É sempre nos dias em que os meninos têm mais vontade de ir brincar ao parque que aquelas travessas das nuvens cinzentas e invernosas se lembram de espremer cá para baixo todas as gotas de chuva que conseguem...
Para grande aborrecimento do Menino, a tarde ainda mal tinha começado, o parque estava cheio de lama, e iria ter de passar o dia todo fechado em casa sem um amiguito com quem brincar.
Foi para o quarto dos pais. Sempre tivera um fascínio especial por esta divisão da casa. Achava que os pais escondiam algum tesouro por debaixo do soalho. Ou que haveria fadas e duendes a espreitar detrás dos móveis.
Amuado por ninguém lhe dar atenção, levantou as saias da camilha para sentar-se lá debaixo a pensar na vida.
Conforme levantou o tecido branco e imaculado, sentiu um calafrio a passar-lhe pelos seus bracinhos de criança. Ali... havia magia. Ah, se havia!
Assim que se sentou nas traves da camilha, apanhou um valente susto; esta, elevou-se do chão e começou a voar aos círculos pelo quarto. Agarrou-se com força, e sem dizer palavra.
De repente, a janela abriu-se sozinha e a camilha saiu disparada a voar pelos céus com o Menino lá dentro.
Olhava para as pessoas cá em baixo, mas ninguém reparava nele - estaria invisível?
A camilha voou alto e levou-o para muito longe.
Passaram por um bosque, e o Menino viu várias bruxas a dançar como doidas à volta de um caldeirão que deitava labaredas azuladas e tão altas, que quase iam queimando as saias da camilha.
Depois, tomaram outra direcção e voaram... por cima do Jardim Zoológico!
O Menino fez uma festa na cabeça da girafa mais alta, que o observou com os seus olhos pestanudos e incrédulos, enquanto mastigava folhas verdes.
O vento soprava forte, os cabelos do Menino andavam para cá e para lá e as orelhas zumbiam.
Estava a ficar cheio de frio e a pensar na torta de maçã que a mamã tinha ficado a fazer.
Mas a camilha continuava a voar, e desta vez, encaminhava-se para um rio. Passava junto aos barcos, mas os marinheiros também pareciam não ver nada. Uma gaivota pousou na camilha, ainda com a pontinha de um rabo de peixe no bico, e voou com o Menino até lhe apetecer.
Depois, a camilha começou a perder altitude. E desceu tanto, tanto, que as saias já roçavam no rio. Um sapo saltou para o colo do menino e a camilha voltou a subir em grande velocidade, desta vez, a fazer o caminho inverso.
Voltaram a passar pela zona dos barcos, depois junto à girafa pestanuda, a seguir pelas bruxas, que desta vez já não dançavam, mas comiam bolos e bebiam sidra, e voltou a entrar pela janela do quarto dos pais, retomando exactamente o lugar de onde tinha saído.
- Mas que barulho foi este?, disse a mamã, que entrou de rompante no quarto.
Encontrou o Menino a dormir profundamente debaixo da camilha, encolhido com frio.
- Olha... está aqui um sapo! Mas como é que veio aqui parar? Bem, amanhã vamos ao parque e colocamo-lo no lago dos nenúfares. Acorda, filho! Estás gelado; acho que apanhaste uma constipação, mesmo sem saíres de casa.
O Menino sorriu, mas nada disse.
"Para a próxima, visto um casaco!", pensou, com um sorriso maroto.
[Protegido por Direitos de Autor.]
Para grande aborrecimento do Menino, a tarde ainda mal tinha começado, o parque estava cheio de lama, e iria ter de passar o dia todo fechado em casa sem um amiguito com quem brincar.
Foi para o quarto dos pais. Sempre tivera um fascínio especial por esta divisão da casa. Achava que os pais escondiam algum tesouro por debaixo do soalho. Ou que haveria fadas e duendes a espreitar detrás dos móveis.
Amuado por ninguém lhe dar atenção, levantou as saias da camilha para sentar-se lá debaixo a pensar na vida.
Conforme levantou o tecido branco e imaculado, sentiu um calafrio a passar-lhe pelos seus bracinhos de criança. Ali... havia magia. Ah, se havia!
Assim que se sentou nas traves da camilha, apanhou um valente susto; esta, elevou-se do chão e começou a voar aos círculos pelo quarto. Agarrou-se com força, e sem dizer palavra.
De repente, a janela abriu-se sozinha e a camilha saiu disparada a voar pelos céus com o Menino lá dentro.
Olhava para as pessoas cá em baixo, mas ninguém reparava nele - estaria invisível?
A camilha voou alto e levou-o para muito longe.
Passaram por um bosque, e o Menino viu várias bruxas a dançar como doidas à volta de um caldeirão que deitava labaredas azuladas e tão altas, que quase iam queimando as saias da camilha.
Depois, tomaram outra direcção e voaram... por cima do Jardim Zoológico!
O Menino fez uma festa na cabeça da girafa mais alta, que o observou com os seus olhos pestanudos e incrédulos, enquanto mastigava folhas verdes.
O vento soprava forte, os cabelos do Menino andavam para cá e para lá e as orelhas zumbiam.
Estava a ficar cheio de frio e a pensar na torta de maçã que a mamã tinha ficado a fazer.
Mas a camilha continuava a voar, e desta vez, encaminhava-se para um rio. Passava junto aos barcos, mas os marinheiros também pareciam não ver nada. Uma gaivota pousou na camilha, ainda com a pontinha de um rabo de peixe no bico, e voou com o Menino até lhe apetecer.
Depois, a camilha começou a perder altitude. E desceu tanto, tanto, que as saias já roçavam no rio. Um sapo saltou para o colo do menino e a camilha voltou a subir em grande velocidade, desta vez, a fazer o caminho inverso.
Voltaram a passar pela zona dos barcos, depois junto à girafa pestanuda, a seguir pelas bruxas, que desta vez já não dançavam, mas comiam bolos e bebiam sidra, e voltou a entrar pela janela do quarto dos pais, retomando exactamente o lugar de onde tinha saído.
- Mas que barulho foi este?, disse a mamã, que entrou de rompante no quarto.
Encontrou o Menino a dormir profundamente debaixo da camilha, encolhido com frio.
- Olha... está aqui um sapo! Mas como é que veio aqui parar? Bem, amanhã vamos ao parque e colocamo-lo no lago dos nenúfares. Acorda, filho! Estás gelado; acho que apanhaste uma constipação, mesmo sem saíres de casa.
O Menino sorriu, mas nada disse.
"Para a próxima, visto um casaco!", pensou, com um sorriso maroto.
[Protegido por Direitos de Autor.]
Comentários
P:S
ontem fiquei preocupada abri o blog "n" de vezes e não havia sinais de novidades de Hazel, espero que esteja tudo bem.
Beijinho
Catarina Correia
Tenho uma amiga que tbm faz um contos de vez em quando para a filinha dela.
Achei o texto muitlo legal, quem saber no futuro tu num faz um livro???
Beijokas
Tenho uma amiga que tbm faz um contos de vez em quando para a filinha dela.
Achei o texto muitlo legal, quem saber no futuro tu num faz um livro???
Beijokas
com certeza viajei junto rsrs...
Beijinhos,
Nancy
eu voei junto...
Ficou tão bem contado!
Uma delícia! Pareceu realidade...
será q não foi?
Muitas bênçãos!
Bj
Chris
Viajei no seu conto.
Bjinhos.
O conto está lindo!
bjossss
:)
Um beijo
Lieve
O L deve adorar suas histórias.
Beijo
Adorei essa história! E todas as outras!
Tens mesmo que publicar um livro!
Eu vou ser a primeira a querer um autografo!
Um abraço apertadinho!
HUAHSUAHUSA .
Leiitora brasileira fiel .
Beijiinhos .
Este sábado vou contar histórias numa Biblioteca Municipal, para meninos de uma associação. Será que posso utilizar este conto?
Parabéns por toda a criatividade :)
O meu filho apenas tem 18 meses, acho que vou contar-lhe esta história muitas vezes :P
Muito obrigada! :)
Os meus contos têm os Direitos de Autor registados, não podem ser usados para fins comerciais.
Mas podem ser lidos em escolas ou Bibliotecas.
Depois conte-me se a criançada gostou!
Tenho muito interesse em saber isso, ficaria muito grata se me contasse a reacção dos meninos.
Beijinho!