OS DIAS NA ÍNDIA PARECEM ter a duração de setenta e duas horas. Por volta das seis da manhã, apanhámos um vôo interno para Dharamsala, uma cidade rodeada de floresta à beira dos picos dos Himalayas, também conhecida como “Little Lhasa”, onde reside o Dalai Lama.
Esperava-nos um avião muito pequeno e antigo que parecia uma lata-de-salsichas. Podia imaginar a sua manutenção realizada horas antes, com marteladas e uns arames a prender tudo, sob a graça e protecção de Buddha.
O vôo foi seguro e tranquilo — nem precisámos de usar o pára-quedas 😅 — e o aeroporto, deserto, acolhedor, inundado de luz dourada e silêncio místico, dá-nos as boas-vindas.
Estamos agora em McLeod Ganj, uma localidade pequena onde se respira paz e ar limpo. Aqui reside uma vasta comunidade tibetana. Os monges estão por todo o lado, assim como as bandeiras com orações tibetanas, tuk-tuks, macacos velhacos que roubam telemóveis, música Punjabi, vacas, motas e cenouras vermelhas.
Continuamos na Índia, mas é como se estivéssemos num país diferente: o Tibete.
A cultura, gastronomia, arquitectura e arte do Tibete predominam. A saudação também é diferente, em tibetano: "Tashi Delek!"
Sinto-me acolhida como se tivesse chegado a casa. A tranquilidade e o exotismo desta região alteram-me a percepção da realidade numa espécie de feitiço que confunde os sentidos.
Os sons, os cheiros, as expressões, os hábitos, a temperatura, os sabores, tudo nos transporta para outra dimensão. Como se aqui fosse a realidade e tudo antes tivesse sido uma ilusão. Tudo mesmo. Como se tivesse passado para o outro lado do espelho. Que estarei para aqui a escrever?
A degustar um chai nos picos dos Himalayas,
Hazel
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