A solidão apavora. É uma mulher velha vestida de negro, com um manto feito de vento frio que uiva em torno de ti, trespassa as fibras das tuas roupas e arrefece-te desde os ossos até à alma, fazendo-te esquecer quem és.
Sempre a tive como companhia, mesmo quando me encontrava no meio da multidão.
Ela sussurrava-me ao ouvido, entre um ranger de dentes, és minha...
Muitas vezes, pedi-lhe em lágrimas que se fosse embora e me deixasse só. Que paradoxo, este, pedir à Senhora da Solidão que me deixe só.
E, contudo, ainda mais ela se acercava de mim.
Após uma vida a caminhar de mãos dadas com ela, acostumei-me à sua presença silenciosa, subtil e imponente. Resignei-me perante aquela força constante.
Habituei-me ao frio do seu misterioso manto negro e deixei-me envolver nele de tal forma que acabei por encontrá-lo vestido em mim.
Envergo-o orgulhosamente, descobrindo-lhe conforto, segurança e sabedoria.
Ali está o trono, a flutuar no Vazio do céu negro da noite que se confunde com o negro das minhas vestes. Caminho para ele. Sento-me. Encosto-me para trás.
Abraço a noite e ela abraça-me de volta. Orquestro o silêncio. E ordeno aos ventos que gritem com uma angústia estridente através das frestas das janelas das casas e arrefeçam as almas solitárias que se atrevem a chamar por mim.
Sou Eu a Senhora da Solidão agora, e assumo o meu Poder.
Sempre a tive como companhia, mesmo quando me encontrava no meio da multidão.
Ela sussurrava-me ao ouvido, entre um ranger de dentes, és minha...
Muitas vezes, pedi-lhe em lágrimas que se fosse embora e me deixasse só. Que paradoxo, este, pedir à Senhora da Solidão que me deixe só.
E, contudo, ainda mais ela se acercava de mim.
Após uma vida a caminhar de mãos dadas com ela, acostumei-me à sua presença silenciosa, subtil e imponente. Resignei-me perante aquela força constante.
Habituei-me ao frio do seu misterioso manto negro e deixei-me envolver nele de tal forma que acabei por encontrá-lo vestido em mim.
Envergo-o orgulhosamente, descobrindo-lhe conforto, segurança e sabedoria.
Ali está o trono, a flutuar no Vazio do céu negro da noite que se confunde com o negro das minhas vestes. Caminho para ele. Sento-me. Encosto-me para trás.
Abraço a noite e ela abraça-me de volta. Orquestro o silêncio. E ordeno aos ventos que gritem com uma angústia estridente através das frestas das janelas das casas e arrefeçam as almas solitárias que se atrevem a chamar por mim.
Sou Eu a Senhora da Solidão agora, e assumo o meu Poder.

- terça-feira, fevereiro 08, 2011
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