Lembro-me de, em criança, achar que uma pessoa de 36 anos já era de meia-idade.
Era um número muito grande...
Achava que, quando tivesse essa idade, ia ser como as outras senhoras que eu via, muito séria, muito adulta, muito preocupada com assuntos importantes. Achava também que ia ser uma mulher de sucesso, très coquette, com sapatos de salto alto, dona de uma fábrica de perfumes e que teria sobre a secretária um copo cheio de lápis-de-cor.
Pois, os caminhos apresentaram-se das formas mais insuspeitas. Para começar, não esperava que fosse tudo tão rápido.
Depois, não sou dona de uma fábrica de perfumes. No armário da casa-de-banho, tenho uma água-de-colónia de bebé comprada no supermercado e um frasco de perfume contrafeito. Em contrapartida, faço incensos.
Não uso sapatos de salto alto. Mas tenho uma cesta cheia de lápis-de-cor, que uso para fazer os meus desenhos. E está certo assim.
Não quereria ser diferente. É isso: não quero ser diferente daquilo que sou.
Não tenho medo de envelhecer, mas tenho um medo terrível de ficar velha, de me esquecer de brincar, de perder a capacidade de me rir até sairem lágrimas dos cantos dos olhos e quase soltar um pum (?). Tenho medo de perder a vontade de me divertir comigo mesma e com os outros. É que eu gosto mesmo de mim assim. Adoro-me. Tive tanto trabalho comigo mesma, a aprender a amar-me, que agora tenho medo de perder esta minha insanidade controlada que me faz feliz.
Se calhar, é por isso que escrevo tanto. Assim, se um dia me esquecer, volto aqui e leio tudo de uma ponta à outra, para me lembrar de como é ser eu.
Perdida em divagações,
Era um número muito grande...
Achava que, quando tivesse essa idade, ia ser como as outras senhoras que eu via, muito séria, muito adulta, muito preocupada com assuntos importantes. Achava também que ia ser uma mulher de sucesso, très coquette, com sapatos de salto alto, dona de uma fábrica de perfumes e que teria sobre a secretária um copo cheio de lápis-de-cor.
Pois, os caminhos apresentaram-se das formas mais insuspeitas. Para começar, não esperava que fosse tudo tão rápido.
Depois, não sou dona de uma fábrica de perfumes. No armário da casa-de-banho, tenho uma água-de-colónia de bebé comprada no supermercado e um frasco de perfume contrafeito. Em contrapartida, faço incensos.
Não uso sapatos de salto alto. Mas tenho uma cesta cheia de lápis-de-cor, que uso para fazer os meus desenhos. E está certo assim.
Não quereria ser diferente. É isso: não quero ser diferente daquilo que sou.
Não tenho medo de envelhecer, mas tenho um medo terrível de ficar velha, de me esquecer de brincar, de perder a capacidade de me rir até sairem lágrimas dos cantos dos olhos e quase soltar um pum (?). Tenho medo de perder a vontade de me divertir comigo mesma e com os outros. É que eu gosto mesmo de mim assim. Adoro-me. Tive tanto trabalho comigo mesma, a aprender a amar-me, que agora tenho medo de perder esta minha insanidade controlada que me faz feliz.
Se calhar, é por isso que escrevo tanto. Assim, se um dia me esquecer, volto aqui e leio tudo de uma ponta à outra, para me lembrar de como é ser eu.
Perdida em divagações,
Comentários
Beijos!
feliz dia da mulher, bem merece :D
Compreendo o sentimento...mas discordo do medo por não haver no seu caso razão para ele!
Bom resto de dia!
Maria
Beijinho *