É inadmissível

Estou passada! Com tanta gente neste mundo de sonâmbulos, só eu é que vejo estas coisas. Conto-vos o que aconteceu:

Fui buscar o L. à escola e, no regresso a casa, vi este pombo caído no chão. Obviamente, não conseguia voar.
Fiz marcha-atrás, estacionei, saí do carro, e fui buscá-lo. Sem dramas nem espanto, pois já não é a primeira vez.

Volto para o carro, coloco o cinto de segurança, meto a primeira, e ando uns 10 metros, quando me deparo com uns 15 ou 18 pombos todos igualmente caídos no chão.

Infelizmente, tive de tomar a decisão no local. Não posso meter mais de 15 pombos dentro de um apartamento. Com um gato. Tenho boa vontade, mas também tenho bom-senso.
De coração partido por não ter recursos para ajudar todos, deixei-os ficar.
O que tinha no colo enquanto conduzia veio comigo. Ia fazer o quê?

Não está ferido, e a única explicação lógica que encontro para isto é que alguma pessoa, daquelas que acham que os pombos são uma praga, os tenha envenenado.

Por favor, que não me apareça ninguém a dizer que os pombos são uma porcaria, que sujam tudo, que devem ser dizimados, e sei lá o quê mais, pois nem sequer publico semelhantes comentários.
(o Homem também suja e destrói a Natureza, como temos visto, e não é por isso que recebe pena de morte)

Se alguém que resida no Concelho de Cascais estiver disposto a recolher e ajudar os pombos que ficaram caídos na rua, não hesite em escrever-me.

De qualquer das formas, não sei se irão sobreviver, não sei o que têm, e este que estava no meu colo já não tive coragem de voltar a colocar na rua, por isso, aqui está rodeado dos meus cristais, à espera. Torçam por ele.

[ESQUEÇAM. O POMBINHO MORREU. ESTOU DESOLADA. E ENVERGONHADA POR PERTENCER À RAÇA HUMANA, PRETENSAMENTE CIVILIZADA.]

Matrioskas!

Existem 39 pessoas na Rússia que lêem a Casa Claridade, e eu acho isso muito divertido. Cumprimento-as na sua língua: Здравствуйте, друзья! - tradução: Olá, amiguinhos! 

[OK, sou tradutora, mas não sou poliglota e não sei falar russo.
Confesso: usei o tradutor do Google. :)]

Leitores da Rússia, adooooooooooro as vossas Matrioskas!

E estas férias estive lá. Não, não foi na Rússia, mas na bancada da Rússia, na FIA. É quase a mesma coisa, hã?

Depois de me ter divertido a experimentar chapéus russos e admirado as lindas réplicas dos ovos de Fabergé, comprei estas 5 encantadoras Matrioskas. Conseguem ver a mais pequenina?
Foram directamente para junto dos meus velhos e estimados alfarrábios.

Além de serem alegres e pitorescas, as lendárias Matrioskas são um amuleto que dá Sorte a quem as possui e mantém a família unida, próspera e feliz. Ora bem.
Simbolizam a Grande Mãe que protege e acarinha os seus filhos.

Há quem as use como caixinhas de desejos, escrevendo o desejo num pedaço de papel e colocando-o dentro da 2ª Matrioska.

Bom, depois conto-vos como foi a minha viagem ao Tibete, ãh, digo, à bancada do Tibete. :)

Inquietações

Para quem acompanhou o "assunto Sintra", segue abaixo o desenvolvimento:

- Há cerca de 1 mês atrás, escrevi para diversas entidades, entre elas, o Gabinete do Primeiro-Ministro.

- O Gabinete do Primeiro-Ministro encaminhou as minhas "inquietações" para o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território.

- O Chefe do Gabinete do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território encaminhou, por sua vez, as minhas "inquietações" para a empresa "Parques de Sintra - Monte da Lua".

- Finalmente, o Presidente do Conselho de Administração da "Parques de Sintra - Monte da Lua" respondeu às minhas "inquietações" acerca do abate de árvores em Sintra.

Dizia no ofício que:

Tratou-se de uma operação de limpeza florestal que consistiu no abate de espécies invasoras que infestavam essa área e aumentavam os riscos de incêndio.

Está tudo estritamente de acordo com a lei.
As espécies invasoras são acácias, eucaliptos e pinheiro bravo.

Serão plantados nesta área sobreiros, medronheiros, carvalho português e carvalho alvarinho.
[Se alguém tiver interesse em consultar os ofícios, basta deixar-me o email, que tenho todo o gosto em facultar cópia.]
E assim termina o "assunto Sintra".

Mas continuo inquieta.

Inquieta, porque as "espécies invasoras" não passam de árvores indefesas que nos fornecem oxigénio e bem poderiam ser transplantadas para outros locais se houvesse um pouco mais de respeito e sensibilidade.

Inquieta, porque ainda não vi uma única árvore plantada nos locais dos cortes.

Inquieta, porque quando cai uma árvore, perdem-se vidas - não só a da árvore, mas também as das famílias de aves que fazem os ninhos nos seus ramos.

Concedo a mim mesma o direito de perguntar:
- Não será a verdadeira espécie invasora e infestante, o Homem?
(pergunta de retórica, não carece de resposta)

Na foto: Uma bela acácia em flor.

Ando à procura...

Não tenho muitos sapatos. No Inverno, uso apenas dois pares de botas, que vou alternando. Tenho preguiça de comprar sapatos e pudor de me descalçar em público [não julguem que tenho calos ou joanetes, que eu até tenho pés bonitos, hã?].
Além disso, se tenho só 2 pés, não vejo para que é que precisaria de 100 pares de sapatos.
Ah!, bem sei que a maior parte das mulheres discorda de mim, bem sei. ;)

Porque cargas d'água falo em sapatos, se o post é sobre livros? Porque os livros são o meu luxo.

Estas férias, decidi realizar um desejo que me acompanhou toda a vida: ir a uma livraria e comprar a colecção completa da "Victoria Plum", de que só tenho 1 livro (na foto).

Eu sei que se trata de literatura infantil...
Mas se escrevo contos infantis, não estranhem que também aprecie ler os que outros autores escrevem. Em particular, a Angela Rippon.

Este livrinho que está na minha mão reconforta-me nos serões melancólicos e inspira-me nas tardes felizes. É o meu livro preferido. O meu chuchu. O meu xódó. Faz-me sentir bem.

Como dizia, lá fui à livraria pedir os restantes livros da Victoria Plum. Ia tão satisfeita que até tive vontade de ir aos saltinhos, a cantar lá-lá-lá-ri-rá. :))

Mas logo levei com um balde de água fria, que ainda me escorre pelos cabelos abaixo:
1. Não são mais comercializados (este livro saíu no início dos anos '80).
2. A Editora já não existe (Agência Portuguesa de Revistas).
3. Desconhece-se mais livros da autora.

Ah... vocês, meus pacientes leitores, não imaginam como fiquei desolada...
Então, fui à Biblioteca Municipal na esperança de encontrar algum exemplar desta colecção.
Também não têm. Procurei na internet, nos sites de leilões, e nada.

Mas eu não acredito que eles se tenham evaporado. Com mil raios, neste país inteiro, há-de haver alguém que tenha livros da Victoria Plum a ganhar pó no fundo de um baú.

Por isso, leitores de Portugal, vasculhem, por favor, as vossas estantes e baús!!
Se encontrarem um exemplar desta colecção que não seja igual ao meu, estou disposta a comprá-lo por um preço justo (notem que o meu nome é só Hazel, e não Hazel Onassis, OK?).

Algumas páginas do meu livro "Victoria e o Velho Ouriço", alusivo ao Outono.

Venham daí esses ossos!

... meus ricos leitores, e acheguem-se para um abraço com os corações a tocarem-se!

Ora contem lá, tiveram muitas saudades minhas, hããããã?

Eu tive saudades vossas, está claro.
De vos escrever. E de ouvir as vossas vozes em forma de palavras escritas.

A vossa escriba está de volta!

Beijos de Verão,