Sagrado Feminino - dia 30



Amanhã termina o "Sagrado Feminino"...
Que alívio para os vossos olhos, fartos de vir aqui e ter de ver a minha cara todos os dias.
Depois disto, vou passar um mês inteiro de pijama! hahaha!
(estou a brincar)

Esvoaçante como uma borboleta,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 29



























Os ventos do deserto sopram forte nas sextas-feiras ao fim do dia! Dia de aula de dança!
Honro a minha feminilidade nesta dança sagrada e ancestral. A dança oriental foi uma dança criada pelas mulheres, que dançavam em harmonia, partilha e celebração, umas com (e para) as outras.

Sou grata por esta bênção e por tudo o que a dança trouxe para a minha vida.
Assim como tantas outras mulheres, durante muitos anos, tive a crença disparatada de que a dança era algo que "não era para mim", mas só "para as outras". Não por eu não gostar de dançar, mas porque achava que não tinha jeito, que era velha demais, que me faltava alguém "com quem ir", que, que, que...

A verdade é que quando sonhamos com algo, não podemos ficar à espera que alguém nos leve lá pela mão e nos incentive. Isso não acontece. Pelo menos, nunca aconteceu comigo.

Muitas vezes, a nossa única motivação somos nós mesmos, e até pode acontecer que todos à nossa volta não estejam na mesma sintonia ou nos queiram mesmo dissuadir com um "p'ra quê?". Ou podem criticar-nos. Ou afastar-se de nós, por despeito, ou incompreensão.

Para não falar na auto-crítica. Nas primeiras aulas, senti-me tão desajeitada como um elefante numa loja de cristais. Mas nunca desisti. E, por nunca ter desistido e sempre me ter motivado a mim mesma, ultrapassei as minhas próprias barreiras e transmutei a insegurança em força.

É impossível dançar e estar triste ao mesmo tempo.
Se quem canta, seus males espanta, quem dança também!

Partilho isto sobre mim para as mulheres que me acompanham; para que saibam que nunca é tarde demais; se querem alguma coisa, lutem! Não dependam da aprovação nem do apoio dos outros! Sejam a vossa própria motivação.

Deixo-vos o convite para o próximo espectáculo, "Volta ao Mundo em 90 Minutos", no dia 28 de Junho, no palco do Auditório Sra. Boa Nova, em S. João do Estoril.

E agora, excuse me, que eu vou para a minha aula!

Rodopiante e serpenteante,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 28

Hoje o L. fez gazeta na escola. Mas, ainda assim, teve de trabalhar no seu part-time não remunerado como fotógrafo, porque eu o obriguei! Ah!

E que ninguém me acuse de estar a explorar o gaiato, porque o dia inteiro foi assim:

- Mamã, anda jogar Monopólio.
- Mamã, vamos dar banho aos gatos.

[Resumo desta parte:
Fsssss!!! Miauu!!

Veneza é na minha casa-de-banho. 
O pânico vestido de pêlos e bigodes. 
Cortinas da banheira rasgadas. 
Tomei banho também. 
Todos precisamos de um calmante. 
Nunca mais lhes dou banho.]

- Mamã, anda cantar.
- Mamã, senta-te aqui comigo a ver desenhos-animados.
- Mamã, o que é o almoço?
- Mamã, vou fazer xixi.
- Mamã, vou fazer cocó.
- Mamã, um dos gatos deu um pum.
- Mamã, anda fazer uma luta de espadas.
- Mamã, anda fazer gelados.
- Mamã, mamã, mamã.


De vestido cor de post-it,
Hazel

Sagrado Feminino - dia 27

Tenho recebido algumas mensagens de mulheres que me perguntam timidamente onde compro as minhas roupas. Acho isso uma delícia.

As minhas roupas vêm das mais variadas proveniências. Não me identifico com quase nada do que encontro à venda nas lojas comuns.

Então, a maior parte do que tenho comprei em lojas de roupa em 2ª mão.

Outras peças, foram presentes de amigas, ou roupas que as minhas amigas chegadas deixaram de usar e perguntaram se eu queria (e eu disse que sim!). Acho tão bonito esta forma de partilha entre mulheres.

Outras ainda, tenho a sorte de morar num local onde as pessoas deitam tudo fora. Mas, assim, mesmo tudo. Colocam em sacos ao lado do contentor para alguém aproveitar. E, assim como eu deixo coisas que já não quero para quem quiser levar, outras vezes, sou eu que trago o que os outros deixam. Incluindo roupas em perfeito estado.

Não sinto qualquer tipo de embaraço em dizê-lo, com a consciência de que este blog é lido por milhares de pessoas, segundo as estatísticas.

Quem me conhece bem, conhece também a minha humildade. Quem não me conhece pessoalmente, bom, fica a saber isto sobre mim. Não preciso da aprovação de ninguém, o que me liberta da preocupação de manter uma imagem que não corresponda a quem eu sou.

Na minha rua, todos praticam isso, e ninguém estranha que se deixe sacos de papel ao lado dos contentores, assim como ninguém estranha quando alguém os recolhe. Por isso, gosto de viver aqui. É uma forma de estar simples, ecológica e económica.

E depois desta "escandalosa revelação", temos duas alternativas:
1. Continuem a amar-me.
2. Deixem de me amar.

hahahaha!
A escolha é vossa. Serei sempre como sou, de qualquer das formas.

A saia nesta foto, foi um presente enviado pelo correio pela Lídia Pinho, de Tondela, que acompanha a Casa Claridade há muitos anos. A camisola branca, comprei no supermercado!

Ecologicamente vossa,
Hazel