A solidão apavora. É uma mulher velha vestida de negro, com um manto feito de vento frio que uiva em torno de ti, trespassa as fibras das tuas roupas e arrefece-te desde os ossos até à alma, fazendo-te esquecer quem és.
Sempre a tive como companhia, mesmo quando me encontrava no meio da multidão.
Ela sussurrava-me ao ouvido, entre um ranger de dentes, és minha...
Muitas vezes, pedi-lhe em lágrimas que se fosse embora e me deixasse só. Que paradoxo, este, pedir à Senhora da Solidão que me deixe só.
E, contudo, ainda mais ela se acercava de mim.
Após uma vida a caminhar de mãos dadas com ela, acostumei-me à sua presença silenciosa, subtil e imponente. Resignei-me perante aquela força constante.
Habituei-me ao frio do seu misterioso manto negro e deixei-me envolver nele de tal forma que acabei por encontrá-lo vestido em mim.
Envergo-o orgulhosamente, descobrindo-lhe conforto, segurança e sabedoria.
Ali está o trono, a flutuar no Vazio do céu negro da noite que se confunde com o negro das minhas vestes. Caminho para ele. Sento-me. Encosto-me para trás.
Abraço a noite e ela abraça-me de volta. Orquestro o silêncio. E ordeno aos ventos que gritem com uma angústia estridente através das frestas das janelas das casas e arrefeçam as almas solitárias que se atrevem a chamar por mim.
Sou Eu a Senhora da Solidão agora, e assumo o meu Poder.
Sempre a tive como companhia, mesmo quando me encontrava no meio da multidão.
Ela sussurrava-me ao ouvido, entre um ranger de dentes, és minha...
Muitas vezes, pedi-lhe em lágrimas que se fosse embora e me deixasse só. Que paradoxo, este, pedir à Senhora da Solidão que me deixe só.
E, contudo, ainda mais ela se acercava de mim.
Após uma vida a caminhar de mãos dadas com ela, acostumei-me à sua presença silenciosa, subtil e imponente. Resignei-me perante aquela força constante.
Habituei-me ao frio do seu misterioso manto negro e deixei-me envolver nele de tal forma que acabei por encontrá-lo vestido em mim.
Envergo-o orgulhosamente, descobrindo-lhe conforto, segurança e sabedoria.
Ali está o trono, a flutuar no Vazio do céu negro da noite que se confunde com o negro das minhas vestes. Caminho para ele. Sento-me. Encosto-me para trás.
Abraço a noite e ela abraça-me de volta. Orquestro o silêncio. E ordeno aos ventos que gritem com uma angústia estridente através das frestas das janelas das casas e arrefeçam as almas solitárias que se atrevem a chamar por mim.
Sou Eu a Senhora da Solidão agora, e assumo o meu Poder.
Comentários
Ora a aí está um bom exercício de escrita criativa...o qual se identifica com alguma coisa de mim! Não se pode temer a solidão, enfrentar a senhora de negro e aprender com ela. Eu tenho aprendido muito. Beijos claros com a solidão como companheira :)
Gostei do teu texto!
Beijos
Um bom dia para ti
O medo ? na verdade é de nós mesmos.
Pois na compania dessa distinta senhora a única coisa que fazemos é refletir....
Beijinhos
Mil beijinhos com ternura.
Começando pelo princípio: não me assustei, apenas me revi e senti-me mais acompanhada... afinal há mais pessoas que gostam do silêncio!
Beijocas
Adorei o texto! Não fiquei assustada não...hehe
Venho todos os dias aqui espreitar as fotos! Dizem tanto, mesmo quando o texto é curto.
Beijo,
Andreia
http://universoemcores.blogspot.com
lá lá lá....
Solidão,
dá um tempo e vá saindo,
de repente eu tô sentindo,
que você vai se dar mal.
Solidão,
meu amor está voltando,
daqui a pouco está chegando,
me abraçando todo meu,
meu, meu...
A solidão é nada
você vem na hora errada
em que eu não te quero aqui
Que solidão que nada,
eu preciso é ser amada,
eu preciso é ser feliz
Solidão,
ele disse que me ama,
se amarrou em mim na cama
me levou até o céu,
céu...
bjins
Adriene
Orquestraste muitíssimo bem este texto ;)
Beijinhos positivos
Solidão é a distância que se esta de si mesmo e não dos outros; mas esse aprendizado é difícil. Mas nos traz coragem, sabedoria.
Obrigado por partilhar esse tema.
Márcia
Sou muito alegre expansiva ,mas gosto de minha solitária companhia também, e aproveito-a para meditar, refletir, relaxar...
Bjs calmos e meditativos ...
Ah! Senhora Solidão, como ela é sábia e na verdade uma boa compania, nós faz pensar em nós mesmos, erros e acertos.
O medo ? na verdade é de nós mesmos.
Pois na compania dessa distinta senhora a única coisa que fazemos é refletir....
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É isso concordo com Remall!!!!
E o Aramis como teu coadjuvante...rs.
Abraços,
Elaine
venho todos os dias aqui e já me considero de casa....
vc escreve lindamente fiquei fascinada pela singeleza poética das palavras e me reconfortei sabendo que esta Distinta Senhora que te acompanha as vezes tb vem me fazer companhia e então faz de nós mais que conhecidas...
bjs
Simplesmente mágnifico o teu Texo!
Boa, boa..!:)
Realmente quem não souber aprender a viver bem com a sua própra Solidão,.. muito difícilmente saberá e conseguirá lidar bem com os outros..
Um sorriso para Ti, Hazel.:)
Vedor*
Está magnífico o teu texto, e fazes bem em deitar cá para fora certos sentimentos e reflexões, ficas mais leve e feliz.
Um grande beijinho.
Belo texto.
Maior "poetisa", heim??!!...
bjinhos "solidários" pra voce.rs..
Orávia.
Energias positivas num beijnho.
margui
beijos!
Beijinhos.
Flores e Luz.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração...
( versos de uma música que gosto muito)
Lindo seu texto Hazel, palavras de quem tem intimidade mesmo com ela.
Beijos
Laura
Não assusta, porém faz pensar...
E não seremos todas nós, em algum momento, Senhoras da Solidão ?
Beijo
LALITA