Eu uso duas saias. Ao mesmo tempo.


Cada maluco com a sua maluqueira.

E a minha é vestir duas saias ao mesmo tempo.
Uma mais curta e outra comprida.
Da mesma cor, ou de cores que fiquem bem juntas.
(neste caso, são as duas brancas)

Desde que tive esta ideia, o meu roupeiro ganhou uma nova dimensão!

Duas saias de diferentes alturas fica engraçado, e confere textura e movimento. É diferente!

"Diferente" é o factor que mais aprecio, pois, como sabem, sou uma fora-de-moda...


Prefiro expressar a minha personalidade e o meu estado de espírito. Não escolho as minhas roupas para agradar a mais ninguém, senão a mim mesma. Enfim, opções...!

Arrisquei mostrar, porque atrevo-me a dizer que acho a ideia mesmo boa e talvez agrade por aí.

É uma forma de usarmos saias que tenhamos e que achemos curtas demais para o nosso gosto.

Ou de voltarmos a usar saias que achemos que não têm tanta graça, mas que, aliadas a outra, fiquem mais interessantes.

O móvel que fala

Sou um móvel velho com uma história de que já ninguém se lembra.
Se calhar, servi para guardar loiça em alguma cozinha antiga... não sei.
Depois de uma vida inteira, fui deitado para o lixo.

Mas houve alguém que me viu, e se encantou pelas minhas gavetas pequeninas e pela minha simplicidade.

Meteram-me no porta-bagagens de um carro e lá fui para destino incerto.

Nesta foto, ainda estava triste e meio perdido na nova casa.

Então, fui muito bem limpo e pintaram-me os puxadores da gaveta de baixo de cor de ouro antigo. Ganhei outro ânimo.

Os outros puxadores foram tirados e, bem ao estilo Zé Carioca, enfiaram cordas* nos buracos com um nó por dentro e outro por fora.

Tenho os puxadores mais económicos e originais do mundo!

Eu cá gosto! Não sou um móvel vaidoso, e divirto-me com as coisas simples.

Como companhia, tenho várias plantas misteriosas que falam baixinho numa linguagem que só elas entendem. Nas minhas gavetas guardo botões, tecidos, fitas de seda, missangas, lápis-de-cor...

Estou feliz por ter uma nova vida!

Ouvi dizer que um dia destes ainda vou ser todo lixado e pintado de novo. Mal posso esperar! Que cor me ficará melhor?

*Trad. Brasil: cordas = barbante

O carinho dos leitores

Nunca imaginei, quando criei a Casa Claridade, que conseguisse chegar tão perto das pessoas, a ponto de, mesmo sem nunca me terem visto, oferecerem-me presentes. Nunca.
A vida é cheia de surpresas e de compensações.

Há cerca de duas semanas atrás, encontrei-me com Marian, uma leitora da Casa Claridade, num jardim público. A Marian tinha-me escrito a dizer que tinha uma fonte Feng Shui e um aquário para me oferecer. Fiquei tão surpreendida quanto emocionada pela sua iniciativa.

A fonte é esta!
Marian, já acrescentei mais algumas pedrinhas (todas apanhadas em praias alentejanas), e coloquei a fonte num vaso, na sala; assim, se o L. for lá mexer e a água entornar, não há problema.

A fonte está ligeiramente virada para o interior da casa.
No Feng Shui, a água simboliza prosperidade, e o seu movimento deve ser sempre para dentro de casa, representando o dinheiro a entrar.

Aqui está o cantinho onde a fonte ficou. Que tal?
Os sapos são muito giros. E o barulho da água a cair é realmente tranquilizador. So much zen!

A Emília, em tartaruguês, pediu-me para dizer "obrigada" pela sua nova residência.
Adorou!
(não reparem na roupa estendida lá fora...)

Obrigada por tudo, Marian!!
Adorámos!...............................(...)

Dias depois, escreveu-me outra leitora: Lieve.
Pediu-me que lhe desse a minha morada para me enviar uma bruxinha de presente.
As outras bruxinhas aqui de casa bateram palmas de alegria por terem mais uma companheira com quem fazer corridas de vassoura!

Na 6ª feira passada, recebi a sua encomenda no correio.

Abri o envelope, e vinha uma carta de Lieve. Olhem que caligrafia bonita!

E aqui o conteúdo da encomenda.
Uma bruxinha feita artesanalmente, que ADOREI.
Um gancho para o cabelo em crochet (flor) - e já o estreei, Lieve!
Três ganchos em feltro e dois pregadores feitos pela própria Lieve.
Adorei tudo!

Magia de Outono

Esta taça branca com a romã aberta está na janela da minha sala.

É um ritual que faço todos os anos pelo Outono.

A romã vai ficar na janela durante um ano inteiro, e será trocada por outra nova no próximo Outono.

Porquê?
Para quê?
O que significa?

As respostas para estas perguntas estão no post do ano passado - entre por aqui.

Misteriosos e mágicos - Baús na decoração

Não sei... Se calhar, fui um pirata noutra encarnação, e talvez daí advenha o meu fascínio por baús antigos. Não me canso de contemplá-los.

Chego a inventar histórias para crianças com baús. A atracção parece-me mútua, pois eles por vezes chegam até a "tropeçar" em mim na rua, como aqueles que achei no lixo.

Tal como tenho paixão por livros, fitas de seda e tantas coisas mais, assim tenho por baús; eles têm tantas utilidades!

Podem servir de apoio lateral a um sofá. Coloca-se em cima um candeeiro, umas fotos e uma caixa de madeira para os comandos da televisão-que-quase-nunca-ligamos, e temos um recanto simpático.
Dentro, guardo... não sei se deva dizer... bem, eu digo, mas é segredo, está bem?
Está lá escondido o meu fato de Pai Natal!... Shhhhh... segredo absoluto!

Aqui, outro baú meio escondido no meio deste pequeno matagal de plantas envasadas.
Guarda as mantas e almofadas que colocamos nos sofás durante o Inverno.
Em cima, uns vasinhos, pinhas e um queimador de incenso.

E este, com aquele encanto de peça antiga... Lá dentro, estão os brinquedos com que o L. menos brinca (Também gosto de alcofas de palha. Vêm esta aqui ao lado? Guarda os brinquedos da praia - sim, eu sei que me dispersei, pois o tema são "baús" e não "alcofas" - perdoais?).