Os búzios são uma espiral estonteante, íntima e misteriosa.
No seu fim, encontra-se o silêncio das profundezas do mar. Ou do ventre materno.
Os sons e luzes surgem difusos e entrecortados; tão pouco relevantes em comparação com o silêncio que viaja e preenche todos os espaços vazios, não deixando lugar para mais nada a não ser a tranquilidade absoluta.
Quem conseguir plasmar-se com uma partícula de ar ou um grão de areia, poderá viajar para esse recanto pequenino, escuro e secreto que existe no fim de um búzio.
Sentada de pernas encolhidas e olhos fechados, lá no cantinho onde termina a espiral interminável do búzio, dilato as narinas e sinto um suave odor a maresia.
Poderá ser a minha imaginação a pregar-me partidas, mas parece que consigo escutar ao longe uma tempestade no mar e as tábuas do convés de um navio a ranger com a força das ondas. Pouco importa. Na tranquilidade silenciosa do fundo de um búzio, está-se seguro das mais terríveis tormentas.
A palavra que surge é concentração. Concentrar, convergir para o centro. O centro, a essência. O pulsar do coração. O tiquetaque do relógio que nos avisa que o tempo está sempre em contagem decrescente.
O búzio, achado numa tarde de Verão junto ao rebentar das ondas, é levado para uma casa numa cidade longe do mar, e guardado num armário de vitrina embaciada durante anos.
Até que um dia, alguém decide restituí-lo ao mar. Uma criança, às escondidas dos pais, achou que aquele búzio não pertencia ali, assim como uma peça de puzzle guardada por distracção na caixa de outro puzzle diferente.
Atirou-o para a água, e logo a corrente o sugou de volta, como se resgatando um tesouro há muito perdido. E a aventura recomeçou.
Tantos oceanos por onde viajar ao sabor das correntes...
Beijos com sabor a mar,
No seu fim, encontra-se o silêncio das profundezas do mar. Ou do ventre materno.
Os sons e luzes surgem difusos e entrecortados; tão pouco relevantes em comparação com o silêncio que viaja e preenche todos os espaços vazios, não deixando lugar para mais nada a não ser a tranquilidade absoluta.
Quem conseguir plasmar-se com uma partícula de ar ou um grão de areia, poderá viajar para esse recanto pequenino, escuro e secreto que existe no fim de um búzio.
Sentada de pernas encolhidas e olhos fechados, lá no cantinho onde termina a espiral interminável do búzio, dilato as narinas e sinto um suave odor a maresia.
Poderá ser a minha imaginação a pregar-me partidas, mas parece que consigo escutar ao longe uma tempestade no mar e as tábuas do convés de um navio a ranger com a força das ondas. Pouco importa. Na tranquilidade silenciosa do fundo de um búzio, está-se seguro das mais terríveis tormentas.
A palavra que surge é concentração. Concentrar, convergir para o centro. O centro, a essência. O pulsar do coração. O tiquetaque do relógio que nos avisa que o tempo está sempre em contagem decrescente.
O búzio, achado numa tarde de Verão junto ao rebentar das ondas, é levado para uma casa numa cidade longe do mar, e guardado num armário de vitrina embaciada durante anos.
Até que um dia, alguém decide restituí-lo ao mar. Uma criança, às escondidas dos pais, achou que aquele búzio não pertencia ali, assim como uma peça de puzzle guardada por distracção na caixa de outro puzzle diferente.
Atirou-o para a água, e logo a corrente o sugou de volta, como se resgatando um tesouro há muito perdido. E a aventura recomeçou.
Tantos oceanos por onde viajar ao sabor das correntes...
Beijos com sabor a mar,

Comentários
Eu adoro búzios e tenho alguns lá por casa. O som é maravilhoso.
Sabes, gosto de ficar a olhar para eles, adoro não sei porquê!
:)
Parabéns! Continue escrevendo. Visite o meu quando quiser.
Um abraço,
Eduardo
www.maneirasimples.wordpress.com
Lindo texto
Beijinhos
Um beijo minha amiga!
Sobre búzios, eu também gosto muito deles. Tenho dois. Um deles há mais de 20 anos, presente do meu irmão. E outro há uns 3 anos, presente da minha filha.
Amo encostar o meu ouvido à eles e ouvir o mar.
Parabéns pelo cantinho mágico.
Angel.