As minhas raízes estendem-se pelo Alentejo e Espanha do lado materno e pela Parede na contraparte paterna.
[Destaque publicado na edição de Junho de 2019 na Revista Fotomanya.
[Destaque publicado na edição de Junho de 2019 na Revista Fotomanya.
Mea culpa por não ter partilhado mais cedo com os leitores da Casa Claridade.]
Quando era pequena, abria o guarda-vestidos e as gavetas da minha avó, compunha conjuntos de roupas e fazia ― com grande convicção ― desfiles de moda imaginários pela casa. Por baixo dos vestidos e combinações de renda, usava um dos seus soutiens com uma laranja de cada lado.
Fiz a primeira sessão de fotografia com fins profissionais aos dezoito anos, mas os meus pais, que eram muito conservadores em relação a este universo, não me autorizaram a prosseguir. Acabei por não voltar a pensar no assunto até por volta dos trinta e tal anos, quando fui agenciada pela Elite Lisbon.
Já era, nessa fase, cronista na minha página Casa Claridade e no Jornal O Ribatejo.
Quando era pequena, abria o guarda-vestidos e as gavetas da minha avó, compunha conjuntos de roupas e fazia ― com grande convicção ― desfiles de moda imaginários pela casa. Por baixo dos vestidos e combinações de renda, usava um dos seus soutiens com uma laranja de cada lado.
Fiz a primeira sessão de fotografia com fins profissionais aos dezoito anos, mas os meus pais, que eram muito conservadores em relação a este universo, não me autorizaram a prosseguir. Acabei por não voltar a pensar no assunto até por volta dos trinta e tal anos, quando fui agenciada pela Elite Lisbon.
Já era, nessa fase, cronista na minha página Casa Claridade e no Jornal O Ribatejo.
A minha paixão são as histórias, pela ausência de limites que existe na criação.
Tudo pode acontecer; uma página por escrever é uma tela em branco onde determino quem são as personagens e o narrador, escolho as palavras e expressões, decido quando fazer um parágrafo para o leitor repousar entre as ideias que vou pincelando, esqueço-me de mim e do mundo.
Sob os véus imaginários de Sheherazade n’“As Mil e Uma Noites”, escrevi, ao longo dos últimos doze anos mais de mil textos. A frequência da escrita tem abrandado, no entanto as histórias continuam a ser contadas através da Fotografia. Em cada foto nasce uma personagem diferente, a que me entrego como uma folha branca recebe a tinta da caneta.
Não é a profissão que temos que nos deve definir, pois tudo é mutável e impermanente. Inquieta com a perspectiva de me ver reduzida, catalogada e limitada a um estereótipo, acumulo várias actividades diferentes que encaixam umas nas outras: para além das que já referi, professora e terapeuta de Reiki, bem como de Regressão, taróloga, tradutora, revisora e mais algumas ocupações que vos iriam despertar bocejos de tédio.
Não tenho ambição ou objectivo algum em particular no que se refere ao meu trabalho como modelo; apenas o de continuar a contar histórias e viver este privilégio de ser muitas-mulheres-numa-só.
Sob os véus imaginários de Sheherazade n’“As Mil e Uma Noites”, escrevi, ao longo dos últimos doze anos mais de mil textos. A frequência da escrita tem abrandado, no entanto as histórias continuam a ser contadas através da Fotografia. Em cada foto nasce uma personagem diferente, a que me entrego como uma folha branca recebe a tinta da caneta.
Não é a profissão que temos que nos deve definir, pois tudo é mutável e impermanente. Inquieta com a perspectiva de me ver reduzida, catalogada e limitada a um estereótipo, acumulo várias actividades diferentes que encaixam umas nas outras: para além das que já referi, professora e terapeuta de Reiki, bem como de Regressão, taróloga, tradutora, revisora e mais algumas ocupações que vos iriam despertar bocejos de tédio.
Não tenho ambição ou objectivo algum em particular no que se refere ao meu trabalho como modelo; apenas o de continuar a contar histórias e viver este privilégio de ser muitas-mulheres-numa-só.
Apesar disso, confidencio-vos, com um misto de acanhamento e de marotice, que quando tomo duche e os pensamentos divagam, entro naquela realidade paralela onde a Oprah Winfrey é minha amiga e está a entrevistar-me; o Bryan Ferry quer-me no próximo videoclipe; a marca Giorgio Armani convida-me para ser a modelo do anúncio do último perfume; e entretanto já me comprometi com o Pedro Almodovar para a mais recente película. Estão, assim, justificados os meus longos duches.
Afinal, o que é a fotografia artística, senão a composição de uma realidade para deleite dos sentidos e da mente?
Comentários
Foi uma feliz surpresa ver essa linda publicação com fotos maravilhosas dessa linda mulher! Parabéns a você e aos fotógrafos! 👏👏👏😍😍😍