O chi cavalga os ventos


Todas as manhãs, cumpro este ritual: abro as janelas da casa e deixo o vento entrar.
Mesmo que esteja frio, como hoje. O novo ar, que traz o cheiro da terra húmida do orvalho da manhã, percorre todas as divisões, e varre as paredes, os tectos, o chão.

Leva as velhas energias e traz renovação. Afinal, cada dia é um recomeço.
Há sempre uma brisa a correr, lembrando o sangue que corre nas veias. A casa está viva.


Depois de renovar o ar, fecho as janelas, e deixo uma fresta, para que o chi continue a circular.
As cortinas, brancas e leves, ondulam ao ritmo da brisa, como se a casa estivesse a respirar.

Expira... inspira...

Hazel

Um Fotógrafo de 5 anos em Minha Casa

A minha máquina fotográfica anterior avariou, e dei-a ao L., para brincar.
(ainda dá para tirar fotos, embora saiam com excesso de luz e às riscas)
O L. andou todo divertido, feito repórter abelhudo, a registar tudo o que via.

Ontem, ele mostrou-me as fotos que andou a tirar. E eu fiquei impressionada. Ainda estou.
Como é que este gaiato de 5 anos consegue tirar melhores fotografias com uma máquina avariada do que eu com uma nova?

Acreditem ou não, todas as fotos que se seguem foram tiradas pelo L., nas suas brincadeiras, e sem qualquer influência da minha parte.

Esta é a perspectiva mágica que ele tem da nossa casa:

Mesa posta na cozinha num fim de tarde qualquer.

Os seus Legos (em grande plano!).

A sala.

O ânus de Dom Gato. lol

Um dos seus carrinhos, em plano gigante.

O seu pato do banho.
Aqui, ele devia estar sentado no trono a fazer o "número 2". ahahah

Mais uma da sala.

Pelos corredores da casa.

Hoje o post é teu, filho.

Toma e embrulha! - Natal Ecológico


Todos os anos, na manhã a seguir ao Natal, os ecopontos e contentores de lixo vomitam quilómetros de papel de embrulho, que se espalha pelas ruas fora com os ventos invernosos. Só por esses 15 segundos que se leva a abrir um presente, gastam-se toneladas de papel nessa noite, no mundo inteiro. É uma loucura. Para quê? Vós, sensatos leitores, achais isso bem? Eu não.

Tal como recuso sacos de plástico quando faço compras que possa trazer na mão, recuso também o papel de embrulho que as lojas oferecem quando compramos presentes.

Ao longo do ano, recebemos dezenas de jornais de tiragem gratuita na caixa do correio.
(É, é isso mesmo que estão a pensar, façam favor de não torcer o nariz.)

Não há porque ter vergonha de dar um presente embrulhado em papel de jornal/revista.
Ora, já estão a oferecer o presente, se a pessoa presenteada ficar a olhar de lado para o embrulho que fizeram... acho que ela não merece o vosso presente. Tenho dito!

Mas isso não vai acontecer, porque os vossos embrulhos serão ecológicos e bonitos.
Vamos lá a pôr mãos à obra! Procure jornais e revistas que tenha em casa.
(Tenha cuidado para nunca usar páginas com notícias de acidentes, tragédias...)

Faça um embrulho que esteja relacionado com a pessoa a quem se destina:

- Uma amiga que adora decoração - Use páginas dos catálogos IKEA ou revistas de decoração;

- A sua filha gosta de moda - Use folhas de uma revista de moda, páginas com anúncios de perfumes, roupas...;

- O seu marido gosta de futebol - Use as páginas da secção de desporto do jornal;

- A sua sogra é uma chata - Use a secção da necrologia ahahaha - estou a brincar!!

- Para as crianças - Use páginas do catálogo da Toys 'R' Us, ou folhas de jornal onde fez desenhos coloridos com canetas-de-feltro.

Consoante a pessoa a quem o presente se destina, poderá colar:

- Fitas de tecido coloridas que tenha aí por casa;
- Penas;
- Folhas secas;
- Um rebuçado [balinha, no Brasil];
- Um pacote de chá;
- Conchas (aprenda a furá-las aqui);
- Algumas varetas de incenso;
- Pequenos ramos de ervas aromáticas;
- Paus de canela;
- Pedaços de tecido recortado, botões, restos de lãs...

Macacos me mordam se, com tantas ideias que aqui estão, vocês não são capazes de fazer uns embrulhos bem originais e ecológicos!

Hazel

Rainha do lar

Alguém quer viajar para a Antártida, e passar umas férias no frio, com direito a esquis, passeios de trenó, luvas grossas e blusão de penas?

Pois é só entrar no meu frigorífico. As placas de gelo são tão grandes, que qualquer dia abro a porta para tirar o pacote de leite e salta-me de lá um pinguim no meio de uma tempestade de neve.

É hoje que vou limpar o frigorífico. Até estou a escrever aqui, para ficar registado e não haver hipótese de me escapar.
Ai, que fadário! Bah....
Digam-me palavras de encorajamento e de incentivo, que estou a precisar.

Que o espírito da Mulher-Maravilha baixe em mim hoje, pois, além do frigorífico, tenho também tapetes para sacudir, roupa para estender, pó para limpar, chão para varrer, sofá para arrumar (oh senhores, o pau não está a resultar...) e pernas para depilar.

Ahhhhhh... o que é que eu estou a fazer aqui?
Vou-me já embora. Corram comigo, que eu deixo.
- Sai daqui, Hazel! Larga o computador. E não te esqueças da sopa de abóbora para o jantar.

Vou! (mas volto)

Da Alemanha

Eu sou só 1 pessoa. E vocês, leitores, são muitos. Às vezes, quando consulto as estatísticas dos visitantes quem vêm aqui ler os meus desvarios, imagino uma multidão de caras desconhecidas. Outras vezes, as vossas vozes ganham uma cara, um sorriso, um olhar.

Como ontem. Ontem, conheci uma de vós.
Na Alemanha, vive uma portuguesa chamada Paula M., que lê a Casa Claridade todos os dias.

A Paula veio a Portugal por uns dias, e escreveu-me. Combinámos encontrar-nos.

Fiquei encantada. É um privilégio ter leitoras tão bonitas e especiais. E um super luxo receber abraços tão sentidos e afectuosos.

A Paula M. trouxe-me um pacotinho lindo cheio de presentes. Incenso de sândalo, óleo essencial de alfazema, chocolates numa caixa encantadora, uma máscara de chocolate e um duende tão giiiiiro para tomar conta da minha floresta. Adorei tudo!! Obrigada.

Mas o presente que mais gostei foi ter-te conhecido.
Obrigada por te teres deslocado para nos encontrarmos e obrigada por este carinho.

Despedimo-nos com um abraço de "até breve".
Porque sei que nos vamos reencontrar um dia.