Nem só para espantar vampiros serve o alho!

Imagine uma criatura áspera, que a um "Bom dia", despacha o interlocutor com um "Diga lá o que é que quer!", e nem olha para as pessoas enquanto fala com elas. Sim, antipático.
Na oficina onde faço as revisões do meu carro, existe um funcionário assim.

No outro dia precisei de falar com ele, e vinte minutos depois, deu-se uma transformação tal que até já sorria e me contava que sofria de fungos nos pés (o famoso "pé-de-atleta"). :))

A receita que lhe dei, para benefício de todos os que precisarem: corte um dente de alho ao meio, e passe-o na zona afectada por várias vezes. O alho é um antifúngico natural.

Atchiiim!! Está constipado*, febril, adoentado?
Não corra logo para a farmácia, tenha calma...!
É na despensa que está a verdadeira medicina.

Quando comemos muito alho, ficamos com um bafo de dragão, não é? Isso acontece porque os seus compostos aromáticos libertam-se através das vias respiratórias e dos pulmões, justamente onde são mais necessários.

Por isso, se estiver constipado, coma bastante alho, que é rico em alicina, um poderoso antibiótico natural; não só cura a constipação, como evita o contágio mantendo as outras pessoas afastadas (do seu hálito de dragão)!

Quanto aos vampiros, que estão no título do post, voltamos a recorrer ao alho. Tenha-o pendurado em résteas ou coloque alguns dentes de alho numa cesta em casa, para afastar os vampiros e purificar as energias.

(Ah, sim, os vampiros existem... saiba como reconhecê-los aqui.)

*Trad. Brasil: constipado = resfriado

Prove que não é um chato

Quem é que inventou que uma pessoa tem de pagar para se divertir?
Que só a jantar num restaurante finesse "é que é", numa tarde louca de compras, ou numa esplanada cheia de mirones a "medirem-se" uns aos outros (detestável! blhé!), escondidos por detrás dos óculos escuros da moda?

E quando as carteiras andam vazias, ficam em casa murchos e amuados porque não sabem passar um bom bocado de outra forma; julgam que para se divertirem têm de gastar.

Não vou dar lições de economia (embora até fosse capaz disso, hã?), mas trago 3 ideias para se divertir e quebrar a rotina de forma criativa, divertida e gratuita:

1. Vá almoçar fora!
Faça o almoço, pegue numa cesta e coloque uma toalha, pratos, copos, talheres e um Tupperware com a refeição. Leve a família para almoçar no campo ou na praia. Está friozinho, é? Vista um casaquinho!
Substitua o ar condicionado dos restaurantes pelo cheiro dos bosques ou da maresia.

Não pense que não pratico o que aconselho; o último jantar romântico que fizemos na praia foi a meio da semana (enquanto todos ficam em casa a agonizar pelo fim-de-semana). O vento nessa noite até deixou que acendêssemos velas. Já jantei em restaurantes 5 estrelas, mas em nenhum me diverti tanto como nesse jantar na praia. Quando escolhemos a Serra, levamos sempre uma bola ou raquetes para o L. brincar;
Importante: Seja na praia ou na serra, levamos sempre o nosso lixo connosco para deitá-lo num recipiente apropriado. Livre-se o leitor de não fazer o mesmo, que eu apareço de trás de uma árvore quando menos esperar para ralhar consigo!!

2. Veja um filme!
Vá à Biblioteca Municipal, faça-se sócio (é grátis!) e requisite um ou dois filmes para ver em casa (grátis também!). As Bibliotecas não têm livros.
Ah... tem preguiça de ir? Também isso se resolve. Faça umas pipocas aí em casa e passe por aqui ainda hoje ao fim do dia, que disponibilizarei aqui na coluna da direita o link para assistir a um filme cheio de magia (ah! grátis também!);

3. Faça trocas com as suas amigas!
Dê uma volta à sua casa, e coloque de parte todas as roupas que não usa, livros que já não quer, peças decorativas de que se cansou... Fale com as suas amigas, e proponha-lhes que façam o mesmo. Depois, marquem um dia para se reunirem com as vossas tralhas todas e troquem-nas entre si. Todos saem a ganhar: convivem, divertem-se, livram-se das coisas que já não querem, e ganham outras novas.

Vamos aos resultados:
a) Se conseguir praticar todas estas sugestões... Fantásticooooo! Está de parabéns!;
b) Se conseguir praticar 2 das alternativas, também muito bem!!;
c) Se conseguir praticar 1 das sugestões, já está no bom caminho...;
d) Se não conseguir divertir-se com nenhuma das alternativas, ai ai ai... chatinho chatinho...

Casa Claridade - como tudo começou

Nunca vos contei como começou a Casa Claridade. Eu própria já me tinha esquecido!

Há mais de 2 anos atrás, descobri um blogue que pertence a uma conceituada revista de decoração brasileira (não vou mencionar nomes...!).
Como tenho paixão por decoração, passei a visitá-lo com frequência.
A autora parecia simpática e, como tinha o email disponível, escrevi-lhe.

Elogiei o seu trabalho, disse-lhe que sonhava um dia também poder fazer o mesmo, que sou de Portugal, blá blá blá. Com toda a humildade e sinceridade.
E ela respondeu-me, dizendo que tinha sentido uma grande afinidade comigo.

Ah, fiquei toda entusiasmada! Enviei-lhe algumas fotos das minhas decorações aqui em casa. Talvez ela até resolvesse publicá-las lá no seu blogue. Ou não.

Ela nunca mais me respondeu... Oh...
Talvez as fotos não fossem assim tão boas, ou as ideias tão interessantes.

Fiquei triste por a mesma pessoa que disse sentir "uma grande afinidade", num instante ter passado a ignorar os meus emails. Talvez se achasse demasiado importante.

Ninguém lida bem com a rejeição, e eu não sou excepção. Fiquei chateada por 1 ou 2 dias.
Depois passou! Tirei a minha aprendizagem e segui para a frente. Como sempre faço.

Foi então que descobri, completamente por acaso (e que feliz acaso!), que se podem criar blogues gratuitamente e que nem é assim tão difícil.
Nunca tinha sequer colocado a hipótese, no entanto, a minha cabeça fervilhava de ideias e precisava desesperadamente de escrever, partilhar, comunicar. Era uma necessidade louca!

Criei a Casa Claridade. Durante muito tempo, a sua imagem foi esta que aparece neste post.

Voltei a tirar fotos aqui em casa, e publiquei-as. Escrevi sobre aquilo que gosto, com paixão. As pessoas gostaram, e comecei a receber cada vez mais visitas e mais comentários. Fiz amigos. Desencantei-me de outros. Ri muito. Chorei. Dancei. Emocionei-me. Aprendi.

Aquela rejeição foi a melhor coisa que me aconteceu. Estou tremendamente grata por isso. Já estive até para enviar um email à tal senhora a contar-lhe tudo e a agradecer-lhe por me ter ignorado. Sem ironias, a sério. Se não fosse ela, provavelmente eu não estaria aqui.

Tinha eu dito que o meu sonho era poder escrever sobre as coisas que gosto...
... pois, sonho realizado!

Agora sou eu que recebo emails dos meus leitores. E faço questão de responder a todos.
Não é fácil, pois são muitos. Mas respondo. Vocês sabem. Não ignoro ninguém.

Porque também eu já fui leitora.

P.S. - Por favor, não se lembrem todos de me começar a enviar emails desenfreadamente agora, hã? É certo que respondo a todos, mas tenham bom-senso; eu sou só uma (1!). :))

Ser Feliz

Hazel - És feliz?
L., todo ele sorrisos - Sooooou!
Hazel - O que é "ser feliz"?
L. - É viver bem.
Hazel - E o que é "viver bem"?
L. - É sentirmo-nos bem nesta casa.

Isso mesmo, filho:
"Sentirmo-nos bem nesta casa"...
Seja a que é feita de tijolo, seja a que é coberta de epiderme.

Com 5 anos, sabe muito mais do que tantos com 30, 40, 50...
Por isso, hoje o post é do L., que ensina ao mundo o que significa "Ser Feliz".

Pózinhos Lunares

Era uma vez um menino que se aventurou sozinho no Bosque-Mágico-Onde-Tudo-Podia-Acontecer. Por detrás de um carvalho que tinha o tronco tão largo como uma casa, descobriu uma pequena cabana. A porta estava aberta e ele entrou, curioso.

Lá dentro, a única coisa que havia era uma escada de madeira lisa e bem tratada, sem um único grão de pó. Devia ser uma escada muito especial, pensou. Trouxe-a para fora e encostou-a ao tronco do velho carvalho, para ir espreitar os ninhos.

Porém, algo estranho aconteceu: a cada degrau que subia, a escada esticava sozinha, e apareciam mais degraus para subir. Passaram-se horas esquecidas... ele a subir, e a escada a crescer.

Apercebeu-se que o carvalho há muito que tinha ficado para baixo, e quando olhou para cima, viu que a ponta da escada estava encostada... na Lua Crescente.

Depois de subir mais um pouco, conseguiu sentar-se na curva da Lua.

- Há muitas noites que espero por ti, meu menino... Sinto-me triste; o meu brilho está a desaparecer, já não ilumino os campos como antigamente. Preciso que me tragas pózinhos lunares.
- Pózinhos lunares... o que é isso? Onde há?
- Os pózinhos lunares não existem. Tens de ser tu a criá-los.
- Mas como?
- Com Amor. A cada beijinho que deres, vai libertar-se uma partícula de Luz que mais ninguém vê, senão tu. Deves agarrar essa partícula, que é um pózinho lunar, e colocá-la dentro de uma bolsa de veludo negra como a noite. Quando a bolsa estiver cheia, traz-ma. Por favor, antes que eu entre em Lua Cheia.


O menino ficou assim incumbido de salvar o brilho da Lua.
Quando desceu a escada, pediu à mãe que lhe fizesse uma bolsa de veludo preto. A mãe assim fez, embora não acreditasse na história dos pózinhos lunares.

Ao receber a bolsa acabada de ser cosida pelas mãos da mãe, o menino agradeceu-lhe com um beijo de onde disparou uma faísca cintilante, que logo guardou na bolsa: o primeiro pózinho lunar...! Como foi produzido por um amor tão forte e puro, entre a mãe e o menino, esse pózinho encheu logo metade da bolsa.

Ficou felicíssimo, e logo correu à procura do pai, dos amigos, dos colegas, dos vizinhos e de todas as pessoas que conhecia. A bolsa foi enchendo ao longo dos dias, e o sorriso da Lua lá em cima acompanhava tudo com ternura e atenção.

Na noite antes da Lua Cheia, o menino subiu a escada de madeira para levar os pózinhos lunares conforme combinado. A bolsa pesava muito e as suas costas doíam do esforço.

As pernas tremiam, e as mãos, já sem força, deixaram escapar a bolsa de veludo, que caiu lá para baixo, espalhando os pózinhos lunares pelo chão. O menino nem podia acreditar! Chorou desolado e pediu desculpa à Lua.

Quando a primeira lágrima que caiu tocou no chão, levantou-se um vento morno que espalhou os pózinhos pelo ar. Foi a mais bela visão da sua vida. Os pózinhos lunares começaram a voar, como pequeninas estrelas, levados pelo sopro de ar, em direcção à Lua.

Como por magia, a Lua recuperou o seu brilho, e cintilou como nunca fora antes visto.
Um mar de prata banhou os campos, entrou pelas janelas das casas, e dançou nos olhos das pessoas que saíram à rua para ver o mais belo luar de sempre.

O menino ficou conhecido como O Menino da Lua.
E a Lua brilhou para sempre... concedendo desejos a quem nela acreditar.

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