Então, calcei as pantufas e lancei-me ao dia.
Fui à janela olhar para o céu. Ainda escuro, salpicado de estrelas. Não há carros a passar, apenas o vento frio, o galo de alguma casa ao longe que anuncia a chegada do dia, e o ponteiro dos segundos do relógio da cozinha, que marcha num compasso perfeito e implacável como um soldado que nunca se cansa.
Talvez me tenha tornado sonâmbula, e ande para aqui de pijama e tranças pela casa julgando-me acordada. Preparo um chá de frutos vermelhos, e bebo-o devagarinho, para ter a certeza que isto não é um sonho.
Rio-me sozinha, pensado que é mais sensato não ir à casa-de-banho - vai que estou mesmo a sonhar? Não, estou acordada. É a sério... Que bênção, um dia enorme pela frente!
Vou preparar tudo para me sentar a meditar no local exacto onde o Sol me vai banhar quando o dia nascer.
De pijama às riscas,
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