Já nascemos com o relógio da vida em contagem decrescente e, por não sabermos quando esta termina, bem lá no fundo, todos achamos que vamos viver para sempre.
Somos, sem nos apercebermos, gestores de tempo. Todos. Em qualquer trabalho que façamos, vendemos o nosso tempo em troca de um pagamento que nos permite tudo excepto comprar o tempo de volta.
É sempre um mau investimento; a maioria das pessoas acaba por trocar tempo, que gasta a fazer algo que nem gosta, para depois poder ter condições, no pouco tempo que sobrar, para fazer algo que gosta. Se tiver energia, imaginação... e tempo para isso!
O mundo no planeta Terra está organizado assim e, quem está fora desta ilusória forma de organização são os loucos, os preguiçosos, os alienados, os hippies e os poetas.
No fundo, os que são olhados pelas maiorias de esguelha, como se olha para alguém que vive num mundo de ilusão, quando, se avaliarmos bem, quem é que vive em ilusão?
Não gosto de perder tempo. O que não deixa de ser uma ideia disparatada, pois, quer faça aquilo que goste ou não, ele perde-se de qualquer maneira. E, já que é para perder, que seja com prazer, oferecendo-o a mim mesma ou a alguém de quem goste. Porque não há maior presente que possamos dar a alguém, que o nosso tempo.
Para si, que chegou até ao fim do texto, agradeço respeitosa e humildemente pelo tempo que me ofereceu. Como se diz nos filmes, thank you for your time.
A acertar relógios,
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