Pelos muros acima, correm lagartixas apressadas, que assustam as senhoras de vestidos de rendas e folhos brancos.
Os cavalheiros, que fumam charuto reclinados nas cadeiras de baloiço, discutem em tom grave o mistério da casa assombrada.
Acham que é o espírito da tia-avó Alvina que faz ressoar pancadas nos muros durante as noites de Lua Cheia.
Ofereceram-lhe flores, rezaram missas e até houve quem fizesse promessas para que ela se fosse embora. E nada.
Mandaram vir o Padre, que encolheu os ombros e disse nada mais havia a fazer senão rezar muito pela alma extraviada.
Chamaram depois a Bruxa, que entrou discretamente pela porta das traseiras, para os vizinhos não verem. Vinha de xaile pelas costas e trazia uma mala antiga na mão direita.
"Vou precisar de passar aqui a noite para o apanhar."
Olharam todos uns para os outros num misto de desagrado e resignação.
Nessa noite, ninguém pregou olho. O fantasma, não deram por ele. E ela passou a noite seguinte. E a seguinte. E a seguinte. Ninguém queria deixar a Bruxa ir embora, por acharem que o fantasma tinha medo dela.
Os anos passaram-se, os mais velhos da família foram partindo, os mais jovens envelheceram e acabaram depois por partir também. A Bruxa ainda hoje continua a viver lá. Tem cabelos brancos e longos que se arrastam atrás de si pelo chão como um vestido de noiva, os olhos perderam a cor e a voz parece o som de ranger de portas.
O carteiro tem medo dela. Os cães uivam quando ela passa. E as pessoas benzem-se.
Dizem que tem mais de 300 anos e vai viver para sempre.
Ah, o fantasma, já me esquecia dele. Era o gato da casa, que saía nas noites de Lua Cheia para caçar ratos e fazia bater os ramos da árvore no muro quando saltava.
Quando a Bruxa foi para lá, deixou-se de caçadas e passava as noites enroscado aos seus pés, sobre a manta de lã colorida. Gatos!...
Os cavalheiros, que fumam charuto reclinados nas cadeiras de baloiço, discutem em tom grave o mistério da casa assombrada.
Acham que é o espírito da tia-avó Alvina que faz ressoar pancadas nos muros durante as noites de Lua Cheia.
Ofereceram-lhe flores, rezaram missas e até houve quem fizesse promessas para que ela se fosse embora. E nada.
Mandaram vir o Padre, que encolheu os ombros e disse nada mais havia a fazer senão rezar muito pela alma extraviada.
Chamaram depois a Bruxa, que entrou discretamente pela porta das traseiras, para os vizinhos não verem. Vinha de xaile pelas costas e trazia uma mala antiga na mão direita.
"Vou precisar de passar aqui a noite para o apanhar."
Olharam todos uns para os outros num misto de desagrado e resignação.
Nessa noite, ninguém pregou olho. O fantasma, não deram por ele. E ela passou a noite seguinte. E a seguinte. E a seguinte. Ninguém queria deixar a Bruxa ir embora, por acharem que o fantasma tinha medo dela.
Os anos passaram-se, os mais velhos da família foram partindo, os mais jovens envelheceram e acabaram depois por partir também. A Bruxa ainda hoje continua a viver lá. Tem cabelos brancos e longos que se arrastam atrás de si pelo chão como um vestido de noiva, os olhos perderam a cor e a voz parece o som de ranger de portas.
O carteiro tem medo dela. Os cães uivam quando ela passa. E as pessoas benzem-se.
Dizem que tem mais de 300 anos e vai viver para sempre.
Ah, o fantasma, já me esquecia dele. Era o gato da casa, que saía nas noites de Lua Cheia para caçar ratos e fazia bater os ramos da árvore no muro quando saltava.
Quando a Bruxa foi para lá, deixou-se de caçadas e passava as noites enroscado aos seus pés, sobre a manta de lã colorida. Gatos!...
Comentários
Beijinho.
Bençãos da Anciã
Elaine
Bjs misteriosos...Liz
Mais uma história que me fez sonhar durante alguns (largos) momentos...
Obrigada!
Bjos***