Na Roma antiga, dava pelo nome de Lupercalia, a festa em honra de Lupercus, o Fauno (Pã, na Grécia), divindade regente das florestas e de todos os seus habitantes.
Esta vossa escriba não esteve lá para ver, mas dizem que era assim que se passava:
Os sacerdotes escolhidos sacrificavam ritualisticamente dois bodes e um cão. O sangue que escorria da adaga sacrifical era embebido em lã, que tinha sido previamente molhada em leite e, com a mesma, ungiam a testa, o que induzia a estado de euforia.
Vestiam o couro dos animais, ou usavam-no em torno da cintura para tapar os órgãos genitais, encarnando, assim, o espírito do senhor das florestas. Cortavam longas tiras de pele aos animais sacrificados, a que davam o nome “februa” (e que está na origem etimológica da palavra Fevereiro, o mês correspondente à época desta celebração), e usavam a februa para chicotear o povo.
Esta vossa escriba não esteve lá para ver, mas dizem que era assim que se passava:
Os sacerdotes escolhidos sacrificavam ritualisticamente dois bodes e um cão. O sangue que escorria da adaga sacrifical era embebido em lã, que tinha sido previamente molhada em leite e, com a mesma, ungiam a testa, o que induzia a estado de euforia.
Vestiam o couro dos animais, ou usavam-no em torno da cintura para tapar os órgãos genitais, encarnando, assim, o espírito do senhor das florestas. Cortavam longas tiras de pele aos animais sacrificados, a que davam o nome “februa” (e que está na origem etimológica da palavra Fevereiro, o mês correspondente à época desta celebração), e usavam a februa para chicotear o povo.
Corriam para açoitar os jovens na flor da idade, sedentos de sexo (que não deviam oferecer muita resistência, os doidivanas); as mulheres inférteis, para estimular a fertilidade; as grávidas, para aliviar as dores de parto; as púdicas e as frígidas, para despertar a libido; e todos os que apanhassem pelo caminho. Era a loucura.
Espantavam-se os maus espíritos, purificavam-se as pessoas, as casas e as ruas, e estimulava-se a saúde, a sexualidade e a fertilidade.
Vá-se lá saber como, as vergastadas acabaram por dar lugar, séculos mais tarde, à oferta de ursinhos de peluche fofinhos, postais com frases pirosas, caixinhas de bombons de chocolate em formato de coração e lingerie comestível.
Agora, meus passarinhos, toda a gente odeia o Dia dos Namorados, dizem que é comercial, que a data irrita, que os casais apaixonados são entediantes, que isto, que aquilo.
Ainda ontem, quando pedi ao senhor do talho que cortasse a carne em tiras para o strogonoff, pareceu-me ter visto sair — com estes olhos qu’a terra não há-de comer — um mancebo que levava, engalanada com um laçarote, uma caixa cheia de tiras de carne, em honra dos bons e velhos tempos em que se corria desnudo e bramava de prazer e de dor ao mesmo tempo.
Fiquei temporalmente perdida num inesperado rasgo alucino-clarividente onde o previ chegar a casa, onde não havia caras enjoadinhas, e anunciar: "Ai não gostas de ursinhos de peluche?, Toma lá!"
Ponham-se a pau.
Hazel
Consultas em Cascais, Oeiras e online
Tarot | Reiki | Regressão | Reprogramação Emocional | Terapia Multidimensional
Marcação: casa.claridade@gmail.com
Hazel
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Crónica semanal publicada no Jornal O Ribatejo, edição 1668
Comentários
Conhecia outra versão para a origem das celebrações do 14 de Fevereiro: a de São Valentim. A que você apresenta hoje é muito mais horripilante.
Mudando de assunto, e tendo em conta alguns acontecimentos que tiveram lugar ontem durante o período da "lua vazia", pergunto-lhe se existe alguma coisa que possamos fazer, para minimizar danos, quando temos uma viagem, consulta, exame na universidade, entrevista para emprego ou outra coisa do género, durante o período de "lua vazia".
Obrigada pela atenção e principalmente pelo seu fantástico sentido de humor.
Rosália
Muito interessante!