Ritual de Cura e Poder para Mulheres

Todas as Mulheres são Deusas, ainda que não o saibam.
Todas são perfeitas, ainda que não o sintam.


Trago-vos um Ritual de Cura e Empoderamento para vos ajudar a redespertar a Magia e Sacralidade.

Pode ser feito todas as noites, ou, por exemplo, às 6ª feiras, o dia regido por Vénus, caso não consiga fazê-lo diariamente. Copie-o para um papel.

Acenda um incenso e uma vela, e coloque-se nua em frente a um espelho.

Molhe o dedo indicador em óleo essencial (de rosas ou sândalo, por exemplo), ou sangue menstrual, ou água do mar, rio, nascente ou da chuva.

Toque com o dedo indicador, um de cada vez, cada um dos seus chakras principais, dizendo em voz alta:


Tocando o chakra da coroa (topo da cabeça), diga:
"Abençoa-me mãe, porque sou tua filha."

Tocando o chakra da terceira visão (entre as sobrancelhas), diga:
"Abençoa a minha visão, para que eu Te veja na minha vida."

Tocando o chakra da garganta, diga:
"Abençoa a minha voz, para que ela propague o Teu Amor por todos."

Tocando o chakra do coração, diga:
"Abençoa meu coração, para que ele se abra e se encha de Amor por mim mesma e por todos."

Tocando o plexo solar (abaixo das costelas inferiores), diga:
"Abençoa minha energia vital que vem de Ti."

Tocando o chakra sacro (2 cms abaixo do umbigo), diga:
"Abençoa o meu útero e ovários, para que o meu cálice sagrado seja amado, respeitado e reverenciado."

Tocando o chakra de raiz (genitais), diga:
"Abençoa a minha vulva, portal da vida e da morte."

Tocando a planta dos pés, diga:
"Abençoa os meus pés, para que possam percorrer o Teu caminho e o meu."

Tocando a palma de ambas as mãos, diga:
"Abençoa as minhas mãos, para que elas façam o Teu trabalho, que é o meu trabalho neste mundo."

Tocando novamente o chakra da coroa, diga:
"Abençoa-me, Mãe, porque sou tua filha e sou uma parte de Ti."

Agradeça.

(Este ritual não é da minha autoria, desconheço a fonte, e fiz várias alterações)

Em perfeita Harmonia,


Hazel

Cada pessoa tem o seu próprio céu


Cada pessoa tem o seu próprio céu. Alguns, têm o arco-íris sobre si. 
Outros, têm tornados. Outros, auroras boreais. Uns, têm pesadas nuvens negras. 
Outros, um Sol resplandecente. E outros, um nevoeiro espesso com cheiro a musgo.

Cada pessoa tem o seu próprio céu que está em permanente mutação, e há tantos céus diferentes quanto há pessoas no mundo. É importante que haja muitos encontros, e que os céus se aproximem uns dos outros, para que a escuridão seja iluminada e o excesso de luz temperado com um pouco de sombra fresca.

Este texto foi-me dito - não sei por quem - esta noite, durante o meu sono.
Partilho sem alterações.

Velha Gaiteira!


Faz hoje 37 anos que esta vossa escriba nasceu. Trin-ta-e-se-te-a-nos.

E a que é que sabe ter 37 anos?
Sabe a elefantes voadores, yogurtes com espinhas, girafas saltitantes e comboios de papel. Eu sei lá a que é que isto sabe!

É esquisito e faz-me medo. Tenho medo de fazer anos, sinto-me estranha, desajustada, apetece-me esconder-me dentro de um casulo até o dia passar depressa e voltar tudo ao normal.

Ai, Hazel, que desmancha-prazeres. E sou.
Estou chata e rabugenta como uma velhinha de 600 anos.

Com mil vassouras, se não me viro do avesso e, já que fiquei velhinha, pelo menos, quero ser uma velha gaiteira, alegre e doida. Daquelas que falam sozinhas e usam chapéus originais. Oh, o drama. Deixai-me habituar-me à ideia, mundo cruel. Deixai-me transformar esta crise de meia-idade em... em... em... maturidade.
Até custou escrever. Apre.

Escondida num canto qualquer,


A lira de Orfeu e a chuva de meteoros


As árvores debruçavam-se para escutar as melodias da lira de Orfeu, trazidas pelo vento.
Os pássaros suspendiam o vôo e os animais ferozes tornavam-se mansos, rendidos ao encantamento da sua música. As zangas eram apaziguadas.

Por amor, viajou até aos tenebrosos submundos, de onde ninguém conseguia regressar, para resgatar a sua amada e bela Eurídice, morta por uma serpente que se atravessou no seu caminho quando fugia da cobiça de Aristeu.

A viagem não teve sucesso. No último momento, desrespeitando a condição imposta por Hades, o senhor dos submundos, cede à tentação de olhar para Eurídice antes de alcançar o mundo superior, e perde-a. Orfeu regressa sozinho e desgostoso. Acabou por ser morto depois pelas Musas que desprezou por fidelidade e amor a Eurídice, vindo, assim, reunir-se à sua bela amada, perpetuando o amor além da vida.


A lira de Orfeu, após a sua morte, foi transportada por uma águia e colocada no céu, em forma de estrelas, que deu origem à Constelação de Lira. Uma vez por ano, em Abril, dão-se as Lirídeas, a chuva de meteoros na Constelação de Lira.

O céu chora as lágrimas de Orfeu sobre as nossas cabeças. Não de tristeza, mas de Amor.

Esta noite, vou olhar para o céu, pensar na lira mágica de Orfeu, símbolo do Amor que transpõe barreiras e vence sempre, e pedir um desejo. Por estarmos em Lua Minguante, sugiro que quem pedir desejos, os formule em sintonia com a energia lunar, pedindo que seja removido do seu caminho aquilo que impede a concretização de... (o vosso desejo)

Este post foi escrito embalado pelo som da lira grega neste vídeo:


A olhar para o céu,

Hazel

Vizinhos, essa espécie em vias de extinção


Sou de um tempo em que a chave da porta da rua ficava quase sempre pendurada do lado de fora. Só tocava à campainha quem era 'de fora', os vendedores de enciclopédias, as beatas a pedir quinquilharia para a quermesse. As vizinhas sabiam que não era preciso bater, chegava até a ser despropositado cumprir tal formalidade.

Entrava-se sem cerimónias para pedir um molho de coentros, uns limões, oferecer um saco cheio de figos acabados de colher, partilhar revistas de moda e de conselhos femininos, ou trocar dois dedos de conversa sobre a vida alheia e os dilemas da educação dos filhos.
Tudo enquanto se tiravam as favas das vagens, se descascavam batatas para o almoço ou descosiam os alinhavos da bainha de uma saia.

O tempo arrastava-se devagar. Era um tempo mais longo. Havia sempre o que fazer, mas havia sempre tempo para tudo. As tardes esticavam até se perderem de vista no horizonte.

Hoje, já adulta, entro no prédio onde moro, vejo se há correio e subo as escadas de pedra fria onde raramente encontro alguém. As pessoas esperam até ouvir uma porta bater para abrirem a porta das suas próprias casas e assim saírem sem ter de passar pela maçada/obrigação de cumprimentar.

É reconfortante ouvir os pratos dos vizinhos do lado a baterem no lava-loiças depois do almoço e a torneira a abrir e fechar. Os lençóis floridos da vizinha de cima, que me tapam tantas vezes as janelas, e eu nunca tenho coragem de reclamar, porque são tão acolhedores e primaveris, que preferia perguntar em que loja os comprou a queixar-me. É praticamente todo o contacto humano que existe.

Sinto falta de ter vizinhos que me perguntem se posso dispensar algumas batatas porque o supermercado já está fechado, ou a quem eu possa pedir um ramo de salsa.
Que me avisem "Ó vizinha, vem lá chuvaaaa!", para eu tirar a roupa do estendal a tempo.
Ou que me peçam para lhes regar as plantas quando vão de férias.

No ano passado, mesmo sem conhecer os meus vizinhos, pendurei nos puxadores das suas portas um pequeno saco com frutos secos e um postal de Natal "Votos de Boas Festas dos vizinhos do 1º Esquerdo!" A vizinha da frente veio bater à minha porta uns dias depois e ofereceu-me um bloco de apontamentos com desenhos de girassóis. Depois mudou de casa.

Há dias, esqueci-me da chave de casa pendurada do lado de fora da porta. O vizinho de cima tocou à minha campainha: "Cuidado, olhe que se esqueceu da chave cá fora", e desapareceu num ápice, sem chegar a ouvir o meu agradecimento.

Oh, que nostalgia.

Hazel