A Origem do Dia dos Namorados
quarta-feira, fevereiro 14, 2018Esta vossa escriba não esteve lá para ver, mas dizem que era assim que se passava:
Os sacerdotes escolhidos sacrificavam ritualisticamente dois bodes e um cão. O sangue que escorria da adaga sacrifical era embebido em lã, que tinha sido previamente molhada em leite e, com a mesma, ungiam a testa, o que induzia a estados de euforia.
Vestiam o couro dos animais, ou usavam-no em torno da cintura para tapar os órgãos genitais, encarnando, assim, o espírito do senhor das florestas. Cortavam longas tiras de pele aos animais sacrificados, a que davam o nome “februa” (e que está na origem etimológica da palavra Fevereiro, o mês correspondente à época desta celebração), e usavam a februa para chicotear o povo.
Corriam para açoitar os jovens na flor da idade, sedentos de sexo (que não deviam oferecer muita resistência, os doidivanas); as mulheres inférteis, para estimular a fertilidade; as grávidas, para aliviar as dores de parto; as púdicas e as frígidas, para despertar a libido; e todos os que apanhassem pelo caminho. Era a loucura.
Espantavam-se os maus espíritos, purificavam-se as pessoas, as casas e as ruas, e estimulava-se a saúde, a sexualidade e a fertilidade.
Vá-se lá saber como, as vergastadas acabaram por dar lugar, séculos mais tarde, à oferta de ursinhos de peluche fofinhos, postais com frases pirosas, caixinhas de bombons de chocolate em formato de coração e lingerie comestível.
Agora, meus passarinhos, toda a gente odeia o Dia dos Namorados, dizem que é comercial, que a data irrita, que os casais apaixonados são entediantes, que isto, que aquilo.
O arcano A Força ruge com a ferocidade de um animal que nos toma de assalto, atiçando-nos os instintos, pondo-nos à prova — açoitando-nos a paciência com a februa.
Ainda ontem, quando pedi ao senhor do talho que cortasse a carne em tiras para o strogonoff, pareceu-me ter visto sair — com estes olhos qu’a terra não há-de comer — um mancebo que levava, engalanada com um laçarote, uma caixa cheia de tiras de carne, em honra dos bons e velhos tempos em que se corria desnudo e bramava de prazer e de dor ao mesmo tempo. Não havia caras de enjoadinhos. Ai não gostas de ursinhos de peluche?, Toma lá!
Ponham-se a pau.
Hazel
Consultas em Carcavelos, Massamá, Oeiras, Sintra, Santarém e online
Tarot - Reiki - Regressão - Reprogramação Emocional
Email: casa.claridade@gmail.com
Hazel
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Crónica semanal publicada no Jornal O Ribatejo, edição 1668
5 COMENTÁRIOS
Bom dia Hazel!
ResponderEliminarConhecia outra versão para a origem das celebrações do 14 de Fevereiro: a de São Valentim. A que você apresenta hoje é muito mais horripilante.
Mudando de assunto, e tendo em conta alguns acontecimentos que tiveram lugar ontem durante o período da "lua vazia", pergunto-lhe se existe alguma coisa que possamos fazer, para minimizar danos, quando temos uma viagem, consulta, exame na universidade, entrevista para emprego ou outra coisa do género, durante o período de "lua vazia".
Obrigada pela atenção e principalmente pelo seu fantástico sentido de humor.
Rosália
Não fazia a menor ideia de que assim fosse.
ResponderEliminarMuito interessante!
Hummm... pra mim? Nem uma coisa nem outra, tô de regime!
ResponderEliminarola,hazel,boa noite! achei tesouro de blog,amei muito.amiga,nao lido muito bem com internet,mas consegui decifrar os desenhos dos simbolos na almofada.sera que poderia desenhar-los pra mim,eu tem uma amiga que pedirei para ela desenhar pra mim. muito grata .se puderes me ajudar,desde ja te agradeço muito.meu e-mail rivamoraes@gmail.com
ResponderEliminarOlá!Estava com saudades , não conhecia está versão, achei interessante.
ResponderEliminarObrigada pelo seu comentário ♥