerimónias.

O celibato não é praticado. Nesta religião, a estrutura tradicional de família é fortemente apoiada. Os homens praticantes da religião Sikh adoptam o apelido Singh e as mulheres adoptam o apelido Kaur.

As bases desta filosofia foram influenciadas por homens santos dos ramos místicos Bhakti, do Hinduísmo, do Islão e Sufi.

De lenço na cabeça,

Hazel
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