Vou morar numa casa de férias

No outro dia, quando estava de rabo para o ar a proferir impropérios enquanto apanhava tralha que se espalha e acumula pelos cantos - quantos cantos tem uma casa? Apre! - tomei uma decisão importante: quero viver numa casa de férias.
Mas, assim, o ano inteiro.

Nas casas de férias, as pessoas só têm o que precisam, o essencial.

Agora é que finalmente percebi porque nos sentimos tão relaxados quando vamos para uma casa de férias...
... porque não há nada para arrumar!!

É tão óbvio (palmada na testa), como não percebi antes? Duh...
Foi preciso uma vida inteira de dona-de-casa desesperada para entender, foi? Foi.

Então, é isso. Decidi que vou viver numa casa de férias - que luxo! Uia!

Uma casa de férias sem tralha.
Sem gavetas que custam a fechar porque estão demasiado atafulhadas de roupa que nunca usamos, mas guardamos anos a fio à espera não-sei-de-quê.
Sem armários de cozinha que vomitam os tupperwares todos para cima de nós quando tentamos encaixar mais uma caixa como se fosse um jogo de Tetris.
Sem bibelots. Sem papelada. Sem merdinhas.

Vou mudar de casa sem ter de mudar de casa.

Depois das várias viagens que a vida me impôs, aprendi a desapegar-me do supérfluo. Objectos supérfluos, relações supérfluas, ocupações supérfluas...
Estou em processo de trocar raízes por asas.

Só quero ter o que realmente preciso e o que me faz sentir bem. Tão-simplesmente!

A riqueza de alguém não se conta pelos bens materiais que um dia acaba inevitavelmente por perder, mas pelos momentos felizes que se contabilizam - e ninguém nos pode roubar o que já vivemos. Por isso, não preciso de muitas tralhas!

E o que vou fazer com o que já não quero?, perguntais.
Aquilo que estiver danificado... lixo. O que puder ser útil a alguém, dou.
Outras coisas, entrego numa loja de artigos em 2ª mão - se forem vendidas, uso os dividendos para ir passear! Também mereço, ora.

Não sei quanto tempo vou demorar a conseguir chegar onde quero, mas sei que vou chegar lá, porque esta decisão partiu directamente do meu coração.

Agora, excusez moi, que vou tratar de transformar esta casa normal numa casa de férias.

De espanador na mão,


Hazel

Mosquitus horribilis!

ESSAS PUT*S... Reles serviçais do pérfido Príncipe Vlad Dracul.
Desprezíveis aliadas de incubus e sucubus. Servas incansáveis de Kali. Aaaaaah!

É meio suada e meio enlouquecida, a horas tardias numa noite de Verão em que deveria estar a dormir, que vos dedico este texto onde vomito o meu profundo desprezo pela vossa existência.

As lagartas das couves têm mais dignidade que vós. 
As lesmas.
As moscas-varejeiras que pousam nos excrementos moles e quentes. 
Até os oxiúros que habitam o interior de um intestino fétido. 
Como vos odeio.

- Pausa dramática para suspirar -

Que direito tendes vós de perturbar o meu descanso.

Que direito tendes vós de percorrer o meu corpo desnudo que jaz adormecido sobre os lençóis quentes e de sugar o meu sangue, quais vampiras insaciáveis.

Que direito tendes vós, como se tal ainda não bastasse, de vos rejubilardes com histéricos e irritantes zumbidos que penetram os meus ouvidos torturando-me durante uma noite inteira, suas malditas e abomináveis melgas?

Isto não vai ficar assim. Só tenho uma coisa para dizer: insecticida.

Ensandecida,

Hazel

Magia para cada dia da semana

Cada dia da semana é regido por um planeta que exerce a sua influência, tanto nos acontecimentos mais simples do quotidiano quanto nos mais complexos rituais de Magia.

Por exemplo, uma 3ª feira não é o dia mais favorável para fazer as pazes com alguém.
Já as 4ª feiras, são excelentes para inaugurar uma loja, os Sábados para limpar a casa e as 2ª feiras para "tomar providências" para engravidar.


Siga as seguintes recomendações para melhor tirar partido da influência planetária quando organizar a sua agenda:

Segunda-feira
- Dia regido pela Lua
Assuntos do foro íntimo feminino.
Tentar engravidar.
Tratamentos de fertilidade.
Adivinhação, estudo de ocultismo, consultas a oráculos.
Introspecção, meditação.
Começar um diário de sonhos.
Actividades que envolvam secretismo.


Terça-feira
- Dia regido por Marte
Auto-afirmação.
Desportos de competição.
Actividades que impliquem auto-confiança, determinação, coragem.
Vencer a preguiça.
Cuidado com os confrontos neste dia, que têm maior tendência para se tornarem acesos e descontrolados.

Quarta-feira
- Dia regido por Mercúrio
Estudo, exames escolares.
Pôr a correspondência em dia.
Escrever, fazer telefonemas, fazer contactos profissionais.
Negócios, trocas comerciais.
Viagens.
Esclarecer divergências.
Leitura de oráculos.
Inaugurações de estabelecimentos abertos ao público.
Palestras, cursos, aulas.

Quinta-feira
- Dia regido por Júpiter
Assuntos legais e financeiros.
Rituais de prosperidade.
Fazer investimentos.
Tratar de assuntos relacionados com heranças e partilhas.
Expandir a actividade profissional.
Tratar de burocracias.
Jogar a dinheiro.

Sexta-feira
- Dia regido por Vénus
Assuntos de amor.
Cuidar da beleza e da auto-estima.
Fazer compras para si ou para a casa.
Reconciliações, amizade.
Jantares românticos.
Dar asas à luxúria.

Sábado
- Dia regido por Saturno
Resolver assuntos kármicos.
Pagar dívidas, amortizar hipotecas.
Limpar a casa.
Exorcismos, limpezas energéticas.
Enfrentar questões dolorosas (luto).

Domingo
- Dia regido pelo Sol
Todas as actividades de cariz expansivo.
Divulgação de produtos ou serviços.
Rituais de cura.
Celebrações, descanso, prazer.

Ansiosa por Sexta-feira,

Hazel

Serpente de Fogo

[Ficção]

Há um fogo que me envolve e consome incessantemente, sem que eu me transforme em cinzas. Desde as entranhas do meu ventre, eleva-se uma serpente maior do que eu, arrepiando-me as costas e roçando levemente os seios, numa ondulação sinuosa que os meus cabelos de medusa acompanham nesta dança simultaneamente diabólica e divina.

A sua língua bifurcada de labaredas lambe-me a parte de trás do pescoço, apoderando-se de mim enquanto os dentes afiados se enterram na minha pele sem que seja derramada uma única gota de sangue.

Nenhum segredo lhe é velado.
Os seus olhos hipnóticos, escondidos por trás dos meus, desvendam mistérios enquanto o meu sorriso mefistofélico se compraz de satisfação.

Sussurra-me ao ouvido o seguinte: "Há um fogo que me envolve e consome incessantemente, sem que eu me transforme em cinzas..."

No sibilar da serpente,

Sedução


E todo o Universo parecia converger para um único ponto: os seus lábios proibidos, que traziam promessas de beijos húmidos como o gotejar do mel, doces como o néctar da madressilva e, contudo, venenosos como o cianeto.

[Que foi? O post acabou aqui. Não há mais texto. Ah. Queriam mais.]

Beijos venenosos,

Hazel