O que fazer durante a Lua Minguante



Durante a Lua Minguante, tudo perde um pouco a intensidade. É a lua velha, que varre aquilo que está a mais. Não se começa nada, mas acaba-se o que está por acabar e deita-se fora o que não desejamos manter.

Sintonizando-nos com a sua influência, deixo algumas indicações sobre o que é mais favorável fazer durante esta fase:

- Rituais com a finalidade de eliminar/ afastar situações indesejadas;

- Limpeza energética da casa, para banir más energias;

- Meditação, introspecção, auto-análise;

- Terapias holísticas para resolver assuntos kármicos, negativos;

- Terminar relações negativas;

- Não insistir em projectos que não vingaram até agora, mas aguardar pela Lua Nova para tentar de novo; 

- Limpezas e arrumações domésticas, "destralhar";

- Finalizar trabalhos e assuntos pendentes;

- Fazer revisão de textos ou projectos;

- Colocar o arquivo em dia;

- Balanço de despesas;

- Amortizar dívidas, contrair empréstimos, negociar juros sobre empréstimos;

- Dietas de emagrecimento e desintoxicação;

- Depilação;

- Limpeza de pele;

- Cortar o cabelo, caso pretenda diminuir o volume;

- Tratamentos dentários.

No mundo da Lua,

Hazel

Pintar a vida de cores diferentes


"All work and no joy makes John a dull boy".

Se te sentes aborrecido, se procuras um novo ânimo... se achas que a tua vida é uma seca porque se limita a cumprir obrigações, e te perdeste a ti mesmo sem perceber como.
Jovem... isto é para ti!

O que te aconteceu foi: a "idade adulta". Tornaste-te tão sério e tão adulto, que te esqueceste de como é rir até as lágrimas serem espremidas pelos cantos dos olhos e quase fazer xixi nas cuecas. Abandonaste a tua criança interior, a criança que um dia foste e achas que faz parte do passado.

Vives pela metade, agora que és adulto. Cumpres obrigações, zangas-te, preocupas-te, angustias-te, deprimes-te [e a todos à tua volta, coitados!] e deitas-te com uma sensação de insatisfação e de vazio que não sabes como preencher.
Então, compras coisas. Roupas, móveis, novas tecnologias - os brinquedos dos adultos.
Mas a insatisfação continua. Porque nunca nada é suficiente, não é verdade?

Procuras alimentar o corpo, mas deixas a alma morrer à fome.
E com que se alimenta a alma?, perguntas. Com emoção e diversão.

Voltamos aos provérbios em inglês: "Work hard, party harder!"

Não te sentas para comer várias vezes por dia? Tira também uma parte do dia para alimentar a outra metade de ti que está desnutrida. Há pessoas que gostam de maçãs caramelizadas. Outras, preferem morangos com chocolate derretido.
Com as almas, é igual. Cada uma tem os seus gostos. Cabe-te a ti descobri-los - e, assim, descobrires-te a ti mesmo.

Podes fazer tudo o que quiseres, tu é que ainda não sabes.
Não precisas de ser especialmente bom em nada, desde que te divirtas e tenhas prazer.
Canta, dança, põe música a tocar, faz desenhos, anda de bicicleta, joga.
Alimenta a tua criança interior. Quando mudamos, o nosso mundo muda também.

Desafio-te a começar... hoje!

[Nas fotos: ontem alimentei a minha criança interior a pintar com lápis-de-cor.]


Beijos mágicos,

Hazel

Não me importo.

Não procurem entender-me, porque eu não me explico.
Apenas Sou quem sou.
Não me importo se me acham bonita ou feia.
Bem ou mal vestida.
Se me julgam bondosa ou má.
Rica ou pobre.
Sensata ou desequilibrada.

Não me importo com o que pensam, com o que acham.
Nunca obedecerei às regras impostas, nem me submeterei a tentar encaixar num qualquer padrão.

Porque os meus passos são só meus, os meus pensamentos são só meus, a minha voz é só minha e só eu sei o que faz bater o meu coração com ardor.

Liberto-me de qualquer amarra que me aprisione, que me impeça de continuar a caminhar com segurança, de voar em pensamentos, que faça a minha voz sair trémula e o meu coração bater sem que o sinta.

Caminho sem vaidade, com a simplicidade e determinação de um viajante que ainda tem muito pela frente. Falo com clareza, porque nada preciso de esconder.
E o meu coração bate com força, em sintonia com o pulsar da Terra.

Na paz da caminhada,

História inacabada - parte 2











Mais um dia começa a despontar, com a claridade lilás a surgir timidamente no horizonte. A terra amolecida pela humidade da noite afunda-se sob a passada ritmada das suas velhas botas castanhas.

Inspira o ar frio e perfumado da manhã como se o bebesse pelo nariz, e caminha guiada por uma música inaudível, com o cesto de colher frutas e ervas enfiado no braço direito, cumprindo um ritual que ninguém sabe quando começou.

Pelo caminho, vai colhendo flores de acácia, ramos de louro e algumas maçãs vermelhas, da mesma cor da fita de seda que atou há anos no pulso esquerdo. Através do nevoeiro com cheiro de madeira que envolve o seu corpo como um vestido esvoaçante de algodão, contempla o sulco na terra, marcado por tantas vezes que fez o mesmo percurso silencioso.

Onde os pássaros não cantam e o silêncio se adensa como dentro de uma bolha, ergue-se o carvalho centenário que tudo viu desde o começo dos tempos. Pousa a cesta no chão e, com respeito e devoção, aproxima-se da entrada para o buraco no tronco do carvalho. Afasta as teias de aranha como quem abre duas cortinas e senta-se dentro da árvore.

O ar húmido gela-lhe o rosto. As suas mãos magras retiram do bolso da saia o papel grosseiro e amarelado e a caneta. Estou pronta. A vertigem começa a fazer-se sentir, como se estivesse a flutuar e o mundo parece parar de rodar para que as vozes ditem o destino. Os sons sibilados por elas são transformados em palavras escritas na sua caligrafia irregular.

A sua respiração pára e, no entanto, as mãos não cessam de escrever. Os anos passam enquanto ela escreve lentamente, em transe, rodeada pelas aranhas que voltam a entrelaçar as suas teias de fios esbranquiçados à sua volta, que se confundem com a brancura dos seus cabelos, como se ela fosse uma aranha gigante dentro de um casulo no interior da árvore.

Quando as vozes se silenciam, a caneta volta para o bolso da saia, as teias são novamente rasgadas e...

To be continued...

[Ler a parte 1]


8 superstições que fazem sentido


Que atire o primeiro trevo-de-quatro-folhas quem nunca teve uma superstição. Sem qualquer fundamento científico, as superstições são apenas crenças. Têm de ter um significado, uma lógica, ou uma forte impressão de que produzem algum tipo de efeito para que eu acredite nelas.

Não me importo de abrir um guarda-chuva dentro de casa, mas se vir um quadro torto, vou sempre acertá-lo. Nesta lista, encontram-se as minhas superstições e os seus significados:


1. Pássaros em gaiolas
Um pássaro que vive uma vida inteira numa gaiola, sem liberdade, apenas para satisfazer o egoísmo humano que o aprisiona para escutar o seu canto e apreciar a sua beleza.

As gaiolas, sejam brancas ou douradas, não deixam de ser uma prisão. Impedir uma ave de honrar a sua essência, que é voar em liberdade, é contra-natura e, energeticamente, muito negativo.

Como diz o Sting e com razão, "If you love somebody, set them free". Se ama as aves, cultive plantas, coloque taças com água e comida na varanda ou do lado de fora da sua janela, e deixe-as vir até si. Ou compre um CD com cantos de pássaros.

2. Flores secas
Por muito belos que sejam os arranjos de flores secas, não deixam de ser flores mortas. É como maquilhar um defunto e pô-lo a enfeitar a casa porque é bonito, iaics!
Troque as flores secas por vasos com plantas vivas.

3. Quadros tortos
Quadros tortos criam falta de harmonia e desequilíbrio porque estamos sempre a ver uma imagem torta, desalinhada da linha do horizonte. A propósito, também sente aquela tentação irresistível de endireitar discretamente os quadros tortos quando vai a algum lugar? Alguém que me diga que não estou sozinha nisto.

4. Objectos partidos
Não queria partir-vos o coração com isto, minhas abóborazinhas, mas têm mesmo de deitar fora os vossos tesouros partidos. Não vale a pena colarem. Os antigos diziam, e com razão, "cacos são desgostos". Não vale a pena dizer que isto inclui os espelhos. Ah, vale, vale: isto inclui espelhos!

5. Animais embalsamados
Há gostos para tudo, e há quem goste desta estranha e macabra forma de arte.
Mas ter animais mortos em casa é extremamente negativo. Não transforme a sua casa num cemitério (bater em madeira!); troque os bichinhos embalsamados por quadros com representações deles.

6. Fotografias de entes queridos falecidos
É melhor guardar numa caixa todas as fotos de um ente querido que tenha partido, para podermos revê-las quando quisermos. Tê-las expostas, fazendo parte do nosso dia-a-dia seria como viver no passado. Devemos estar gratos pelo tempo e experiências que partilhámos e deixar quem partiu fazer o seu percurso noutro plano, sem prendê-lo à terra.
Desculpem se magoei alguém. Se for o seu caso, leia aqui sobre como superar as perdas.

7. Relógios parados
Já que falámos em viver no passado, os relógios parados também são proibitivos. Troque as pilhas, dê corda, acerte-os, e coloque-os em movimento. Se os seus fiéis testemunhos da passagem do tempo estiverem avariados, mande-os reparar, venda, dê ou deite fora, mas não os mantenha parados. Relógios parados = vida parada.

8. O quadro do "menino da lágrima" ou qualquer outro no mesmo nível depressivo
Antigamente, era moda. Alguns exemplares eram caríssimos. Mas nem por isso deixavam de ser deprimentes e negativos, com os meninos maltratados, sujos, esfarrapados e a chorar. Existem umas histórias por detrás dos quadros, sobre miséria, violência e abusos às crianças retratadas que os conseguem tornar ainda mais negativos do que já são. Fogo neles!

9. A sogra! - Estou a brincar, estou a brincar!

E agora, algo que Sorte: gatos pretos! Não precisam de fazer figas: os gatos pretos, como o da foto, não trazem má sorte, mas Boa Sorte e Protecção.

De vassoura na mão,

Hazel
Foto licença CC 2.0 por OiMax no Flickr

Parabéns para mim!


Hoje é o aniversário desta vossa escriba. E dia da mãe (em Portugal).
Neste dia tão especial, sinto que devo agradecer à Vida, ao Universo, aos Velhos Deuses e à minha equipa de Luz pelas bênçãos que conquistei em mais esta fantástica volta ao Sol:

- Grata por tudo o que aprendi. Por todas as lições, mensagens, presságios e sussurros que me foram dados;

- Grata pelo meu filho L., a pessoa mais valiosa que existe na minha vida, e que já tanto me ensinou;

- Grata à Magia por se manifestar na minha vida;

- Grata pela minha família;

- Grata por todas as pessoas maravilhosas que tive o privilégio de conhecer ao longo deste último ano;

- Grata pelas minhas companheiras plantas, pelas minhas flores, pelos pássaros que todos os dias cantam à minha janela;

- Grata por ter uma casa onde me sinto feliz, por ter comida na mesa;

- Grata por ainda não me terem caído as maminhas [o aniversário é meu, e agradeço por tudo o que tenho a agradecer, ora] ;

- Grata a todos os que lêem a Casa Claridade!

A soprar as velas,

Hazel

Foto: Hazel fotografada por Sara Silva Gomes

"Caritas" (Amor) - por Abbott Handerson Thayer

"Caritas"
Há muito tempo que eu não pendurava um quadro nas paredes da Casa Claridade
A minha escolha foi este, de extrema beleza e serenidade, pintado por um homem de paixões e fúrias.

Abbott Handerson Thayer (1849-1921) foi um homem excêntrico, temperamental, inconstante e muito talentoso. Em alguns dos seus quadros, misturava sujidade propositadamente com as tintas, de modo a obter os efeitos desejados. 

Casou duas vezes. Perdeu dois filhos pequenos num ano. A primeira mulher teve uma depressão que a levou ao internamento e depois à morte. 

Thayer amava a Natureza e, juntamente com a segunda mulher e os restantes três filhos (que serviam de inspiração para as crianças que surgiam nos seus quadros), dormiam o ano inteiro ao ar livre, para usufruir do ar puro. 

Beijos artísticos,

Hazel