Os ventos do deserto sopram forte nas sextas-feiras ao fim do dia! Dia de aula de dança!
Honro a minha feminilidade nesta dança sagrada e ancestral. A dança oriental foi uma dança criada pelas mulheres, que dançavam em harmonia, partilha e celebração, umas com (e para) as outras.
Sou grata por esta bênção e por tudo o que a dança trouxe para a minha vida.
Assim como tantas outras mulheres, durante muitos anos, tive a crença disparatada de que a dança era algo que "não era para mim", mas só "para as outras". Não por eu não gostar de dançar, mas porque achava que não tinha jeito, que era velha demais, que me faltava alguém "com quem ir", que, que, que...
A verdade é que quando sonhamos com algo, não podemos ficar à espera que alguém nos leve lá pela mão e nos incentive. Isso não acontece. Pelo menos, nunca aconteceu comigo.
Muitas vezes, a nossa única motivação somos nós mesmos, e até pode acontecer que todos à nossa volta não estejam na mesma sintonia ou nos queiram mesmo dissuadir com um "p'ra quê?". Ou podem criticar-nos. Ou afastar-se de nós, por despeito, ou incompreensão.
Para não falar na auto-crítica. Nas primeiras aulas, senti-me tão desajeitada como um elefante numa loja de cristais. Mas nunca desisti. E, por nunca ter desistido e sempre me ter motivado a mim mesma, ultrapassei as minhas próprias barreiras e transmutei a insegurança em força.
É impossível dançar e estar triste ao mesmo tempo.
Se quem canta, seus males espanta, quem dança também!
Partilho isto sobre mim para as mulheres que me acompanham; para que saibam que nunca é tarde demais; se querem alguma coisa, lutem! Não dependam da aprovação nem do apoio dos outros! Sejam a vossa própria motivação.
Deixo-vos o convite para o próximo espectáculo, "Volta ao Mundo em 90 Minutos", no dia 28 de Junho, no palco do Auditório Sra. Boa Nova, em S. João do Estoril.
E agora, excuse me, que eu vou para a minha aula!
Rodopiante e serpenteante,
Hazel
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