11 anos a escrever


Hoje a Casa Claridade celebra onze anos de vida. Como já é tradição, neste aniversário desvendo onze factos aleatórios:

1. Escrevo quase sempre primeiro em papel, num caderno velho com marcas de maçãs acabadas de comer. Só depois transcrevo para o computador;

2. Tenho sempre esse caderno na mesa-de-cabeceira, vários na gaveta da secretária, um no carro e outro que anda comigo na mala;

3. Uso lápis ou lapiseiras velhos ou caneta Bic laranja para escrever;

4. Alguns dos meus textos são resultantes de ideias que tive durante o sono e que escrevi no caderno a meio da noite;

5. Gosto especificamente de usar cadernos velhos, muitos já sem metade das folhas;

6. Quando acabo de publicar um texto, sinto-me a criatura mais feliz do mundo;

7. Já escrevi estirada no sofá, imersa na banheira, na cama, na secretária, na varanda, sentada no chão, no carro, em mesas de café, na rua, no comboio, em bancos de jardim e paragens de autocarro;

8. Não consigo escrever se me aperceber que alguém está a olhar para mim. É um acto íntimo, apesar de poder fazê-lo na rua;

9. Sou uma observadora atenta do comportamento humano. Tudo e todos são matéria-prima saborosa e suculenta que poderei utilizar para os meus textos;

10. No momento em que escrevo, não penso em quem poderá ler ou se os leitores irão ou não gostar. Não o faço por egoísmo, mas por necessidade de liberdade absoluta;

11. Na verdade, quando escrevo faço-o como se não estivesse a escrever, mas a falar, com toda a confiança que não tenho.

Muitas graças a todos por me acompanharem.

Hazel

9 anos a escrever sem parar

Tive outrora um vizinho, um senhor já com muita idade que morava numa casa estreita e espantosamente alta; parecia um ponto de exclamação ao fundo da rua. Ao longo da vida, foi sempre acrescentando e construindo, conforme as economias lho permitiam. A peculiaridade da sua casa surpreendia quem passava. Achava-se que ele era meio louco, porque podia parar, não precisava de continuar a esticar mais a casa, mas ele fazia-o quase como uma obsessão. Já não sabia viver de outra maneira.

Um dia, deixei de ouvir as batidas das ferramentas nas paredes. O silêncio instalou-se. O senhor construiu até ao último sopro de vida. A casa continua de pé, habitada pelo vento que se esgueira pelas frestas, os ecos das pancadas nas paredes e a hera que não pede licença para serpentear ao longo dos muros. Penso que o compreendo. Também não sei para que escrevo - senão dar sentido à minha existência.

Há nove anos, nasceu este blog. De alguma inexplicável forma, dá-me serenidade pensar que, por muitas voltas e reviravoltas que o mundo dê, uma parte de mim mora sempre aqui, nesta Casa Claridade, onde os alicerces e as paredes são feitos de frases, e os tijolos, que fui pacientemente colocando, um por um, são as palavras que escrevo.

Consultei as estatísticas há uns dias, e senti-me grata por saber que esta casa teimosa e exclamativa foi visitada mais de quatro milhões de vezes desde que nasceu. Agradeço-vos por terem a paciência de lerem o que escrevo e pela proximidade que se cria entre nós. Escuso-me por alguma vírgula mal colocada, como quem pede desculpas pela desarrumação às visitas.
Mas o sofá é confortável e o chá foi feito com amor.

Muitas graças a todos.

Hazel

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Sagrado Feminino - As Mulheres que me Acompanharam

Agradeço publicamente às maravilhosas mulheres que me acompanharam ao longo do último mês, celebrando o Sagrado Feminino.

Deixo aqui a minha homenagem a todas vós, partilhando um pouco de cada uma e daquilo que esta experiência vos trouxe:

 
Heloísa de Mesquita Inoue
Goiânia, Brasil

"O sagrado feminino despertou a esperança e trouxe de volta o que há de melhor em mim, o meu olhar terno e sereno, ou seja, trouxe de volta a mulher que dormia em mim!"













Sara
Porto, Portugal

"O que me fica deste mês é a sensação de liberdade! Ser mulher e sentir-me mais mulher é também sentir-me livre! Livre de roupa e livre de preconceitos, leve e fresca como este maravilhoso mês de Maio. Obrigada, Hazel, por mais este desafio que partilhei contigo!"










Rita C.
Carcavelos, Portugal


"Para mim este Sagrado Feminino foi um regresso à minha Mónada..."












Rosa Araújo
Almeirim, Portugal

"Considero-me uma pessoa feminina por natureza e de bem comigo mesma, mas muitas vezes acabo por vestir a 1ª coisa que me aparece na frente, o que ao longo deste mês não aconteceu e dei por mim a prestar mais atenção ao meu corpo. Tal como a Hazel, este ano senti-me a celebrar o meu aniversário prolongadamente. Os 50 são um marco importante, por isso valeu a pena!"








Diana Araújo
Norwich, UK

"Maio - mês que me levou a casa, a Portugal. Por entre surpresas, fadas e flores, iniciei esta celebração com a minha mãe. Há um mundo único e mágico das mulheres, que nos une e fortifica, que nos dá asas e lugares seguros."










Lénia Carlos
Cascais, Portugal

"Com esta experiência descobri que se quero, consigo. Por isso basta querer! Estes 31 dias foram vividos com muito entusiasmo, disciplina e em comunidade com as outras mulheres. Descoberta: tenho muitas saias e vestidos que não usava. Adorei!"








Lieve Tobback
Lousã, Portugal

"Em 2010, acompanhava a Casa Claridade à distância. Lembro-me tão bem das invenções dos visuais diários, esperava todos os dias pela fotografia. Este projecto de vestidos e saias, esta celebração do feminino inspirou-me na altura. Soltou algo em mim. Comecei a ver-me como a mulher que sou. E comecei a usar vestidos e saias.

Este mês de Maio decidi entrar no desafio proposto. Ainda estou a reflectir sobre e a digerir este mês que passou. Foi um mês intenso. De descobertas. Lindo. O facto de fotografar-me todos os dias e publicar esta fotografia, fez-me pensar no que vestir em vez de "enfiar o trapinho que estivesse mais à mão".
Também não houve pijamadays este mês, hehehe. Cuidei mais de mim, olhei mais para mim. Acho que nunca me olhei tanto ao espelho! Fiquei mais "vaidosa" ao longo deste mês e continuo a pensar em formas diferentes de combinar os vestidos e saias que tenho. Aprendi a sair da minha concha e assumir-me, como mulher e como pessoa. Sinto-me mais segura de mim, sinto-me mais bonita. Esta minha caminhada ainda tem muito por onde andar mas sinto que resgatei o meu ser, o meu sagrado feminino. Grata, por tudo."


Missão cumprida!
Em conjunto, resgatámos o Sagrado Feminino, a união entre mulheres, a amizade, o respeito, a confiança, a individualidade de cada uma. Obrigada a todas, do fundo do coração!

Em profunda gratidão,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 30



Amanhã termina o "Sagrado Feminino"...
Que alívio para os vossos olhos, fartos de vir aqui e ter de ver a minha cara todos os dias.
Depois disto, vou passar um mês inteiro de pijama! hahaha!
(estou a brincar)

Esvoaçante como uma borboleta,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 29



























Os ventos do deserto sopram forte nas sextas-feiras ao fim do dia! Dia de aula de dança!
Honro a minha feminilidade nesta dança sagrada e ancestral. A dança oriental foi uma dança criada pelas mulheres, que dançavam em harmonia, partilha e celebração, umas com (e para) as outras.

Sou grata por esta bênção e por tudo o que a dança trouxe para a minha vida.
Assim como tantas outras mulheres, durante muitos anos, tive a crença disparatada de que a dança era algo que "não era para mim", mas só "para as outras". Não por eu não gostar de dançar, mas porque achava que não tinha jeito, que era velha demais, que me faltava alguém "com quem ir", que, que, que...

A verdade é que quando sonhamos com algo, não podemos ficar à espera que alguém nos leve lá pela mão e nos incentive. Isso não acontece. Pelo menos, nunca aconteceu comigo.

Muitas vezes, a nossa única motivação somos nós mesmos, e até pode acontecer que todos à nossa volta não estejam na mesma sintonia ou nos queiram mesmo dissuadir com um "p'ra quê?". Ou podem criticar-nos. Ou afastar-se de nós, por despeito, ou incompreensão.

Para não falar na auto-crítica. Nas primeiras aulas, senti-me tão desajeitada como um elefante numa loja de cristais. Mas nunca desisti. E, por nunca ter desistido e sempre me ter motivado a mim mesma, ultrapassei as minhas próprias barreiras e transmutei a insegurança em força.

É impossível dançar e estar triste ao mesmo tempo.
Se quem canta, seus males espanta, quem dança também!

Partilho isto sobre mim para as mulheres que me acompanham; para que saibam que nunca é tarde demais; se querem alguma coisa, lutem! Não dependam da aprovação nem do apoio dos outros! Sejam a vossa própria motivação.

Deixo-vos o convite para o próximo espectáculo, "Volta ao Mundo em 90 Minutos", no dia 28 de Junho, no palco do Auditório Sra. Boa Nova, em S. João do Estoril.

E agora, excuse me, que eu vou para a minha aula!

Rodopiante e serpenteante,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 28

Hoje o L. fez gazeta na escola. Mas, ainda assim, teve de trabalhar no seu part-time não remunerado como fotógrafo, porque eu o obriguei! Ah!

E que ninguém me acuse de estar a explorar o gaiato, porque o dia inteiro foi assim:

- Mamã, anda jogar Monopólio.
- Mamã, vamos dar banho aos gatos.

[Resumo desta parte:
Fsssss!!! Miauu!!

Veneza é na minha casa-de-banho. 
O pânico vestido de pêlos e bigodes. 
Cortinas da banheira rasgadas. 
Tomei banho também. 
Todos precisamos de um calmante. 
Nunca mais lhes dou banho.]

- Mamã, anda cantar.
- Mamã, senta-te aqui comigo a ver desenhos-animados.
- Mamã, o que é o almoço?
- Mamã, vou fazer xixi.
- Mamã, vou fazer cocó.
- Mamã, um dos gatos deu um pum.
- Mamã, anda fazer uma luta de espadas.
- Mamã, anda fazer gelados.
- Mamã, mamã, mamã.


De vestido cor de post-it,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 27

Tenho recebido algumas mensagens de mulheres que me perguntam timidamente onde compro as minhas roupas. Acho isso uma delícia.

As minhas roupas vêm das mais variadas proveniências. Não me identifico com quase nada do que encontro à venda nas lojas comuns.

Então, a maior parte do que tenho comprei em lojas de roupa em 2ª mão.

Outras peças, foram presentes de amigas, ou roupas que as minhas amigas chegadas deixaram de usar e perguntaram se eu queria (e eu disse que sim!). Acho tão bonito esta forma de partilha entre mulheres.

Outras ainda, tenho a sorte de morar num local onde as pessoas deitam tudo fora. Mas, assim, mesmo tudo. Colocam em sacos ao lado do contentor para alguém aproveitar. E, assim como eu deixo coisas que já não quero para quem quiser levar, outras vezes, sou eu que trago o que os outros deixam. Incluindo roupas em perfeito estado.

Não sinto qualquer tipo de embaraço em dizê-lo, com a consciência de que este blog é lido por milhares de pessoas, segundo as estatísticas.

Quem me conhece bem, conhece também a minha humildade. Quem não me conhece pessoalmente, bom, fica a saber isto sobre mim. Não preciso da aprovação de ninguém, o que me liberta da preocupação de manter uma imagem que não corresponda a quem eu sou.

Na minha rua, todos praticam isso, e ninguém estranha que se deixe sacos de papel ao lado dos contentores, assim como ninguém estranha quando alguém os recolhe. Por isso, gosto de viver aqui. É uma forma de estar simples, ecológica e económica.

E depois desta "escandalosa revelação", temos duas alternativas:
1. Continuem a amar-me.
2. Deixem de me amar.

hahahaha!
A escolha é vossa. Serei sempre como sou, de qualquer das formas.

A saia nesta foto, foi um presente enviado pelo correio pela Lídia Pinho, de Tondela, que acompanha a Casa Claridade há muitos anos. A camisola branca, comprei no supermercado!

Ecologicamente vossa,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 25


























Hoje, o meu pequenino fotógrafo de 10 anos estava cansado e sem vontade de fotografar.
E esta foi a foto que ele fez, "cansado e sem vontade, mamã". :)

De sapatos dourados, pronta para atravessar o arco-íris,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 24


Parece uma foto velha, mas foi tirada há uns 10 minutos atrás.

Também parece, pelas 2 últimas fotos, que passei o fim-de-semana todo no sofá, sem fazer nada. Parece, apenas...

Sou uma Fada-do-lar e tenho asas,
Hazel