Obrigada, Lídia!

Depois deste post um pouco travesso [ou rebelde, se preferirem], achei que este ano eu não ia merecer presentes de Natal de ninguém. :))  Mas... afinal, enganei-me!

A Lídia Pinho, de Tondela, que é uma pessoa muito carinhosa e tem mãos de fada, fez-me uma surpresa. Ontem, o Sr. carteiro subiu as escadas para me trazer uma encomenda sua.

Na caixa, vinham dois gorros de crochet lindíssimos que me fazem sentir uma actriz de Hollywood dos anos '40. Adoro adoro adoro!!

Uma encantadora árvore de Natal em crochet - ó Lídia, se eu morasse ao pé de si, já tinha ido aí bater-lhe à porta a pedir para me ensinar a fazer estas coisas tão bonitas.

Um porta-chaves muito original feito pela Estela, a filhota bonita da Lídia, que também herdou as mãos de fada.

E uns deliciosos biscoitos polvilhados de canela, que eram o dobro da quantidade que aparece na foto, mas eu não lhes resisti e ainda estou neste momento a limpar as migalhas dos cantos da boca.

Obrigada, Lídia!

A Estrela Dourada

Voei na minha vassoura e atravessei o mais negro dos céus em busca de um pequeno ponto de luz que estava prestes a nascer.

Achei. Uma pequena e tímida estrela dourada que irá crescer e transformar-se num Sol quente, radioso e envolvente. Trouxe-a comigo.

Cá está ela - consegue vê-la sobre o monitor?

Chegue-se mais para a frente e ponha os óculos de "ver ao perto". A-ha, ali está!

É a minha forma de desejar a todos vós, que lêem a Casa Claridade, um mágico e feliz...

... Solstício de Inverno.
... Solstício de Verão, para quem está no Hemisf. Sul.
... Natal, para quem prefere assim.
... Yule, para quem prefere assim.
... ou um dia como tantos outros, para quem não prefere nada, mas merece ser feliz na mesma.
:)

Quando o bolo fica colado na forma...


... dá vontade de atirá-lo pela janela!
Eu não percebia porque é que isso me acontecia quase sempre.
Vestia o meu avental da sorte, seguia a receita, untava e enfarinhava a forma, colocava no forno para assar... e, ao desenformar, o bolo partia-se e ficava metade agarrado à forma.

Porquê, Senhores, porquêêêêêêê?
Seria da forma?
Seria do forno?
Seria de mim?

Até que a resposta atingiu-me como um raio.

Para que o bolo nunca cole na forma, devemos pré-aquecer o forno.
Não me perguntem que diferença isso faz, pois nem-eu-sei, mas o facto que comprovei é que o forno pré-aquecido é a salvação do bolo! Nunca mais aconteceu isso.

Estou certa de que toda a gente sabia este segredo menos eu...
Mas fiquem sabendo que descobri-o na mesma. Tomem lá-á!

Hazel

Bom-senso e educação

O bem mais precioso que possuo são os meus livros.
Gosto de vê-los nas prateleiras, ordenados por assunto e por autor. São mais de mil.
Sei todos os que tenho e exactamente em que lugar se encontra cada um deles.

Comecei aos 8/9 anos a ler livros da Biblioteca Itinerante e assim ganhei o hábito de cuidar e devolver sempre os livros que não me pertencem. Li a "Ilíada" e a "Odisseia" com 11 anos.

Gostava de saber quantos livros li em toda a minha vida, só para me gabar perante aqueles que a única coisa que lêem são os rótulos dos frascos de shampôo enquanto estão na casa-de-banho. :)

Troco, sem hesitar, a televisão, que raramente me lembro de ligar, por um bom livro. Quase ninguém entende isso. Eu não entendo o oposto disso.

Gosto de entrar em casas de pessoas que tenham estantes cheias de livros, e de apreciá-los devagar como quem saboreia um chá quente e doce.

Aceito, de bom grado, quando mos emprestam, mas não gosto de emprestar os meus. ahahah

Chamem-me egoísta, se quiserem. Eu aceito.
Mas saibam que nem sempre fui assim. Já emprestei livros que levaram mais de 5 anos para ser devolvidos, e foi preciso eu ir buscá-los.

Cheguei até a pedir a devolução de um livro cerca de 20 anos depois de mo terem levado sem pedir autorização e sem eu estar presente, e responderam-me com desinteresse que já não sabiam dele. Há pessoas para tudo, queridos leitores...

É falta de respeito não devolver algo que nos emprestaram. Tecnicamente, é furto.

Actualmente, só empresto livros a um grupo muito restrito de pessoas - duas ou três - porque sei que terão o cuidado de mos devolver.

[Se há para aqui alguém a ler este post a quem me ofereci para emprestar livros... considere-se um raro privilegiado!]

Existem regras de boa-educação para quando alguém nos empresta um livro:

1. Agradeça o empréstimo.
2. Trate com cuidado o livro que lhe emprestaram. Não dobre as folhas e nunca o deixe cair para o chão.
3. Devolva-o no prazo de 2/3 semanas. Se não o conseguiu ler durante esse tempo todo, informe a pessoa que lho emprestou que ainda não terminou. Ou seja, não se faça de esquecido.

Quem cumpre escrupulosamente estas regras, pode considerar sua a minha biblioteca.

Vamos lá a despachar isso!

Tentei morder os lábios para não falar, mas está tanto frio que estou meio anestesiada.
Tentei amarrar as mãos para não escrever, mas não encontro aqui nenhuma corda.
Não aguento mais. Isto tem que sair.
Ó Senhores, eu este ano não estou com pachorra alguma para o Natal!

São as luzes coloridas de pisca-pisca nas janelas dos prédios e nos jardins das casas.

São os folhetos dos hipermercados que me entopem a caixa do correio com o mesmo bacalhau, o mesmo perú, o mesmo camarão-tigre, e brinquedos caros.

É a ansiedade das pessoas para gastar o que têm e o que não têm para agradar aos outros. Por obrigação.

São os ecopontos que vão vomitar papel de embrulho e embalagens vazias de brinquedos que, dentro de 1 ou 2 semanas ficam esquecidos no monte.

São os telefonemas de pessoas que nunca se lembraram de nós durante o ano inteiro.

Tudo isto me aborrece.
Para quê esta euforia a dias e horas marcadas?

Há quem diga que se celebra o nascimento de Jesus, mas bem sabem as pessoas esclarecidas que não existem registos sobre a data exacta do seu nascimento.
Tempos houve em que se celebrou o seu nascimento em Maio!

O único evento que efectivamente ocorre é o Solstício de Inverno.
Foram os líderes da Igreja que instituiram, por questões de conveniência, que no dia 25 de Dezembro passaria a celebrar-se o Natal (quem não concordasse, ia para a fogueira...).
Que sentido faz isto?

"Mas é um bom pretexto para as pessoas se reunirem".
Argh... Quando gostamos de alguém e esse alguém gosta de nós de volta, não há necessidade de pretextos nem de dias marcados. Senão, torna-se uma obrigação.

Estas ponderações levaram-me a apresentar a minha carta de demissão.
Demito-me do Natal, desta maçada toda, das correrias, das obrigações e das hipocrisias.
Solto o grito do Ipiranga! Adeus! Sou livre agora!

Não:
Não vou ligar a ninguém naquele dia específico, por obrigação.
Aqueles que são importantes para mim, ligo-lhes várias vezes ao longo do ano.
Também não vou atender chamadas de números que não me ligaram durante o ano inteiro.
Não vou andar em transe nos centros comerciais a comprar presentes mais caros do que posso pagar.
Não vou andar à luta no meio das marabuntas por uma couve já meio esfrangalhada para a Consoada.
Não vou fazer bacalhau só porque toda a gente come bacalhau. Bife com batatas fritas!

Sim:
Sim, temos árvore de Natal, feita pelo L..
Sim, vou comprar presentes para o L..
Sim, vou celebrar, mas o Solstício de Inverno. Que não calha nos dias 24 nem 25.
Sim, vou gostar de receber os postais de Natal que vêm a caminho.
Sim, vou gostar de receber presentes oferecidos com vontade, e não por obrigação.

Pronto, falei. Uffff...
Quem quiser, pode consultar aqui algumas informações interessantes acerca do Natal.