Lista de Desejos

Falta uma semana e um dia para o grande dia - o aniversário desta vossa escriba!
Este ano, resolvi fazer uma lista de desejos. Vai que eu até mereço que eles se concretizem?

Sem mais delongas, o que eu gostava de receber para o meu 38º aniversário!
(escrevo o número pequenino para me ir habituando devagarinho a ele...)



Um loureiro em vaso.

Adoro louro, e era bem catita ter um loureiro num vaso a crescer na minha varanda!

Iria conversar com ele todos os dias.








Uma lira grega.

Aparentemente, não existem liras gregas à venda em Portugal. Mas eu sonho com uma assim, ainda que seja um sonho rebuscado e excêntrico. 




Livros. Em papel.

- "Alice no País das Maravilhas", de Lewis Carroll (na versão para adultos).

- "Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas" e "O Anuário da Grande Mãe", ambos de Mirella Faur.

- "Mulheres que correm com Lobos", de Clarissa Pinkola Estés.

Um zafu. 

Perguntais vós: "Que raio é um zafu, uma almofada para o sofá?"

Um zafu é uma almofada específica de meditação, que se molda ao rabiosque e ajuda a manter as costas direitas. 

E como faço meditação quase todos os dias, mereço um zafu!


Velas brancas.

Tão-simplesmente. O mundo é mais bonito à luz de velas. 








A preparar-me para abraçar o número 38 com espírito de 18,

Sagrado Feminino - edição de 2015!

Aproxima-se o aniversário desta vossa escriba. Vai ser no dia 5 de Maio.
E, por isso, vou celebrar o Sagrado Feminino, como aconteceu há 5 anos atrás!

Quero celebrar a vida e a minha feminilidade.
Durante todo o mês de Maio, só vou vestir saias e vestidos, e publicarei diariamente uma foto minha aqui na Casa Claridade. 


E aqui, vejam as mulheres maravilhosas, por este Portugal fora e no Brasil, que me acompanharam durante o mês inteiro de Maio de 2010.

Gostava muito de inspirar as mulheres que lêem a Casa Claridade a celebrarem a sua feminilidade comigo; tenham a idade, peso, cor, tamanho ou religião que tiverem, não importa! 

Cada mulher é única e especial exactamente como é. Para quem isto é óbvio, ajudem-me a mostrá-lo a tantas outras mulheres que ainda não o compreendem.

Se quiser juntar-se a mim nesta celebração, esteja em que cidade ou país estiver, durante o mês de Maio, tire uma fotografia diária com saia ou vestido, e deixe-me o link da sua página para eu visitar e acompanhar ao longo do mês!

No final de Maio, publicarei aqui uma foto de cada uma das mulheres que celebraram!

Nota: O objectivo desta minha iniciativa é celebrar a vida e a mulher, no mês do meu aniversário. Não é um concurso de beleza, nem um desfile de moda.

Começo no dia 1! Quem me acompanha?

Ansiosa por Maio,

O que andas a fazer com o teu tempo?


Já nascemos com o relógio da vida em contagem decrescente e, por não sabermos quando esta termina, bem lá no fundo, todos achamos que vamos viver para sempre.

Somos, sem nos apercebermos, gestores de tempo. Todos. Em qualquer trabalho que façamos, vendemos o nosso tempo em troca de um pagamento que nos permite tudo excepto comprar o tempo de volta.

É sempre um mau investimento; a maioria das pessoas acaba por trocar tempo, que gasta a fazer algo que nem gosta, para depois poder ter condições, no pouco tempo que sobrar, para fazer algo que gosta. Se tiver energia, imaginação... e tempo para isso!

O mundo no planeta Terra está organizado assim e, quem está fora desta ilusória forma de organização são os loucos, os preguiçosos, os alienados, os hippies e os poetas.
No fundo, os que são olhados pelas maiorias de esguelha, como se olha para alguém que vive num mundo de ilusão, quando, se avaliarmos bem, quem é que vive em ilusão?

Não gosto de perder tempo. O que não deixa de ser uma ideia disparatada, pois, quer faça aquilo que goste ou não, ele perde-se de qualquer maneira. E, já que é para perder, que seja com prazer, oferecendo-o a mim mesma ou a alguém de quem goste. Porque não há maior presente que possamos dar a alguém, que o nosso tempo.

Para si, que chegou até ao fim do texto, agradeço respeitosa e humildemente pelo tempo que me ofereceu. Como se diz nos filmes, thank you for your time.

A acertar relógios,

O Príncipe do Egipto


[A vida é uma fascinante e surpreendente teia de aranha que não tem começo nem fim, onde todos eventualmente nos (re)encontramos nos pontos em que os fios se tocam...]


Há vários anos atrás, uma mulher ficou com a sua vida virada do avesso. As tempestades foram implacáveis, e os marinheiros do seu navio, fracos e influenciáveis, iludidos pelo canto cruel e enganador das sereias, desertaram, deixando-a sozinha a lutar contra as forças do mar negro e revolto.

Os ventos levaram-na para outras paragens; um porto onde trabalhavam pessoas de várias nacionalidades diferentes. Lá, conheceu o Príncipe do Egipto.

O Príncipe do Egipto era sábio, educado, generoso e humilde. Era genuinamente assim, para todos sem distinção. Um homem de família e de valores, como aqueles que os livros descrevem. Foram muitas as vezes em que ela se sentou a almoçar com o Príncipe do Egipto, e ele, na sua infinita bondade, partilhou o seu almoço, cozinhado pela sua amada esposa.

Um dia, o vento mudou de direcção, e chegou a hora de ela partir para onde as estrelas apontavam.

A viagem pelos mares levou-a para lá do vento Norte, até uma terra de paz e de luz, onde pôde lançar âncora e construir uma nova vida, abençoada pelos Deuses, e onde apenas permitia entrada àqueles que tinham amor e lealdade a oferecer. Os anos passaram com a doçura e a bonomia dos ventos estivais.

Os marinheiros que outrora tinham ido embora, tentaram voltar para o navio quando as velas resplandecentes pelo Sol o tornaram de novo atractivo, e útil para os seus intentos.
Mas o navio não tinha lugar para desertores.

E os fios da teia do destino fizeram outro cruzamento inesperado; ela voltou a encontrar o Príncipe do Egipto, que a tinha ajudado no tempo em que usava um manto de farrapos em vez do manto de luz. Foi grande a sua alegria por ter a oportunidade de agradecer.

Contudo, o Príncipe encontrava-se triste e preocupado; a sua amada mulher estava doente.
A mulher do manto de luz pediu ao Príncipe do Egipto que trouxesse a sua amada para a sua terra, onde tudo faria para a ajudar, retribuindo a ajuda que um dia recebeu.

Nada é deixado ao acaso no Universo. Todos acabamos, de uma forma ou de outra, por colher o fruto das nossas acções. Que estas sejam as mais nobres.
Aprendamos com o Príncipe do Egipto.

Para lá do vento Norte,

Hazel

Acordar tão cedo que ainda é ontem


4:56, e eu a pé. Não por alguma urgência imparável intestinal, mas porque as 4 horas de sono que dormi hoje foram o suficiente. Ponto de exclamação. Os meus olhos abriram como janelas para o mundo, sem a névoa pesada que os volta a fechar quando tenho sono.
Então, calcei as pantufas e lancei-me ao dia.

Fui à janela olhar para o céu. Ainda escuro, salpicado de estrelas. Não há carros a passar, apenas o vento frio, o galo de alguma casa ao longe que anuncia a chegada do dia, e o ponteiro dos segundos do relógio da cozinha, que marcha num compasso perfeito e implacável como um soldado que nunca se cansa.

Talvez me tenha tornado sonâmbula, e ande para aqui de pijama e tranças pela casa julgando-me acordada. Preparo um chá de frutos vermelhos, e bebo-o devagarinho, para ter a certeza que isto não é um sonho.

Rio-me sozinha, pensado que é mais sensato não ir à casa-de-banho - vai que estou mesmo a sonhar? Não, estou acordada. É a sério... Que bênção, um dia enorme pela frente!

Vou preparar tudo para me sentar a meditar no local exacto onde o Sol me vai banhar quando o dia nascer.

De pijama às riscas,