Há muitos, muitos anos atrás, o meu bisavô paterno encontrou uma jovem gaivota caída na praia. Estava ferida, com uma asa partida.
Levou-a para casa e, com muita paciência e engenho, fez-lhe umas talas em madeira, para ajudar a asa partida a curar.
Alimentou-a com restos de peixe, que ia pedir aos pescadores.
A asa curou-se e a gaivota recuperou as forças. A missão do meu bisavô tinha terminado, e ele resolveu levá-la de volta para casa: a praia.
Levou-a pela mão, levantou o braço e despediu-se dela. A gaivota fez dois ou três círculos no ar, por cima do meu bisavô, e partiu livre.
Algumas gerações mais tarde... num dia de muito frio e vento, levei o L. ao jardim.
Não havia mais ninguém a passear; éramos os únicos. Ouvi um piar aflito, e vi um pombo novo, ainda sem penas, a correr alvoraçado pelo chão; tinha caído do ninho.
Morreria, em pouco tempo, nas garras de algum gato, ou de frio. Trouxe-o para casa.
Fiz-lhe um ninho numa caixa, com restos de trapos. Nessa noite, caíu um temporal.
Alimentei-o com um palito; dava-lhe água, papas e pedaços de milho partido. No início, tinha que abrir-lhe o bico com as mãos para comer. Depois, era ele que abria o bico sozinho.
O pombo cresceu, e também as suas penas. Havia cocó por toda a casa!
Até que, um dia, peguei nele e levei-o ao mesmo jardim onde o encontrei.
Soltei-o exactamente no sítio onde o tinha apanhado, e ele, ainda inseguro nos seus primeiros vôos ao ar livre, trepou pelo tronco da árvore e regressou ao ninho de onde tinha caído. Foi ma-ra-vi-lho-so...
Já apanhei pardais, uma andorinha, pombos, e salvei até um pavão bebé. Nem sempre tive sucesso, mas passo a vida a "tropeçar" em pássaros em apuros.
Quando pego numa pena... penso nos quilómetros que ela já voou pelos céus, guiada pelos ventos, agarrada à ave a que pertencia. Penso que já esteve no topo das árvores, onde a mão humana não toca.
As penas, para mim, simbolizam isso tudo.
Paz. Liberdade. Viagens. Magia. O domínio dos céus. Despojamento.
Às vezes, quando dou um presente a alguém, colo uma pena no embrulho.
Nunca me perguntaram porque faço isso; presumo que pensem que o faço só porque fica bonito. Na realidade, quando colo uma pena ao presente, estou a oferecer, juntamente com ele, toda a linda e maravilhosa magia que ela traz.
A gaivota da foto, que parece verdadeira, está pendurada no tecto da cozinha (as gaivotas sempre foram as minhas preferidas, mesmo antes de saber da história do meu bisavô).
Gosto de colocar penas em todo o lado, e todas as que tenho, são penas que já cumpriram a sua missão de altos vôos, e que foram apanhadas do chão (nunca arrancadas!).
Levou-a para casa e, com muita paciência e engenho, fez-lhe umas talas em madeira, para ajudar a asa partida a curar.
Alimentou-a com restos de peixe, que ia pedir aos pescadores.
A asa curou-se e a gaivota recuperou as forças. A missão do meu bisavô tinha terminado, e ele resolveu levá-la de volta para casa: a praia.
Levou-a pela mão, levantou o braço e despediu-se dela. A gaivota fez dois ou três círculos no ar, por cima do meu bisavô, e partiu livre.
Algumas gerações mais tarde... num dia de muito frio e vento, levei o L. ao jardim.
Não havia mais ninguém a passear; éramos os únicos. Ouvi um piar aflito, e vi um pombo novo, ainda sem penas, a correr alvoraçado pelo chão; tinha caído do ninho.
Morreria, em pouco tempo, nas garras de algum gato, ou de frio. Trouxe-o para casa.
Fiz-lhe um ninho numa caixa, com restos de trapos. Nessa noite, caíu um temporal.
Alimentei-o com um palito; dava-lhe água, papas e pedaços de milho partido. No início, tinha que abrir-lhe o bico com as mãos para comer. Depois, era ele que abria o bico sozinho.
O pombo cresceu, e também as suas penas. Havia cocó por toda a casa!
Até que, um dia, peguei nele e levei-o ao mesmo jardim onde o encontrei.
Soltei-o exactamente no sítio onde o tinha apanhado, e ele, ainda inseguro nos seus primeiros vôos ao ar livre, trepou pelo tronco da árvore e regressou ao ninho de onde tinha caído. Foi ma-ra-vi-lho-so...
Já apanhei pardais, uma andorinha, pombos, e salvei até um pavão bebé. Nem sempre tive sucesso, mas passo a vida a "tropeçar" em pássaros em apuros.
Quando pego numa pena... penso nos quilómetros que ela já voou pelos céus, guiada pelos ventos, agarrada à ave a que pertencia. Penso que já esteve no topo das árvores, onde a mão humana não toca.
As penas, para mim, simbolizam isso tudo.
Paz. Liberdade. Viagens. Magia. O domínio dos céus. Despojamento.
Às vezes, quando dou um presente a alguém, colo uma pena no embrulho.
Nunca me perguntaram porque faço isso; presumo que pensem que o faço só porque fica bonito. Na realidade, quando colo uma pena ao presente, estou a oferecer, juntamente com ele, toda a linda e maravilhosa magia que ela traz.
A gaivota da foto, que parece verdadeira, está pendurada no tecto da cozinha (as gaivotas sempre foram as minhas preferidas, mesmo antes de saber da história do meu bisavô).
Gosto de colocar penas em todo o lado, e todas as que tenho, são penas que já cumpriram a sua missão de altos vôos, e que foram apanhadas do chão (nunca arrancadas!).
Comentários
Às vezes eu ainda não consigo acreditar a pessoa maravilhosa, mágica, fantástica que você é. Vê sempre algo muito especial, onde eu e muitas pessoas não veêm!!!
Feliz de quem convive com você e suas magias!
Hoje passo a ver as penas de uma maneira diferente.
Beijos querida!
Não tenho blog, mas todo dia venho aqui te visitar. As vezes meu dia está cinza e triste...e lendo o seu modo tão “mágico “ de ver a vida...me faz ter esperanças que viver ainda vale a pena...Obrigada por partilhar essa magia conosco. Sica.
Obrigada. Muito obrigada.
São as vossas palavras que me impulsionam a continuar.
ainda não li seu post de hoje...vou ler logo, logo, vim te avisar que fiz uma referência ao seu post de ontem da guirlanda e inclusive citei seu nome , desculpe-me a intimidade mas como é para o bem não achei que vc pudesse ficar magoada....
Agradeço muito ter te conhecido pq são fatos como esse que mudam a nossa vida para o bem ...
bjs e muita luz para vc e sua família
Ora essa, fico muito feliz por te ter inspirado e decorares a tua porta! Parabéns pela iniciativa, ficou muito bonita (fui agora lá ver)!
Obrigada pela referência ao meu nome!
Beijos mágicos!
Nunca tinha pensado nas penas nesse ponto de vista.
Gostei muito deste bocadinho.
;)
**
Uma vez ela, sem querer, pssou a sandália numa rã e de tão pequenina a coitada morreu. Ela olhou a rã e depois disse pra mim: Isso dói!
bj bj bj
lendo seu post pude compreender o porque de tantas penas espalhadas pela casa.
Linda sua historia e mais lindo ainda sua maneira de enxergar as coisas.
Sabe que nuca ví as penas com esse olhos?
Mas a partir de hoje vai ser diferente. Obrigada por me ensinar a ver de uma maneira diferente uma símples pena.
Otimo final de semana
EDNA
Sempre saio bem daqui do seu cantinho.
Muitas bjokas flor.
meu filho achou um sanhaço ferido, aqui perto de casa.
Eu o peguei e cuidamos dele mas, como ele não estava melhorando, tivemos que chamar o Ibama e deixar que eles cuidassem dele.
Foi bom ter, pelo menos, contribuído para que ele não morresse e meu filho adorou cuidar dele.
Beijo:)
alégrome que consigas desfacer esas penas dun xeito tán orixinal, tés razón hay que saber sacar o bón de tódalas cousas,
Un beijo
Tem selinho procê lá no meu blog.
Bom finde.
Bjokas.
Kátia
tudodbomptocom.blogspot.com
É mágico, é importante, é vital.
Amei seu post. Lembrou-me o conto do Pintassilgo, de Rubem Alves.
Foi um anjo que me assoprou no ouvido o seu nome e me induziu para vir até aqui.
Que histórias mágicas!
Cada um vê as bênçãos que recebe como pode.
Com toda a certeza você cuida de anjos!!!
Muito lindo...também saio melhor do que cheguei...isso eu atribuo ao poder da magia que existe por aqui!
Um beijo.
Astrid Annabelle
Assim como o seu gesto de cuidar dos pássaros...
Por isso você é tão iluminada...Afinal de contas, aquilo que fazemos, nos volta tes vezes...
E a partir de agora, vou olhar de um modo diferente para as penas que encontrar pelos caminhos...
Bjo procê.
Também vivo catando penas e tenho uma pequena coleção. As pessoas devem estranhar quando me veem apanhando penas na rua...
Beijo
Beijinhos grandes *****
Ariadne
Bom final de semana.
Leì tu comentario sobre los aceites escenciales.. no recuerdo haber enseñado a realizarlos, quizàs hablaba sobre la utilizaciòn de ellos en mi hogar, pero creo que nunca hice un post sobre su realizaciòn.
Revisarè mi blog y si encuentro algo te aviso si?
Un beso grande!!!!
A cor roxa é a cor da transmutação de energias.
Encontrar uma pena roxa é um bom presságio. Aliás, qualquer cor é boa!