Não existe onde encontre tanta paz quanto no Alentejo. Não é pelo calor que amolece a determinação. Nem pela maresia na zona costeira que nos viaja em espiral desde as narinas até ao cérebro, fazendo crescer água na boca e esperança nos olhos.
Ali o tempo é diferente do tempo nos outros lugares do mundo, e até os verbos se conjugam de outras maneiras.
Vou ao Alentejo para ver o céu. Sobre a planície, nas zonas rurais alentejanas, as casas e as árvores semeiam-se escassas e esparsas, deixando que o céu beije toda a superfície à nossa volta.
Vou ao Alentejo para ver o céu. Sobre a planície, nas zonas rurais alentejanas, as casas e as árvores semeiam-se escassas e esparsas, deixando que o céu beije toda a superfície à nossa volta.
Como o céu é largo ali. Vemo-lo descer mesmo até ao chão, sobre nós, imenso, eterno, vivo como um Deus feito de azul e de oxigénio.
Sentimo-nos aplacados pelo seu tamanho onde se entornaram latas de tinta em tons ciano durante o dia; e, à noite, embalados pelo canto hipnótico dos grilos, somos cobertos pelo veludo do seu manto negro salpicado de estrelas.
Ali encontro a minha pequenez, aconchegada por braços celestes que não têm fim.
Ah, Alentejo.
Falando e escrevendo usando o gerúndio,
Hazel
[Escrito a lápis de carvão no meu caderno, com a Ilha do Pessegueiro ao fundo e o horizonte aberto à minha volta.]
Ali encontro a minha pequenez, aconchegada por braços celestes que não têm fim.
Ah, Alentejo.
Falando e escrevendo usando o gerúndio,
Hazel
[Escrito a lápis de carvão no meu caderno, com a Ilha do Pessegueiro ao fundo e o horizonte aberto à minha volta.]
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