Como Acabar com os Piolhos


Os piolhos são um caso bicudo. Basta que um único piolho ou lêndea escape ileso do tratamento, para que se desenvolva nova colónia. É preciso ser-se muito persistente para conseguir erradicá-los — especialmente para quem tem cabelos compridos.

Uma vez, o L. apanhou piolhos na escola e os diabretes passaram para mim. Os dele foi fácil eliminar, mas os meus, estive quase a desistir, dar um nome a cada piolho e adoptá-los como animais de estimação. Os remédios da farmácia não resultaram comigo, por isso resolvi criar a minha própria fórmula, que testei, comprovei os resultados e sobrevivi para contar a história:

1. Colocar água numa panela (a quantidade equivalente a uns 5 copos);
2. Deitar bastante sal grosso (8-10 colheres de sopa);
3. Colocar bastante vinagre branco (um ou dois copos cheios);
4. Despejar flores de alfazema (muitas, muitíssimas);
5. Acrescentar arruda (também muito);
6. Adicionar alecrim (igualmente, bastante);
7. Deixar ferver uns 4 minutos.

Todos os ingredientes, com excepção da água, devem estar em grandes quantidades, para que a fórmula seja bastante concentrada e eficaz. Peço desculpas por não indicar quantidades exactas, mas criei esta mistura, e faço-a instintivamente.

O cheiro é "avinagrado" e a cor avermelhada. Coar e aplicar, ainda quente, em todo o cabelo (seco), colocar uma touca de plástico e deixar actuar durante várias horas (pode ser uma tarde inteira).

Lavar suavemente o cabelo e hidratá-lo com condicionador, para que fique bastante macio.

Ainda com o cabelo molhado, desembaraçar com uma escova normal (que não deve ser usada por mais ninguém). Em seguida, com muita calma e paciência, ir passando o pente de aço desde a raiz do cabelo até às pontas. Essa operação deve ser feita em todo o cabelo. Em cada passagem, limpar o pente com um pano, para retirar piolhos e lêndeas.

Repetir o procedimento todos os dias, durante várias semanas, mesmo quando já não houver sinal de piolhos. Seja muito persistente. Mantenha os cuidados básicos: não encostar a cabeça a ninguém, não partilhar chapéus, almofada, casacos, camisolas, elásticos de prender o cabelo, trocar a roupa da cama.

Não deve entrar em contacto com os olhos.
Não ingerir.
Não inalar os vapores.


Hazel

Post para um leitor que ainda não sabe ler

Hoje a mamã escreve só para ti, filho.
Sabes porquê? Porque hoje o dia é só teu. Fazes 4 anos. Já és um menino grande!

A mamã está tão espantada com a rapidez com que cresceste... parece que ainda ontem estavas na minha barriga.

Estou muito orgulhosa de ti, meu menino de veludo. Já sabes tantas coisas...

A mamã quer mostrar-te o Mundo; e nem sabe por onde começar...!

Vou ensinar-te tudo o que sei. Tu tens ensinado muitas coisas à mamã; sabes qual foi a mais importante? Ensinaste-me como é ser-se feliz. A mamã ainda não sabia isso, vê lá...

Deixa parar o tempo só por um bocadinho... fica aqui no meu colo, encostado ao meu coração. Grava bem na tua memória, para te recordares de como é ter 4 aninhos. E deixa a mamã saborear mais um pouco a tua meninice.

Dá-me o teu sorriso. Ai que dentinhos tão lindos... pareces um crocodilo...! Ui!
Sabes que és o meu Príncipe? O quê? Também sou a tua "píncipa"? Obrigada...

Logo, temos outra vez encontro marcado para o abracinho da noite. Prometo que não falto.
Beijinhos, meu querido. Até já.

Aqui está o teu bolo, que a mamã fez com muito carinho, e decorou com os teus brinquedos do Bob.

Sou mãe adoptiva... de plantas

Muitas pessoas admiram-se com a sorte que tenho, pelas coisas que acho no lixo.

É verdade, sou sortuda. Mas, sabem, todos são tão sortudos quanto eu, pois as coisas que encontro estão à vista de toda a gente.

A diferença é que nem todos estão dispostos a acreditar no potencial de algo que parece já não ter muito a oferecer.

Como esta planta. Trouxe-a há 2 meses para casa. Vinha neste estado; praticamente morta, via-se que não era regada há muitos meses e o vasinho minúsculo concerteza estava a comprimir as suas raízes.

Fiz o que pude por ela, embora até eu intimamente duvidasse conseguir ressuscitá-la.
Cortei as folhas secas, troquei para um vaso bastante mais espaçoso (as suas raízes estavam tão apertadas no vaso anterior, que não tinha um único grão de terra), reguei, cuidei.... Até plantei umas suculentas para lhe fazerem companhia.

E agora - apenas 8 semanas depois - cá está ela, de cores vivas, aliviada e feliz. Teve uma segunda oportunidade de viver. E já nos presenteou com folhinhas novas.

Nunca abandonem uma planta no lixo. Nunca desistam da Mãe-Natureza...
E, se alguma vez virem uma planta nestas condições no lixo, saibam que, se quiserem, poderão salvar a sua vida. É só adoptá-la.

L' Air du Temps

"Sometimes you wear L'Air du Temps. But not today."
Quem se lembra desta deixa, no "Silêncio dos Inocentes"?

O filme já tem mais de 10 anos, e nunca a esqueci. Nem do nome do perfume, embora não soubesse a que cheirava.

Consta que um dos elementos do L'Air du Temps é o cravo; a minha flor preferida. Fiquei ainda mais curiosa para conhecer este perfume antigo, criado em 1948.

Ontem descobri a que cheira; fui a uma perfumaria, pulverizei uma tira de papel e finalmente travámos conhecimento. Ouso tentar transformar o cheiro em palavras:

Aspiro o seu aroma, fecho os olhos, e "vejo" lençóis lavados, sabonetes, banhos de imersão em banheiras antigas, suavidade, limpeza, brancura e simplicidade. E muitos cravos... É diferente dos perfumes que "se cheiram" por aí.

Inspira tranquilidade. Para pessoas genuínas, discretas, educadas, de personalidade simples, que não precisam de gritar para ser ouvidas, nem de provar nada a ninguém.

Deu para sentir?

Vêm aí os camelos

Estes lindos e fedorentos chinelinhos azuis escuros-como-a-noite... são do L..

Ontem de tarde, estivemos a apanhar ervinhas na rua, debaixo do olhar de lá-anda-ela-mais-o-miúdo-a-fazer-coisas-estranhas, dos vizinhos. ehehehe

Em casa, o L. encheu os seus chinelinhos com as ervas, e colocámos na janela, pois hoje é dia de Reis. A qualquer momento, eles (sim, eles, os Reis Magos!) irão passar, montados nos seus pacientes e cansados camelos.

As ervas são para eles se alimentarem (os camelos, bem-entendido!), e, em retribuição, irão deixar guloseimas.

Não imaginam como o L. ficou entusiasmado!
Logo, quando chegar da escolinha, vai ter uma linda surpresa.

Achei engraçado partilhar isto, quem sabe, talvez mais alguém se inspire a fazer o mesmo com os filhos. Os camelos ainda têm muitas horas... ainda vão a tempo!