E fez-se magia

Para pessoas livres de regras e preconceitos, e que apreciam o encanto da simplicidade...

Finalmente, desci às catacumbas desta casa, onde guardamos as decorações natalícias, em busca desta iluminação da árvore de Natal, que sempre achei que ficaria melhor na parede.

Não é para me gabar (é para me gabar, sim senhora!) mas, em apenas 10 minutos, desliguei o quadro da electricidade, cortei a ficha da iluminação com uma tesoura, descarnei os fios, acertei o tamanho de um deles, e refiz as ligações com a caixa de derivação que já existia na parede. It's good to be good...

Confesso que houve momentos em que duvidei que uma iluminação de Natal pudesse ser instalada da mesma forma que um candeeiro, e acabasse por não acender, mas, como sou uma taurina teimosa - a culpa é do signo, não minha - continuei, e... fez-se luz!

Porque numa casa onde há magia (e gente doida) pode encontrar-se de tudo.

Já temos luz no escrinásio!!

Longos cabelos

Tenho uma pergunta que vive comigo há anos...

Nunca cheguei a libertá-la, porque, ou não encontro a pessoa certa para responder-me, ou não é o momento certo para perguntar, e, a maior parte das vezes, esqueço-me de fazê-la.

Mas, todas as noites, a pergunta volta a atormentar a minha mente...

Bem, após muitos, muitos anos... finalmente, cuspo esta dúvida cá para fora de uma vez por todas.

Dirijo-a às moças, damas, senhoras, meninas, ladies, etc., que têm cabelo muito comprido:

Como fazem à noite, com o cabelo, para dormir??

- Deixam solto, e seja o que Deus quiser?

- Prendem no topo da cabeça, com um elástico?

- Ou (como eu) passam a noite toda a empurrá-lo para a parte de cima da almofada e, cada vez que se mexem, ele volta para baixo, e, às tantas, quando dão por isso, ele já deu quase 10 voltas ao vosso pescoço?

Ahhh...
Aceito conselhos! (desde que não envolvam tesoura, sim?)


Hazel esta noite ia sendo estrangulada pelo próprio cabelo.

A mala de verga

Bonita, não é?
Cortesia do Sr. Lixus!

Estava limpa e em perfeitas condições, com excepção da correia da esquerda, que está partida. Aparentemente, foi esse o motivo do seu abandono.

A mim, pareceu-me mágica.

Uma mala encantadora, cheia de segredos e mistérios, que parece comunicar connosco, e seduz os nossos olhos curiosos para a abrirmos e espreitarmos o que guarda lá dentro.

Peguei nela, como quem pega num tesouro, e trouxe-a para casa.

Depois de limpa, lá foi a mala de verga para o topo da estante, onde havia um espaço vazio, que parecia adivinhar a sua chegada.

O que tinha lá dentro?, perguntam.
Nada. Apenas partículas invisíveis de ar, que se libertaram e espalharam, prosseguindo viagem para onde o vento as levar...

As coisas que eu sei...

Sei cozinhar, e não sou cozinheira.
Sei coser, e não sou costureira.
Sei fazer curativos, e não sou enfermeira.
Sei limpar a casa, e não sou faxineira.
Sei conduzir, e não sou motorista.
Sei pintar paredes e móveis, e não sou pintora.
Sei reparar torneiras que pingam, e não sou canalizadora.
Sei serrar madeira, e não sou carpinteira.
Sei até arranjar estores, e não sou "arranjadora" de estores.
Sei instalar candeeiros e interruptores, e não sou electricista.
Sei passar a ferro, e não sou engomadeira.
Sei lavar roupa, e não sou lavadeira.
Sei tratar de plantas, e não sou jardineira.
Por aí vai... E, quando não sei, procuro descobrir. Ou invento.

Apesar deste meu jeito delicado e feminino, não me atrapalho facilmente; tanto podem ver-me a segurar um baton, como uma chave Philips. Ou um desentupidor de canos.

Imaginem os "fernicoques" que me dão, então, ouvir do lado masculino:
"Sei lá. Não sou canalizador."

AH!

Salva do lixo

Mais uma náufraga que gritou por mim, e consegui descobrir num sítio onde jamais seria vista.

É incrível as coisas que conseguimos "ver" sem usar os olhos.

Às vezes, acho que as plantas são como as pessoas; quando estão feias e maltratadas, ninguém lhes liga, e são rejeitadas como se de um lixo se tratasse.

E quando estão bonitas e radiosas, de repente, já começam a ser visíveis e desejadas.

Em boa verdade vos digo... esta planta será grande, forte e linda. Eu já a vejo assim.

Dêem-me apenas alguns meses, e verão o mesmo que eu (aguardem pelo post!).

Agora, deixem-me exercer a minha magia...