Pedi um raminho de louro, a minha árvore preferida, para temperar os cozinhados e para, de vez em quando, queimar como incenso délfico. Quis a generosidade, ainda existente entre seres humanos, que me fosse ofertado um ramo do tamanho de uma árvore.
Poderíamos ficar com louro para o resto da vida, mas sinto-me ainda mais satisfeita por ter louro só por uns bons tempos, e sentir o prazer de distribuí-lo por mais casas. Um gesto de bondade torna-se maior quando o fazemos crescer, e não o guardamos só para nós. Se há em abundância, o natural é partilhar.
Assim, hoje o L. e eu estivemos a fazer cones de cartolina verde, enchêmo-los de folhinhas de louro e, às escondidas, pendurámo-los nos puxadores das portas dos vizinhos do prédio com um bilhete nosso. Foi uma bela marotice!
Quem sabe se esta surpresa não irá animar alguém que se sinta triste ou sozinho, ou que se esquece sempre de comprar louro quando vai ao supermercado.
A pendurar coisas à socapa nas portas dos vizinhos,
Hazel
Comentários
Que dizia o papelito deixado junto com o Louro?