Hoje expliquei ao meu gaiato que os crescidos são pessoas muito sérias e, por isso, não podem fazer macacadas nem cantar alto e esganiçado rá-tá-tá-tá-ra-ra-ta-tá-tá como a música das cornetas do circo.
A menos que tenham as janelas do carro bem fechadas.
Ele ficou a processar a informação, enquanto avaliava as outras senhoras enfadonhamente circunspectas por detrás dos seus óculos-escuros de marca, no nosso caminho de casa.
- Não, filho, as outras mães não fazem mesmo estas coisas. Nem eu as faço em frente a mais ninguém, além de ti, porque os adultos não acham graça a muitas brincadeiras. Preferias que eu fosse mais séria?
- Não, filho, as outras mães não fazem mesmo estas coisas. Nem eu as faço em frente a mais ninguém, além de ti, porque os adultos não acham graça a muitas brincadeiras. Preferias que eu fosse mais séria?
- Não, gosto de ti assim. (abençoado!)
E continuei a cantoria, enquanto estacionava, com os meus mais despreocupados agudos.
O L., no banco de trás, esboçava o seu sorriso tranquilo de "tudo está bem como está".
Mas o som atravessa os vidros dos carros, e a prova disso foram os olhos esbugalhados da senhora no carro ao lado, que seguiram incrédulos o nosso caminho todo até entrarmos no prédio. Caminho esse, que percorremos cheios de dignidade. E seriedade.
Se o Peter Pan fosse uma miúda... era eu!
Forever young,
E continuei a cantoria, enquanto estacionava, com os meus mais despreocupados agudos.
O L., no banco de trás, esboçava o seu sorriso tranquilo de "tudo está bem como está".
Mas o som atravessa os vidros dos carros, e a prova disso foram os olhos esbugalhados da senhora no carro ao lado, que seguiram incrédulos o nosso caminho todo até entrarmos no prédio. Caminho esse, que percorremos cheios de dignidade. E seriedade.
Se o Peter Pan fosse uma miúda... era eu!
Forever young,
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