Dia 273

- Patos deste mundo! Vamos unir-nos contra os humanos que usam expressões como "saber a pato" e outras que tais, sugerindo que somos alimento, ainda por cima, gratuito! Caminhemos de bico erguido e peito para a frente, como um verdadeiro e digno pato. 
Agora, todos para a água, e o último a chegar é uma pata choca!

Dia 272

Os meus olhos pousaram nesta entrada. A imaginação foi ver o que havia lá dentro.
E encontrou um candeeiro com abat-jour de tecido cor de papel antigo, uma lareira com as brasas ainda quentes, bolinhos de canela, livros abertos e esquecidos sobre um cadeirão aveludado e um jogo de xadrez em cima da mesa. A Torre é a próxima a avançar.

Dia 271

Continuo encantada com os nomes das papelarias deste nosso país.
Depois da Papelaria Patareca, uns posts atrás, eis que surge perante os nossos olhos a Papelaria Parracho, em Sintra. Somos uns marotos, é o que somos. :)

Dia 270

"O Mistério da Estrada de Sintra".
Qualquer dia, já vós não podeis mais ver Sintra à frente.
Mas esta terra é tão, tão fotografável...

Dia 265

O lusco-fusco é cruel para os solitários que vagueiam pela rua.
Mas é doce e promissor para os que têm alguém com quem partilhar este silêncio feito pelo deslizar da fina cortina que separa a passagem do dia para a noite.

Dia 264

Numa cama macia, cor de rosas murchas, dorme há 2 séculos e meio uma donzela pálida.
Está tapada por um cobertor de pó, assim como tudo à sua volta.

As vidraças da janela do quarto estão meio quebradas pelas trepadeiras que crescem por curiosidade, só para a espreitarem.

Diz o cipreste que se fartou das crueldades do mundo e fechou-se em casa para sempre...
Eu acho que o cipreste mente e a verdade é que ela tem sono pesado e muito mau acordar.

Dia 262

Pela calada da noite, vesti a minha capa preta e esgueirei-me silenciosamente por entre as sombras. O medo fervia-me o sangue nas veias, e os meus olhos, apurados como os de um falcão, viam-nas a espreitar do bolso do gigante de mãos peludas e pés de bode.
Num gesto ágil, agarrei-as e corri o mais depressa que pude.

Os gritos dele trovejavam, estilhaçavam o céu negro e ensurdeciam-me.
Corria sem tocar com os pés no chão e estava prestes a agarrar-me os tornozelos, quando abri os braços e vi a minha capa preta transformar-se em asas, ao saltar do precipício.
O vento zumbia-me nos ouvidos, enquanto eu rasgava o céu de regresso ao castelo.
As chaves são minhas agora! Roubei-tas! (risos maquiavélicos)

Dia 261

Hazel - Sabes, filho, todas as maçãs têm uma estrela de cinco pontas lá dentro.
Todas, mesmo. Queres ver? Só temos de cortá-las ao contrário.

L. - Uau...

Magia de mãe para convencer uma criança a comer fruta.
E até, quem sabe, alguns adultos. :)

Dia 259

Vou reorganizar a minha vida. Vou ser tão organizada, mas tão, tão organizada, que até passo a comer a sopa de letras por ordem alfabética.

Dia 257

Quando viajamos, vencemos o tempo, esse vilão que não existe, mas que está sempre presente, nas horas mais inconvenientes, quando não temos tempo que chegue.
Confundi alguém?

Dia 256

A Dama do Lago.

No fundo do lago, os limos castanho-esverdeados estendem-se silenciosamente como braços que ondulam com o suave movimento das águas.

Descalça, caminho devagar e depois deito-me para trás, entregando-me ao destino desconhecido dos submundos.

Subtilmente, os limos começam a abraçar-me, como se há muito esperassem por mim.

Os ramos verdes e castanhos alcançam o meu corpo branco, cobrindo-o e puxando para as profundezas misteriosas do lago.

Impera agora o silêncio e as trevas, que me envolvem e protegem.
Nos dias de Sol, subo à superfície e deito-me sobre a areia quente. Mas regresso sempre.
Porque o lago precisa de uma guardiã...

Dia 254

Quando uma pessoa não gosta de uma coisa, não gosta e pronto.
Não adianta dizerem-me que fresquinho sabe melhor.
Ou que quando está maduro sabe a banana.
Melão sabe a melão. E banana sabe a banana. Estamos falados?

Dia 253

As ervas usadas em infusões para beber podem depois ser reaproveitadas como pot-pourri.
Basta colocar junto da janela para que o calor do Sol active o seu perfume.

Dia 252

Começaram as aulas. O meu bebé vai para o primeiro ano...
Daqui a uns meses, já vai conseguir ler o blog da mamã!
Sim... há-de continuar a ser "o bébé", mesmo que já tenha 18 anos e voz grossa. :)

Dia 251

Uma mulher que perdeu a cabeça com as compras.
Agora a sério. Apanhei um susto que ia vomitando o estômago.
Os pensamentos macabros que me passaram pela cabeça naquela fracção de segundos.
Parecia real! Uffff... Não se faz. Não se faz.

Dia 248

Gosto de bisbilhotar os livros quando vou a casa de alguém.
A ver se os donos destes os reconhecem. :)

Dia 246

Não sei onde vai desaguar este rio nem por que caminhos passa.
Mas sei o mais importante. Que a água adapta-se aos desvios, altos e baixos e imprevistos do percurso para poder continuar sempre a fluir. A água não desiste. Uma das lições do rio.