Roupa interior por cima da roupa normal. - hã?!


A expressão "fora-de-moda" faz-me lembrar...
... "fora-da-lei"! Hmm, hmmmm.
Isso apela-me ao meu lado rebelde. Gosto.

Desde que me lembrei de começar a usar duas saias ao mesmo tempo, todo um novo mundo se revelou para mim. O mundo da excentricidade, dirão alguns. Seja!

O conceito de liberdade é-me muito valioso, e a roupa que escolhemos pode ser uma forma de exercê-lo (ou não).

Usar o que nos apetece sem nos preocuparmos se está ou não na moda ou, mais importante, se as pessoas vão (des)aprovar...

Passei a adolescência inteira de t-shirts largas e calças de ganga. Escondida sob o manto imaginário da invisibilidade, tecido e costurado pela minha timidez. No more!

Agora, depois de ter chegado à idade balzaquiana, apresento-me ao mundo como me apetece (finalmente!). Ah, os fantásticos trinta e... e... ficamos por aqui.

Gosto muito das combinações femininas e românticas que as senhoras antigamente usavam por baixo das roupas. Acho-as uma peça tão bela, que decidi virar a tradição ao contrário e trazê-las à luz do dia, usando-as por cima da roupa.

Eu gosto. E é tudo o que importa.
Beijos excêntricos,
Hazel

Pintar a lápis-de-cor

Não sou o tipo de mulher de coleccionar vernizes das unhas, mas adoro os meus lápis-de-cor. Tenho alguns que me recordo de ter achado no chão do recreio da minha escola primária.

E isso quer dizer duas coisas:

- Primeiro, que me lembro de coisas assim, inúteis, mas esqueço-me do que fiz na semana passada.

- Segundo, se eles ainda existem... é porque pouco os usei!

Pelo menos, até há umas semanas atrás.
Não sei o que me deu. Eu nem tenho jeito para desenhar. Deve ter baixado em mim o espírito da Frida Kahlo (mas sem bigode, hã?).

Encontrei duas imagens algures no Google Images que não me saíram da cabeça. Algo me dizia que eu tinha de as pintar.

E assim foi. Desenhei, pintei e viajei para outros mundos, qual xamã guiada pelos lápis.

Não tenho pretensões artísticas nenhumas.
Talvez até nem volte a conseguir desenhar e pintar mais assim. Mas valeu cada segundo que vivi a fazer isto.

O primeiro desenho que fiz foi o desta xamã com as duas luas por trás, que me transmite a ideia de protecção vinda dos outros planos.
Vejo-a como a minha guardiã.

O desenho de cima fala-me em criação, em poder mágico, em espalhar beleza pelo mundo. E não é mesmo?
Beijos coloridos,
Hazel

Lua das Sementes


E chegámos à Lua das Sementes. As comunicações intensificam a sua actividade e chega-nos informação diversificada e em grandes quantidades vinda de todos os lados.
Agora que Mercúrio deixou de ficar retrógrado, a comunicação arranca em plena força!

Há que aprender a ver além das aparências e a lidar com as adversidades.
A velha máxima "nem tudo o que parece, é, e nem tudo o que é, parece ser", está em alta neste momento. Esteja atento...

É imperativo manter o equilíbrio, a serenidade e a paz interior, para tomar boas decisões.
Controle a impulsividade. Não pense duas vezes antes de agir, pense três! 

Use os recursos naturais para manter a tranquilidade. Beba chás calmantes.
As plantas mais adequadas para este fim são: tília, verbena, camomila, erva cidreira..

Afaste-se de todas as fontes de negativismo, incluindo a tristeza, a raiva e o medo.

Tal como as sementes depois de colocadas na terra, temos de ganhar raízes e concentrar-nos na materialização dos nossos objectivos.
Foquemos a atenção nos projectos a concretizar, com a astúcia e visão de um Imperador.

Sintonize-se com a força telúrica, dando um passeio pela floresta. Quando encontrar uma árvore que capte a sua atenção, descalce-se e abrace-a todo o tempo que lhe apetecer, fazendo uma troca energética com ela.
Sugestão de leitura:
Beijos lunares,
Hazel


Foto: mikemccaffrey no Flickr.com, licença CC 2.0

Chá na maçã

E se lhe apetecer beber um chá, mas não tiver nem um pacote de chá em casa?
Mesmo assim, arrisca-se a beber o chá mais delicioso e mágico da sua vida...: chá na maçã.

A ideia não é nova, mas os ingredientes foram seleccionados por mim:

- 1 maçã
- um pau de canela
- um pequeno ramo de erva-doce
- uma pitadinha de pimenta-preta
- 3 flores de jasmim
- 5 flores de camomila
- açúcar
- 2 xícaras de água

Com a ponta de uma faca, faça uma abertura na parte de cima da maçã (não se esqueça de lavá-la primeiro), e depois escave-a por dentro com uma colher pequena, de forma que fique oca.

Coloque todos os pedacinhos que retirou de dentro da maçã e os restantes ingredientes numa panela com água.

Deixe ferver por 8-10 minutos, até que os aromas se libertem e misturem.
Acrescente açúcar. Verta cuidadosamente o chá para dentro da maçã.
Retire o pau de canela da panela e coloque-o dentro da maçã para mexer e continuar a aromatizar.

Pode optar por outros ingredientes, como cravo-da-Índia, anis-estrelado, etc..
Use a imaginação. Ah, e no fim, pode comer a maçã!

Sugestão de leitura:
Aproveitar as cascas de maçã para fazer chá.

Beijos de maçã,
Hazel

Viagem ao fundo de um búzio

Os búzios são uma espiral estonteante, íntima e misteriosa.
No seu fim, encontra-se o silêncio das profundezas do mar. Ou do ventre materno.

Os sons e luzes surgem difusos e entrecortados; tão pouco relevantes em comparação com o silêncio que viaja e preenche todos os espaços vazios, não deixando lugar para mais nada a não ser a tranquilidade absoluta.

Quem conseguir plasmar-se com uma partícula de ar ou um grão de areia, poderá viajar para esse recanto pequenino, escuro e secreto que existe no fim de um búzio.

Sentada de pernas encolhidas e olhos fechados, lá no cantinho onde termina a espiral interminável do búzio, dilato as narinas e sinto um suave odor a maresia.

Poderá ser a minha imaginação a pregar-me partidas, mas parece que consigo escutar ao longe uma tempestade no mar e as tábuas do convés de um navio a ranger com a força das ondas. Pouco importa. Na tranquilidade silenciosa do fundo de um búzio, está-se seguro das mais terríveis tormentas.

A palavra que surge é concentração. Concentrar, convergir para o centro. O centro, a essência. O pulsar do coração. O tiquetaque do relógio que nos avisa que o tempo está sempre em contagem decrescente.

O búzio, achado numa tarde de Verão junto ao rebentar das ondas, é levado para uma casa numa cidade longe do mar, e guardado num armário de vitrina embaciada durante anos.

Até que um dia, alguém decide restituí-lo ao mar. Uma criança, às escondidas dos pais, achou que aquele búzio não pertencia ali, assim como uma peça de puzzle guardada por distracção na caixa de outro puzzle diferente.

Atirou-o para a água, e logo a corrente o sugou de volta, como se resgatando um tesouro há muito perdido. E a aventura recomeçou.
Tantos oceanos por onde viajar ao sabor das correntes...

Beijos com sabor a mar,