Já não sou uma dona-de-casa desesperada

Vivaaaaaaaaaa!!!!!
Acabou-se a capa que não tapava o sofá todo e estava sempre a escorregar e a amarrotar-se.
Adeuzinho, pau entalado no meio das almofadas para segurar a capa.

Risco o sofá da lista de presentes, e fico só com os restantes que pedi, sim, Pai Natal?
Antes que me acusem de ser a preferida do Pai Natal, informo já que não foi ele.

Agora, permitam-me um auto-elogio:
- Eu sou melhor que uma fita métrica!
[Palmadinha no meu ombro esquerdo]

Tenho um novo sofá, branco, como eu queria, por apenas 29€. Eu disse "novo sofá", e não "sofá novo", alguém notou?

Ora, foi simples. Fui ao IKEA e comprei as capas extra daquele sofá branco. Apenas.

O nosso velho e bom sofá, comprado há uns 12 anos atrás, quando ainda não havia IKEA em Portugal, é de outro modelo, mas eu, amigos...

... eu tinha cá uma coisa dentro de mim que me dizia que as capas do IKEA iam servir.




Voltando à narrativa, lá fui ao IKEA, e trouxe as capas para casa.
Num segundo, voou o pau e a capa que serviu de improviso-permanente durante uma data de anos, e concentrei-me.
É verdade que agarrei num martelo e dei umas marretadas nos cantos das costas do sofá para moldá-lo. Os meus vizinhos, que ouviram a barulheira, são testemunhas. [Desculpem lá!]

E consegui! Com mil marretadas, se consegui...
Meu rico sofá, sempre valeu a pena tudo o que passámos contigo, incluindo aquela vez em que te deitámos para o lixo e nos arrependemos, trazendo-te de volta umas horas depois.
[Nova palmadinha no meu ombro esquerdo!]

Estou contente porque tenho um novo sofá e não gastei quase nada.
Estou contente porque consegui não poluir o Planeta com mais lixo.
Estou contente porque já não pertenco à A.D.S.E.A.*!

* Associação dos Detentores de Sofás Esculhambados Anónimos

O homem que atravessa o tempo


Existe um homem de chapéu e fato preto, acinzentado pelo tempo, que caminha há séculos sem parar. Vai em silêncio e sem pressa. Não leva bagagem.

Descobriu que a tristeza são partículas de pó que pousam nos seus ombros se ele se sentar a pensar e a olhar para trás. É uma poeira fina e cinzenta-escura que pesa como o chumbo.

E, portanto, nunca pára. Caminha há séculos, ligeiramente inclinado para a frente, cortando o vento com a determinação de quem sabe que o segredo está no movimento, que o espaço é limitado e o tempo não existe.

Já deu muitas voltas ao mundo, sempre a caminhar. Umas vezes, em contraluz, e outras atravessando nuvens de pó, que se assemelham às tempestades de areia no deserto.

Semicerra os olhos e atravessa-as, sempre sem parar. Quando chega ao fim, sacode a poeira dos ombros, deixando para trás a tempestade e prossegue no mesmo compasso.

Não sei onde vai nem quando irá parar.
Talvez o mundo que ele já percorreu tantas vezes se limite à sua sala de estar.
Talvez até seja ele que levanta o pó com os pés a caminhar.
Deixem-no ir, não atrapalhem a sua marcha. Porque se alguém lhe toca, nem que seja com a ponta de um dedo, ele desfaz-se... em pó.

Hazel

Obrigada, Lídia!

Depois deste post um pouco travesso [ou rebelde, se preferirem], achei que este ano eu não ia merecer presentes de Natal de ninguém. :))  Mas... afinal, enganei-me!

A Lídia Pinho, de Tondela, que é uma pessoa muito carinhosa e tem mãos de fada, fez-me uma surpresa. Ontem, o Sr. carteiro subiu as escadas para me trazer uma encomenda sua.

Na caixa, vinham dois gorros de crochet lindíssimos que me fazem sentir uma actriz de Hollywood dos anos '40. Adoro adoro adoro!!

Uma encantadora árvore de Natal em crochet - ó Lídia, se eu morasse ao pé de si, já tinha ido aí bater-lhe à porta a pedir para me ensinar a fazer estas coisas tão bonitas.

Um porta-chaves muito original feito pela Estela, a filhota bonita da Lídia, que também herdou as mãos de fada.

E uns deliciosos biscoitos polvilhados de canela, que eram o dobro da quantidade que aparece na foto, mas eu não lhes resisti e ainda estou neste momento a limpar as migalhas dos cantos da boca.

Obrigada, Lídia!

A Estrela Dourada

Voei na minha vassoura e atravessei o mais negro dos céus em busca de um pequeno ponto de luz que estava prestes a nascer.

Achei. Uma pequena e tímida estrela dourada que irá crescer e transformar-se num Sol quente, radioso e envolvente. Trouxe-a comigo.

Cá está ela - consegue vê-la sobre o monitor?

Chegue-se mais para a frente e ponha os óculos de "ver ao perto". A-ha, ali está!

É a minha forma de desejar a todos vós, que lêem a Casa Claridade, um mágico e feliz...

... Solstício de Inverno.
... Solstício de Verão, para quem está no Hemisf. Sul.
... Natal, para quem prefere assim.
... Yule, para quem prefere assim.
... ou um dia como tantos outros, para quem não prefere nada, mas merece ser feliz na mesma.
:)

Quando o bolo fica colado na forma...


... dá vontade de atirá-lo pela janela!
Eu não percebia porque é que isso me acontecia quase sempre.
Vestia o meu avental da sorte, seguia a receita, untava e enfarinhava a forma, colocava no forno para assar... e, ao desenformar, o bolo partia-se e ficava metade agarrado à forma.

Porquê, Senhores, porquêêêêêêê?
Seria da forma?
Seria do forno?
Seria de mim?

Até que a resposta atingiu-me como um raio.

Para que o bolo nunca cole na forma, devemos pré-aquecer o forno.
Não me perguntem que diferença isso faz, pois nem-eu-sei, mas o facto que comprovei é que o forno pré-aquecido é a salvação do bolo! Nunca mais aconteceu isso.

Estou certa de que toda a gente sabia este segredo menos eu...
Mas fiquem sabendo que descobri-o na mesma. Tomem lá-á!

Hazel