NA JANELA JUNTO À MINHA BANHEIRA mora uma aranha que trabalha no mercado imobiliário. Está a expandir a sua propriedade a olhos vistos, com os lucros provenientes dos bilhetes de entrada que cobra aos insectos que ali caem, no engodo de me verem a tomar duche.
Esta semana, enquanto eu esperava que o condicionador fizesse o efeito-que-promete naqueles três minutos de ilusão-de-um-cabelo-melhor, um melgão com atitude de cafajeste resolveu entrar sem pedir licença e invadir os domínios da aranha-gorda.
Pousa na janela com aquela atitude de cowboy a entrar num saloon. Sabe que vai ser matar-ou-morrer. Lança um olhar provocador e cospe para o chão. Que é como quem diz, para a janela. A aranha-gorda rosna. A janela é dela, a banheira é dela e eu sou dela (!).
Trocam insultos, ameaças, olhares de desprezo. E eu aqui, como vim ao mundo, a única testemunha deste momento BBC Vida Selvagem.
Enrolo-me numa toalha e vou a chapinhar como um pato pelo chão, em busca de uma máquina fotográfica.
Aquilo que aconteceu ficará registado para sempre na memória de todos os insectos do mundo.
Depois deste duelo, a aranha-gorda vai passar fome, pois nunca mais um bicho com asas, patas e amor à vida voltará a aproximar-se desta janela.
Seguem as imagens, que, aviso, são terrivelmente violentas e contêm linguagem ofensiva:
Hazel
Seguem as imagens, que, aviso, são terrivelmente violentas e contêm linguagem ofensiva:
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| O desafio do melgão-cafajeste. |
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| Atitude "badass". É agora que desatam à chapada uma à outra. |
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| A mutilação. |
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| O triunfo da aranha-gorda. |
Assim se resolvem as coisas na janela da minha casa-de-banho. Com sangue.
Não é uma montagem, asseguro-vos. A aranha realmente arrancou a pata do melgão. Esta aranha é uma durona, uma rufia. Agora mesmo, depois de umas cinquenta sequências de flexões-com-seis-patas, pediu-me um bife-em-sangue com batatas fritas. Só me restou perguntar: «Senhora Dona Aranha, as batatas, são em cubos ou aos palitos?»
A tremer por todos os lados,
Hazel
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